Parte 1: capítulo 7

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Sério que entraram na sua casa e levaram tudo?! — Namjoon pergunta, incrédulo.

— Sim. E eu não faço ideia de quem possa ter sido. O cara está morto, então não tem como perguntar... puta merda. — Sinto a frustração subindo.

Cada vez que penso no dinheiro perdido, a ansiedade me corrói. Não posso gastar os últimos três mil reais em drogas, não agora. Se tiver que fugir, vou precisar desse dinheiro para comer, para a gasolina da moto. Se ninguém vier atrás de mim nessas duas semanas, talvez eu consiga recomeçar.

Pego meu último cigarro do maço e acendo, puxando todas as toxinas para dentro do meu pulmão que já respirava ansioso por isso. O alívio momentâneo é uma bênção.

Mas que porra, né? E como você está em relação a isso? Foi muito dinheiro perdido, puta merda. — Namjoon parece mais preocupado do que eu.

E isso me deixa bem reflexivo.

Eu não estou com saudade do dinheiro perdido.

Porque... eu não posso... gastar do jeito que quero.

O que eu fiz com a minha vida? Puta merda, o que eu fiz?

Jeon? Me responde. Está tão mal assim? Calma, cara, com um tempo você volta a conseguir dinheiro. — A voz de Namjoon soa distante, quase como se estivesse ecoando em meus ouvidos.

— Namjoon, tenho que desligar agora. Te ligo depois. — Sem esperar pela resposta, desligo a chamada e me sento no chão, me sentindo perdido.

Eu não sinto falta do dinheiro, não da maneira que deveria. Estou mais preocupado porque não posso gastar do jeito que eu quero, com o luxo que almejo, uma casa como a do Taehyung, ou viajar para o exterior. A verdade é que minha vida está uma merda, e eu sinto que estou à beira de um colapso.

A qualquer momento meu rosto pode aparecer em alguma reportagem ou em placa de procurados. Na verdade, minha digital já está recolhida pela polícia há anos, não conseguiria tirar um passaporte ou sequer abrir conta em banco.

O barulho de passos na rua me traz de volta à realidade, me deixando alerta. Paro de refletir e pego o celular novamente, discando o número de Taehyung.

— Atende, por favor, atende! — Murmuro, quase em desespero, enquanto o telefone chama.

Jeon?

— Que bom que atendeu. Olha, Taehyung, posso ir para aí? — A minha voz treme de ansiedade, e eu corro até a janela, checando se tem alguém suspeito.

Mas você acabou de sair daqui, Jungkook.

Por favor, Taehyung, eu preciso.

— Tá certo... — Ele suspira profundamente. — Pode vir.

Desligo a ligação, pego minha única mala e coloco dentro dela todas as minhas melhores roupas e alguns pertences. O resto das minhas coisas vão em três sacolas. Arrasto o móvel que estava segurando a porta e saio, carregando tudo até a moto. Amarro a mala nas minhas costas e coloco as sacolas nos guidões. É tudo o que tenho agora.

Vou devagar, tentando não perder nada no caminho. Vinte minutos depois, chego à casa de Taehyung e bato na porta. Ele atende, vestindo pijama e com uma expressão de cansaço evidente.

Outlaw ( Kth + Jjk )Onde histórias criam vida. Descubra agora