Terceiro dia...
Eu encarava ela, me aproximando aos poucos da arena.
Não tinha pressa, ainda que me distraísse suavemente com os xingamentos de minha família atrás de mim.
Óbvio que eles reconheceriam uma das pessoas mais tóxicas que eu já trouxe pra minha vida. Nunca escondi meus relacionamentos dos meus pais, quer eles aprovassem eles ou não.
— QUEBRA A CARA DESSA PUTA! - Yuri gritava em plenos pulmões, e eu já me preparei para o os outros diriam.
— PEGA ELA! - minha mãe.
— FRITA ELA! - Matt, e surpreendentemente, Tony.
— FAZ PURÊ! - finalizou meu pai, e eu me segurei pra não rir.
Ai senhor, que bênção hein?
Subi no ringue, sem tirar os olhos dos dela. Kendra andava de um lado pro outro, me observando atentamente, sem parar de mexer em sua espada.
Mantive minha expressão inexpressiva — a típica cara de cu — e esperei.
— Eles ainda não gostam de mim. - comentou, e eu ativei minha individualidade.
— E tem como gostar? - pergunto cínica, trazendo duas espadas também, junto com a minha forma. Tirando algumas escamos aqui e ali, nada mudou em meu corpo. Mas o negócio com esse é mais interno que externo. Do jeito que eu tô, sou capaz de mandar ela para o outro lado da arena em dois segundos.
Kendra rosna, vindo pra cima. A mas cê tá brava?
Protegi meu rosto com as espadas, as manejando bem tanto na defensiva quanto na ofensiva. Nos movíamos rápido, e talvez para quem nos via de fora não passávamos de curtos pontos de luz.
Chutei sua barriga, passando minha katana perto de seu rosto. Não cheguei a fazer um corte profundo, mas ainda assim consegui fazê-la sangrar.
— Ficou mais rápida pesseguinha. - riu, como a doida varrida que era. — Estou surpresa. - limpou o rastro de sangue, lambendo o dedo depois.
— Acho que foi você que ficou mais lenta. - provoquei, indo pra cima dela de novo.
— Hmm, duvido um pouco disso. - dois cortes. A filha da puta deixou dois cortes no meu corpo. Sibilei, mordendo os dentes e encarando ela com ódio. — Ops.
— Cansei de brincar com você.
— Você sempre foi tão fácil de se irritar, S/N. - ouvir meu nome da boca dela depois de tanto tempo, me fez lembrar dos nossos tempos juntas.
Kendra era louca, surtada e logo de cara eu sabia que não deveria me envolver com ela. Mas sua reputação não significava nada quando éramos só nos duas, zuando e curtindo a vida como duas adolescentes rebeldes.
Ou uma adolescente rebelde e uma pré-universitária irresponsável.
Eu não ia muito com os ideais dela, achava seu extremismo radical demais. Mas nossa dinâmica na cama era tãooo boa. Kendra foi uma das melhores pessoas com quem já transei. Tocava pontos que me faziam cantar, e eu gozava tantas vezes que perdia totalmente a sensibilidade das pernas.
Mas sua obsessão por mim atingiu o auge quando ela resolveu se meter com meus amigos. Aquilo, foi demais pra mim.
Com movimentos rápidos, a imobilizei no chão, enfiando as duas espadas perto de seu pescoço, cruzando-as bem perto de sua pele.
— E você sempre foi tão fácil de enforcar, não é? - sorri, pressionando meu joelho em seu peito, a ouvindo ofegar.
O sinal toca e eu sei que venci aquela batalha. Mas só saí de cima dela quando um professor interviu.
Eu estava à um triz de aproximar minhas lâminas de sua carne. Mais um centímetro e eu cortaria sua carótida.
— Saiba que eu ainda te amo, pesseguinha. - não me comovi quando uma lágrima escorreu de seu olho.
Aproximei meu rosto dela, quase encostando nossas bocas e sem desviar meu olhar do dela.
— E eu te odeio.
No final, eu estava em cima daquele pódio. Meu coração estava limpo, mesmo que eu não tivesse ficado em primeiro lugar.
Infelizmente Izuku foi mais esperto que eu.
— O que você disse pra Kendra aquela hora? - me perguntou, um braço ao redor do meu pescoço.
— Nada demais. - não quis responder sua pergunta. — Vou me despedir deles, vai vim comigo? - gesticulei para os meus pais.
— Uhum.
Depois de eu ser esmagada — porque não tem como chamar aqui de abraço — por quatro pessoas e receber um tapa na cabeça por outra, finalmente consegui me despedir deles.
— Vai tomar no cu. - mas o Tony eu mandei tomar no cu.
— Acho que tem alguém ansioso. - Izuku me cutucou, e eu segui seu olhar.
Sorri quando reconheci Katsuki, parado com sua típica postura de garoto mal, encostado na parede. Seus olhos compenetrados nos meus, tão intenso que afastava qualquer um que passava por perto.
— Parece que hoje nossa janta vai ser cu de macho escroto. - zombo.
Izuku ri, e juntos vamos até o loiro.
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preparados para o próximo capítulo?
comentem "ESTAMOS CAPITÃ"
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𝐌𝐈𝐃𝐎𝐑𝐈𝐘𝐀 𝐈𝐙𝐔𝐊𝐔, 𝐜𝐨𝐦𝐨 𝐧𝐚𝐦𝐨𝐫𝐚𝐝𝐨
Hayran KurguDias, semanas, meses - e quem sabe anos? - você passa ao lado dele, seu namorado Midoriya Izuku. tw: cenas explícitas de sexo, drogas, violência, álcool, traumas. capa: @miytsuya neném de mi vida <3