Parte 1: capítulo 6

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— Então, Taehyung, o que foi aquilo no Starbucks? Por que você ligou para a polícia? — pergunto assim que entro na casa, impressionado com o luxo que me cerca.

Taehyung se senta no sofá, gesticulando para que eu faça o mesmo. — Eu?! Eu não liguei para a polícia. — Sua expressão é de surpresa genuína.

— Taehyung, você desligou assim que eu te ameacei com uma arma. Como teve coragem de se encontrar comigo novamente sabendo que eu estaria armado?

— Eu confio em você, Jeon. — Ele olha diretamente nos meus olhos, sem vacilar. — E você? Por que veio mesmo sabendo que eu poderia ter chamado a polícia?

Essa pergunta me pega de surpresa. Sinto-me um ingênuo, mas decido não deixar transparecer. — Porque ainda confio em você. Fizemos um acordo quando éramos crianças de nunca nos entregarmos, mesmo que fizéssemos coisas erradas. Juramos de dedinho, lembra?

A lembrança parece deslocada, quase ridícula, vindo de um homem de vinte e quatro anos. Mas, de certa forma, também é confortante.

Ele ri e me puxa para um abraço apertado. — Você ainda é o mesmo. — Sua voz é suave, e eu sorrio, retribuindo o abraço. — Aposto que tem muita coisa para me contar.

— Sim... coisas que eu devia ter te dito há muito tempo. Se eu tivesse falado antes, tudo seria diferente.

— Eu sempre percebi que você não estava bem, mas não conseguia me contar o que estava acontecendo. Está tudo bem agora.

— Taehyung, eu era secretamente apaixonado por você... porra — murmuro o palavrão, envergonhado.

Ele se aproxima mais no sofá, até que nossas pernas se tocam. A arma no bolso oposto me lembra de manter a calma. — Eu também era apaixonado por você. Por isso tentei te beijar naquela época.

Meu coração dispara novamente. — Se você estava no Tinder, estava procurando algo mais, certo? Não acho que fosse só para fazer amizades. — Coloco minha mão em sua coxa, sentindo a tensão crescer.

Meu coração bate mais rápido... de novo.

Parece que está acontecendo algo. Meu pau ficou duro, acho que é assim que uma vida sexual funciona.

Taehyung se inclina, até que seu rosto está a poucos centímetros do meu. — Sim, é lógico que eu queria algo mais. — Ele se senta no meu colo, de frente para mim, e eu arregalo os olhos antes dele segurar minha nuca e me beijar profundamente, sedento. Eu solto um leve gemido de prazer com um simples beijo e agarro sua cintura firmemente. Porra, isso é inacreditável.

Ele está sedento. Ele se move para frente e para trás de uma forma sugestiva, e eu agarro sua bunda com força, dando uma palmada e pressionando nossos corpos juntos. O beijo se torna mais feroz, e Taehyung me deita no sofá, ficando por cima de mim.

Mas quando ele apalpa meu membro, uma onda de pânico me invade. Meu corpo treme, e empurro-o levemente para me levantar, bagunçando os cabelos enquanto tento recuperar o fôlego quase inexistente. Taehyung, assustado com minha reação repentina, olha para mim com preocupação.

Eu não consigo nem me masturbar sem que a imagem do filho da puta do Donghae me invada a mente. Porra, porra, porra!

— Você está bem? — Taehyung pergunta um pouco assustado e preocupado.

— Por favor, não se aproxime até eu me acalmar — peço, ainda tremendo, enquanto ele dá um passo para trás. — Desculpa por isso, mas aconteceu de novo.

— É culpa do seu ex que você mencionou naquele dia?

— Sim, mas ele está morto. Não deveria me afetar tanto depois de tantos anos. — Respiro profundamente, tentando controlar meu coração acelerado. — Acho que vou para casa, Taehyung. — digo, sentindo a necessidade de fugir daquela situação, minha voz trêmula.

Então talvez eu não seja gay, só um cara bissexual traumatizado.

— Calma, Jeon, não precisa ir tão cedo...

— Você estava no Tinder provavelmente para foder, então sinto muito por isso. Talvez dê tempo de você achar outro cara... ou mulher, não sei.

— Eu não estou afim disso agora. Não quero que você fuja de novo.

— Taehyung, você acha certo assassinar estupradores a sangue frio? — pergunto, tentando avaliar até onde posso confiar nele.

— A sangue frio é uma questão difícil, Jungkook. Eu teria que pensar antes de responder.

— Entendi... — Checo meus pertences no bolso e me dirijo à porta.

— Você realmente vai agora?

— Nos vemos outro dia.

Saio da casa rapidamente, sem cobrir a placa da moto desta vez. Não acho que Taehyung me trairia. Vou o mais rápido possível para casa, pensando em parar no Starbucks para pegar um achocolatado ou algo do tipo, mas decido me isolar logo.

Quando estou prestes a abrir a porta de casa, meu celular vibra com uma mensagem. Pelo contexto, espero que seja de Taehyung, mas antes fosse.

"Recuperei o que o cara que você matou ontem me devia. Se vier atrás de mim, vai morrer, seu merda."

Puta que pariu. Abro a mensagem, é de um número desconhecido. Tento responder, mas a mensagem não é enviada. Provavelmente um número temporário. Ao abrir a porta, vejo que foi arrombada. Meu coração acelera.

Entro e arrasto o maior móvel que consigo para segurar a porta. Vou até o quarto onde guardo as drogas, que também foi arrombado. Está vazio.

Meu dinheiro também estava ali.

Os clientes vão me caçar se eu não aparecer com as encomendas, e agora não tenho nada além do dinheiro na minha carteira. Minhas mãos tremem enquanto tento acender um cigarro. Trago tão forte que começo a tossir violentamente. Ando pelo apartamento, bagunçando os cabelos, sentindo-me desesperado e sem saída.

Tenho duas opções: salvar minha vida ou ir atrás do desgraçado que fez isso. Não sei quem ele é, mas preciso descobrir.

Outlaw ( Kth + Jjk )Onde histórias criam vida. Descubra agora