40 - "Tenho orgulho de você"

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Jin HuiYing

 . Sinto que estou me perdendo aos poucos.

 . Soube disso no momento em que gostei de ouvir as suplicas daquele Wen,  no momento em que ri ao ouvi-lo pedir por piedade, enquanto eu via suas lágrimas escorrerem pela pele pálida de dor. Consegui informações importantes naquela noite, mas a que preço? Minha alma talvez.

 . Informei as posições das tropas Wen, onde atacariam primeiro e quando, aparentemente estão se reunindo novamente em Cidade sem Noite, nos confundindo para pensarmos que sua base estava em Gusu. Não sabemos o número exato, mas são mais de 30 mil soldados, tanto Wen's como de outras seitas traidoras, essas que julgaremos amanhã, na reunião dos líderes, mostraremos as provas que conseguimos e eu mantive o soldado Wen vivo para depor em frente a todos.

- Minha Dama, um dos convidados está aqui para vê-la - He Cang anuncia, eu franzo as sobrancelhas.

 . Já estou em meu quarto, revisando alguns documentos antes de ir tomar banho e deitar. Quem viria a essas horas da noite me visitar?

- Deixe-o entrar - permiti e voltei a ler o documento em minhas mãos, aparentemente estamos com problemas de abastecimento em algumas vilas mais afastadas da Torre.

 . A porta se abre e se fecha, os passos se fazem audíveis no cômodo, passos que não reconheço seu dono. Levanto a cabeça dos papéis e me deparo com vestes amarelas e cabelos castanho-claros, levanto as sobrancelhas em surpresa por sua presença, abaixo os papéis e mostro o lugar a minha frente. Ele se senta elegantemente a mesa.

 . Jin Zixuan tinha uma expressão sérias, mas seus olhos e suas mãos delatavam que ele estava um tanto nervoso. 

 . Eu cocei a garganta e o dirigi um sorriso cortês, endireitei minha postura e respirei fundo antes de falar.

- Algum problema, Mestre Jin? - pergunto cautelosa.

 . Foi como se eu o tivesse acertado no estômago, seus ombros enrijeceram e suas sobrancelhas se levantaram, ele pressionou os lábios. Engulo em seco temendo ter dito algo errado em sua presença. 

 . É estranho como essa é a primeira vez desde que o conheci que falo com ele, apenas com ele, sem ninguém ao nosso redor para intermediar a conversa. É constrangedor que eu me sinta tão nervosa por estar na presença do homem que se tornará meu pai, e que morrerá sem nunca ao menos saber sobre a minha existência. 

- Eu... Vim só conversar - ele cruza os braços na defensiva, algo me diz que ele recebeu um empurrãozinho para vir até aqui.

- Ah, tudo bem - continuei sorrindo para ele - Sobre o que quer conversar? - ele pressionou os lábios um no outro, ele devia estar extremamente constrangido, Jin Ling tem o mesmo habito quando está desconfortável ou constrangido, a única diferença é que meu irmão cora.

 . Ele enche seu peito de ar, como se estivesse inspirando uma dose de coragem para continuar com essa "conversa".

- Por que anda me evitando? - ele é direto, seus olhos são analíticos olhando para os meus, suas madeixas longas o davam um ar imponente e autoritário, me pergunto se ele pareceria tão assustador se estivesse me dando uma bronca quando pequena.

- Não ando evitando o Senhor - organizo os documentos batendo sua base na mesa, os alinhando, não desvio nossos olhos por nada.

- É claro que está - ele arqueou uma sobrancelha, ele inspirou mais uma vez - Só quero saber... Se não... - ele parece desistir no meio da frase, desviando os olhos para a janela de papel atrás de mim.

- Se não te odeio? - completo  incerta, ele retorna seus olhos para mim. Eu inspiro profundamente e fecho os olhos por um segundo - Eu não tenho nenhum motivo para ter raiva ou ressentimento pelo Senhor - abro os olhos, ele se mexe desconfortável.

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