• cuidados •

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Izuku

— Oi vida, por que ainda não desceu pra tomar café? - perguntei a S/N, que tinha acabado de me ligar.

— Eu não vou descer hoje não Izuku, avisa ao professor Aizawa que eu também não vou não. - a voz mais rouca que o de costume e logo em seguida ouvi tosses.

Já me preocupei.

— Você tá bem S/N? - terminei de beber o leite do meu cereal, levantando e deixando a tijela vazia na pia. Eu lavaria aquilo depois.

— Não, eu acho que eu tô gripada. - mais uma série de tosses. — E com febre ainda, pra melhorar essa porra. - sorri quando a ouvi xingar.

É, acho que ela não está tão ruim.

— Já tomou banho? Sabe que precisa abaixar sua temperatura. - fui falando enquanto seguia pra fora do dormitório, ignorando todo mundo que me cumprimentava por causa da pressa.

— Vou tomar agora, tava criando coragem. - resmungou, e então eu ouvi o farfalhar de panos e uma porta se abrindo. Soube que era a do banheiro porque logo em seguido ouvi o chuveiro ser ligado. — Ugh, a água parece estar tão fria.

— É no morno amor.

— Eu sei, mas ainda parece fria. - rio de seu resmungo. Tão fofa.

— Você tem remédio aí? - perguntei, já alcançando o lado de fora da Yuuei.

— Acho que tenho uns dois...

— Ok, toma seu banho aí sossegada. Já já eu tô aí. - acelero meus passos para a farmácia, não me importando de parecer desesperado para as outras pessoas.

— Você vai cabular aula por minha causa? Não precisa Izu. - me repreendeu.

— Eu sei, mas eu quero. - sorri, mesmo que ela não pudesse ver. — Beijo, te amo.

— Beijo, também te amo. - e desliguei, enfiando o celular no bolso no mesmo instante em que eu virava a esquina.

Não demorou muito pra eu chegar na farmácia, pedindo somente os remédios que eu conhecia — que minha mãe usava comigo quando ficava doente — e que não precisavam de receita pra eu conseguir comprar.

Alguns deles foram bem carinhos, mas o que é dinheiro quando se tem o amor da sua vida cheio de dores em casa? Ou nesse caso, dormitório?

Carreguei a sacolinha pra fora, andando mais um pouco, atravessando a rua e chegando em uma loja de conveniência. Eu sabia que S/N estava mal e por causa disso não iria querer comer ou beber água.

Mas eu manteria o bucho dela cheio e ela hidratada sim. Comprei umas seis garrafas de gatorade, do vermelho que eu sabia ser o seu favorito, salgadinhos, doces como m&m e jujuba que ela gosta bastante, e uma garrafa de 1,5L de água.

Eu faria ela beber aquela garrafa toda duas vezes.

Saí com mais duas sacolas da lojinha de conveniência, já pensando em voltar pra casa. Isso até eu ver a padaria e me lembrar do quando S/N gosta dos bolos, sonhos e pães de frios daqui.

Ah, foda-se minhas economias do mês, minha garota merece.

Comprei um bolo de chocolate, bem recheado e molhado como ela gosta, quatro sonhos e dois pães de frios. Ainda sobrou um pouco do meu dinheiro graças a deus.

Voltei pra Yuuei rápido, entrando no campus, passando pelos alunos já que o sinal tinha tocado há apenas alguns minutos, e correndo para o dormitório.

Tive o cuidado de pegar dois pratos, duas facas, dois garfos e um rolo de papel toalha na cozinha, já que eu sabia que ela ia acabar se sujando alguma hora.

S/N consegue ser bem bebezona às vezes.

Meio ofegante por causa da corrida e com os braços cheios de sacola, fui recepcionado por ela só de toalha, com a cara inchada e uma expressão cansada.

— Oi. - cumprimentou baixinho, me dando espaço pra entrar. Me inclinei, a dando um selinho. — O que são todas essas coisas? - gesticulou para as sacolas, fechando e trancando a porta.

— Remédio e besteirinhas que eu comprei pensando em você. - respondi, tirando tudo da sacola e botando em cima da mesa de estudos dela.

— Nossa, mas é muito coisa Izu. - comentou, e eu sentia seu julgamento de longe. — Quanto tu gastou? - a vi abrir a gaveta da cômoda e pegar sua carteira e eu automaticamente fui até ela, guardando a carteira no lugar.

— Não, eu comprei essas coisas porque eu quis. - a repreendi, segurando suas mãos quando ela tentou pegar a carteira de novo. Incrível que mesmo doente consegue ser teimosa. — S/N. - brigo, ainda que não elevo minha voz.

— Aposto que gastou a maior parte das suas economias comprando essas coisas pra mim, deixa eu pelo menos te pagar de volta. - pediu, cansada e ainda assim irredutível.

— Gastei só as do mês e não elas todas. - expliquei, levando seu corpinho até a cama. — Então relaxa, eu não vou aceitar nenhum dinheiro seu.

— Você é inacreditável, sabia? - rio, indo até sua gaveta e pegando um pijama que julguei ser confortável pra ela, não me importando de pegar calcinha ou sutiã. S/N não usa isso pra dormir. — Obrigada. - agradeceu, se desenrolando da toalha e começando a vestir as roupas, bem câmera lenta.

— Comprei uma garrafa de água pra você também. É pra beber ela todinha duas vezes, ouviu? - mostrei pra ela, e a expressão em seu rosto me fez prender uma risada.

— Mas isso aí é enorme!

— E? Vai tomar duas vezes, não quero saber. - ela bufou, provavelmente percebendo que eu não estava brincando. — Tu molhou o cabelo? - perguntei, vendo ela secar os fios na toalha.

— Acabei molhando ele sem querer. - resmungou. — Nem tinha percebido que tava sem xuxinha no cabelo.

— Ok, eu vou encher a garrafa lá embaixo, mas você me espera que eu vou secar seu cabelo.

— Izu, não precis-

— Shiu, eu que vou secar seu cabelo, ponto. - sorri, vendo ela revirar os olhos. Me aproximei, pegando seu rosto entre meus dedos e me abaixando pra alcançar seus lábios em um beijo doce. — Te amo.

— Eu também te amo. - resmungou, e eu saí do quarto, mais que apressado para voltar e poder cuidar dela.

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neste perfil amamos namorados atenciosos que cuidam das suas namoradas quando elas estão doente

𝐌𝐈𝐃𝐎𝐑𝐈𝐘𝐀 𝐈𝐙𝐔𝐊𝐔, 𝐜𝐨𝐦𝐨 𝐧𝐚𝐦𝐨𝐫𝐚𝐝𝐨Onde histórias criam vida. Descubra agora