Parte 2: capítulo 9 (FINAL)

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Eu acordo na casa do Taehyung.

Ele está me olhando preocupado, e eu não consigo me lembrar do que aconteceu. Tudo está doendo. Tudo está errado.

Meu celular está ao meu lado, e eu sinto meu corpo grogue, mole.

Ressaca.

— Tae...? — tento chamá-lo, mas ele está me olhando com uma cara muito ruim. — O que aconteceu? — me sento, ficando bem à sua frente.

— Puta merda, Jungkook, EU que pergunto o que aconteceu, porra! O que deu em você? Qual o seu problema, caralho?! — Taehyung bate no meu peito forte, e de novo, e de novo. Ele está chorando.

Eu tento me recordar, mas só me lembro de jogar o celular fora, fazer a mala, sair de casa e beber muito...

Um flash de um carro passa em minha mente, e eu gelo.

— Você jura que não se lembra? — Taehyung pergunta, suspirando pesadamente e passando as mãos nos cabelos, estressado.

— Não, porra! Eu bebi tanto que não me lembro de nada! — me exalto, me sentindo estranho.

Taehyung suspira e aperta a testa.

— Ontem eu estava voltando do trabalho e vi você se jogando na rodovia. Eu quase tive um infarto quando vi. O carro freou, mas ainda te atingiu e você caiu no meio do asfalto.

Me lembro que realmente queria dar um fim em tudo e jamais me envolver na vida de ninguém novamente, e aqui estou eu; na casa de Taehyung.

— Porra. — murmuro, me sentindo inútil.

— Por quê, Jeon? — Taehyung pergunta, parecendo estar me julgando, e eu sinto meu sangue ferver.

Minha alma é impura, eu estou acostumado a sentir raiva. Odeio isso em mim.

Fico em silêncio, sem saber o que responder e olhando para minhas tatuagens. Não sei por que, mas estou me sentindo sem ar, uma vontade absurda de ficar bêbado.

— Você é problemático, Jungkook. Espero muito que a vida te cure com o tempo. — ele diz olhando para o chão cabisbaixo.

— Você não tem medo que eu te mate? — pergunto, realmente curioso.

Não sei por que ele confia tanto em mim. Se eu enlouquecesse, não quero nem pensar no que eu poderia fazer. Sinto que estou a um passo da insanidade.

— Tenho. Tenho sim. Mas, poxa, eu sei que se você me matasse, morreria em arrependimento. Você não iria estragar ainda mais essa tua cabeça que já está tão bagunçada. Não é idiota a esse ponto.

— Eu não te mataria porque te amo, Taehyung. A única pessoa a qual eu tiraria a vida seria a minha própria. — falo com a voz firme, tão firme, que pareceu ser mentira.

— Você precisa se tratar, Jungkook.

Olho para minhas próprias mãos. É, talvez eu realmente precise me tratar.

Taehyung se levanta e vai até a cozinha. Eu ouço ele mexendo nas coisas, mas estou muito preso nos meus próprios pensamentos para me importar. Minhas mãos tremem, e eu sinto uma vontade imensa de fugir de novo. Mas não posso continuar assim.

Sinto que nada está certo, que nada vale a pena.

Taehyung volta com um copo de água e um comprimido.

— Aqui, toma isso. Vai te ajudar a se acalmar um pouco.

Eu aceito o copo e o comprimido sem questionar. Taehyung se senta ao meu lado, silencioso. O silêncio entre nós é pesado, mas confortante de certa forma. O fato de sentir que sou dependente dele para continuar são me assusta. Taehyung me faz bem, mas sei que não é recíproco.

Outlaw ( Kth + Jjk )Onde histórias criam vida. Descubra agora