Claro que Felix era o mais ansioso. Corria pelas ruas como um gato animado para ver seu dono depois de um longo tempo de viagem. Apesar de ter visto Minho no dia anterior. Mas a pressa tinha um motivo e ela estava em suas mãos.
Na manhã daquele dia, Jisung veio ao seu quarto, logo nos primeiros raiar de sol. Ainda estava acordado devido as longas horas que passou assistindo o dorama mais famoso da temporada em seu quarto. Quando Jisung apareceu, o casal tinha acabado de dar seu primeiro beijo, depois de longos e torturantes episódios de expectativa. Por mais que tenha ficado feliz em ver o tão esperando beijo, o envelope nas mãos de Jisung o deixou ainda mais feliz. Aquela era a carta. A carta para Minho.
Claro que não saiu de imediato. Jisung o impediu para que terminasse aquele episódio e comesse antes de sair. Mesmo assim, não conseguiu se alimentar bem em tamanho empolgação. Jisung lhe disse que não deveria ler, e que teria que entregar com cuidado ao destinatário.
Agora, era oficialmente, e novamente, um entregador intermediário de cartas trocadas.
Era nostálgico como estava vivendo aquilo mais uma vez, e que agora uma leve suspeita foi capitada por seu olhar afiado de um verdadeiro e futuro psicólogo.
Subindo as escadarias que levava ao apartamento do Lee mais velho, após ter ignorado os elevadores, Felix estava ofegante. Quando enfim chegou a porta e foi atendido. Minho o analisou, de cima a baixo, desconfiado de sua visita repentina. Pelas roupas e cabelos bagunçados, era notável que ele tinha acabado de acordar.
- O que faz aqui? - Deu espaço para que o outro entrasse.
- Isto - Estendeu o braço, entregando o envelope a Minho que olhou a frente e o verso, não achando nenhum detalhe que revelasse mais detalhes.
- Quem te deu isso, e por que para mim?
Felix ainda estava ofegante e suas respostas continuavam curtas e diretas.
- Jisung.
Um semblante surpreso tomou de conta de suas feições e em segundos, abriu o envelope matando sua curiosidade. Era a mesma caligrafia, porém mais madura e no topo das palavras, a que dava entrada a sua leitura, vinha sei nome artístico.
- Mas como você...?
Felix respirou fundo tentando se recuperar.
- Eu mandei uma carta sua pra ele - Seu corpo ainda estava agitado - Ele não sabe que é você.
O dia da galeria lhe veio a mente, Jisung havia dito conhecer Lee Know, mas não olhou para si e nem demonstrou reconhece-lo.
- Eu não sei o que dizer - Olhando a carta em suas mãos, algo parecia estranho, era uma sensação estranha que parecia ter adormecido a anos.l e despertado naquele instante o deixando leve.
- Leia e responda - Sorriu extasiado - Faça o que vocês sempre faziam, trocar cartas.
Um sentimento de felicidade e medo tomava seu corpo, e um ainda mais profundo dominava seu coração. Estava feliz, depois de tanto tempo. Genuinamente feliz.
- Você ama ele - Felix comentou depois de um tempo, chamando sua atenção.
- Eu não amo ele - Tentou se defender, nem sabia o que pensar - Eu só estou muito feliz por receber uma carta depois de tantas não respondidas.
- Você realmente ama ele - Repetiu, analisando as reações de Minho, suas orelhas estavam vermelhas desde o instante em que citou o nome do Han e o seus olhos estavam com um brilho diferente, o mesmo que viu nos olhos de Changbin quando ele confessou que estava apaixonado pela Yeji.
- Para de dizer bobagens, Felix - Gargalhou se sentando e lendo a carta.
Sabia exatamente qual foi a carta que ele recebeu pela resposta. A ultima carta. Jisung respondeu com sinceridade e quando leu a música, entendeu muito bem que ele queria dizer. Se sentiu triste por não poder ajuda-lo quando mais precisou, talvez, os outros também teriam o mesmo se sentimento.
- Obrigado - Dobrou a carta, encarando Felix - Isso é muito importante para mim.
- Ainda esperando você confessar que ama ele - Felix estava jogado no sofá, as olheiras enorme indicando a falta de sono, mas ele estava com os olhos fechados e na mesma posição deu um grande bocejo - Mas por enquanto me deixe dormir, só um pouquinho.
Suas mãos foram aos cabelos do mais novo e acariciou vendo ele ronronar e se ajeitar confortavelmente para mergulhar na terra dos sonhos. Se levantou, caminhou até seu quarto e pegou um papel e uma caneta, dando início ao que nunca deveria ter interrompido.
[...]
- Senhor e senhora Han? - O médico a chamou, analisando ainda os papéis em sua mão. Olhou para Jisung, sentado ao lado dela que segurava a mão de seu filho com medo do que estava por vir - Essa parte do cerebro aqui - Apontava para o cérebro em suas mãos - É o hipocampo, responsável pela memória, pelo que sua mãe me disse, você sofreu um acidente quando era criança e acabou tendo uma perda de memória seletiva. Porém um nódulo começou a crescer lentamente na região do hipocampo, o que pode justificar o fato de nunca detectarem ele antes.
- Então o meu filho está com câncer? - A senhora Han, estava angustiada ao seu lado.
- Não sabemos se é benigno ainda, mas ele esta grande e isso pode justificar as dores de cabeça e a perda de memória de coisas cotidianas.
Jisung estava sentado, ouvido tudo e confirmando o que já sabia. Estava doente, é agora era mais sério do que imaginava. As dores de cabeça estavam se tornando frequentes, era algo que tentava disfarçar sempre que podia e era o principal motivo de evitar sair com os amigos durante as férias.
Não tinha muito o que fazer além de ficar em casa, esperar a dor passar quando os remédios não faziam efeito e chorar por não aguentar mais viver daquele jeito.
Quando Felix saiu, naquela manhã, se viu desesperado de dor, e quando a sua mãe bateu a sua porta por ainda está Seul, se viu no único jeito de ser sincero e dizer a verdade.
Agora alí, sentado em frente ao neurologista, percebeu que sua vida estava a passo de ser curta. Queria poder dizer, esta tudo bem, mas nem ele mesmo acreditava nessas palavras.
- Podemos marcar uns exames, fazer uns testes e tentar fazer algo que o ajude.
- Eu só preciso de remédios mais fortes para dor, por enquanto - Jisung praticamente implorou sem forças
- Tudo bem.
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Me desculpa, foi tudo meticulosamente calculado hehehe
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Atenciosamente, J.One -- minsung
RomanceCartas, por que algo tão rústicos e antigo tinha que ser o motivo inicial de toda essa confusão? Jisung tinha um problema. Durante sua adolescência sendo um garoto tímido e sem nenhuma esperança na vida, encontrou com Lee Minho, um veterano que pare...