Quando ele disse aquilo, corri em direção ao banheiro do quarto dos meus pais, batendo na porta com socos fortes e chutes.
— Não liguem para a polícia! Não liguem! — gritei, enquanto continuava a chutar a porta, tentando arrombá-la.
— Temos que fazer algo! Precisamos ligar! — meu pai gritava lá de dentro.
— Ele vai matar minha mãe se a polícia chegar! Saiam daí! — falei quase aos prantos, e ouvi um tiro vindo da sala.
Meu corpo gelou. Meu pai e Taehyung saíram do banheiro no mesmo instante, com os olhos arregalados.
— Porra... — murmurei, correndo para a sala. Minha mãe estava agachada no chão, com as mãos na cabeça, enquanto Jimin se dirigia ao nosso quarto, parando ao me ver saindo de lá.
— Eu vou ficar aqui, e eu que mando nessa porra. Se a polícia aparecer, vou acertar alguém de verdade.
Olhei para o sofá, agora com um buraco. Ele atirou para intimidar, e conseguiu, minha mãe está tremendo de medo.
— Vem, mãe... — disse, segurando seu braço para ajudá-la a se levantar. — Vá para o quarto com meu pai e Taehyung, não saiam de lá.
— E você? — ela perguntou, e eu quase chorei, vendo que, mesmo assim, ela se preocupava comigo.
— Depois eu vou. Tranque a porta. — disse, e ela foi para lá, onde Taehyung deu uma última olhada para mim antes de fechar a porta e seguir minhas instruções.
— Sem nós três nessa vida, não tem como continuar. Preciso do Namjoon e de você. — Jimin falou, e eu me joguei no sofá, suspirando.
Não disse nada, apenas olhei para o nada. Não posso julgar Jimin, se ligassem para a polícia para me prender, eu faria o mesmo.
E se estivesse em perigo, faria o mesmo. Foi assim que acabei na casa do Taehyung, manipulando emocionalmente alguns anos atrás.
— Responde alguma coisa, Jungkook. — Jimin apontou a arma, desengatilhada, para mim antes de guardá-la no bolso.
— A polícia ficou com minhas armas, inclusive aquela que valia um rim.
— Que merda, cara. Mas você não guardou nada nesta casa? Eu tenho uma arma escondida na casa da minha avó, ela nem sonha.
— Não, não queria envolver ninguém na minha vida de merda, mas acabei envolvendo, já que você quase atirou na minha mãe. — falei, segurando a raiva ao falar a última frase.
Jimin sacou uma arma do outro bolso e me entregou.
— Toma, comprei com o dinheiro das drogas que você vendeu para mim e para o Namjoon naquele dia.
— É sério isso? — pergunto enquanto olho para a arma com marcas de uso.
Apesar de ser puro interesse próprio, fiquei impressionado por ganhar uma arma de Jimin.
Ele não confia em mim, e nem eu nele, mas podemos trocar interesses. Minha mão coça para não lhe dar um tiro no peito e acabar logo com isso.
— O que você quer que eu faça com isso? — pergunto, analisando a arma relativamente mixuruca que ele me deu.
— Me ajudar a matar uns caras que estão atrás de mim. — ele fala, e sinto que é o fim da picada.
— Estou com o ombro em repouso, deslocado e não tratado. — menti levemente, já que a fisioterapia está sendo para recuperação completa, não que esteja inutilizável agora.
— Na vida do crime, a gente passa por essas coisas. Nosso acordo é vitalício, Jeon.
Abri o rifle e vi que a arma não estava carregada.
— E como vou matá-los, se estou sem balas e sem dinheiro para comprar? — perguntei.
— Aceita matar esses caras em troca de dinheiro e da minha palavra de não te dedurar?
— Aceito. — disse.
— Ótimo. — Jimin pegou a arma, recarregando-a com balas do bolso, e me entregou.
— Quando vamos atrás deles? — pergunto, sentindo minhas mãos suarem.
— Agora, antes que nos achem. Se já não acharam. — ele disse, e internamente soltei um "puta que pariu."
— Então vamos checar. — respondi, indo até a primeira janela, suspirando aliviado ao ver que não havia ninguém.
Jimin foi checar a janela da cozinha, e eu engatilhei a arma antes de ir para lá. Fingi checar a porta dos fundos, e vi pelo reflexo da parede que ele estava de costas.
Nesse momento, soltei um sorriso vitorioso. Com rapidez, virei-me, mirei no ponto mais próximo ao coração e atirei.
Ele caiu no chão, gritando de dor e olhando assustado para mim.
— Porra! O que você fez?! Puta que pariu! — Jimin gritou, tentando engatilhar a arma, mas atirei em sua mão antes disso.
— Você ameaçou minha família e minha liberdade, seu filho da puta. Não vou voltar para essa vida de crime, não vou! — falei com ódio, atirando no chão perto de sua cabeça para intimidá-lo.
— N-nosso acordo era de proteção. — ele disse com dificuldade, a dor evidente em seu rosto, e meu sangue ferve mais ainda.
— E você acabou com minha vida, já que agora vou ficar foragido por te matar, seu merda. — disse, chutando sua costela, fazendo-o gritar de dor. — Tudo é por interesse próprio, usei você e o Namjoon do mesmo jeito que vocês me usaram, mas agora acabou! Você me pôs em risco e quebrou o acordo.
Ele olhou para mim com ódio e dor, e quando vi que ele estava com uma arma na mão esquerda, atirei em sua testa antes que pudesse reagir.
Se fosse a arma que Donghae me deu, ele teria ficado inconsciente no primeiro tiro.
Olhei para trás e vi Taehyung, apavorado, me encarando.
Não disse nada, apenas joguei a arma no lixo da cozinha e fui para meu quarto, sem olhar para ninguém. Troquei de roupa, arrumei uma mochila com roupas e meus 3 mil reais — ainda não gastos — e saí de casa pela janela.
Os caras da máfia estavam realmente ali. Liguei para a polícia, descrevendo o rosto de cada um.
Eu sei que serei preso, sei que minhas digitais estão na arma que deixei no lixo da casa, mas não posso fazer mais nada. Jimin tinha que morrer, era a única solução.
Vou reiniciar minha vida, seja onde for, seja como for.
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Então essa foi a parte 1 de Outlaw! Fiquem atentos com as atualizações, que em pouco tempo a parte 2 será postada!Obrigada aos que estão acompanhando, espero que estejam gostando!!
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Outlaw ( Kth + Jjk )
Fanfiction|CONCLUÍDA| Jeon Jungkook começou a se envolver com o mundo do crime aos seus catorze anos, graças ao seu ex-namorado, que também foi o responsável por inúmeros traumas em sua vida. Mesmo após perder os vínculos com ele, Jungkook continua no ramo c...