Capítulo 23

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Na madrugada, mesmo estando separados por um corredor eu escutei a Violet chorar todas as vezes que ela acordou para mamar. E em todas as vezes eu me levantei e caminhei até a porta do quarto onde elas estavam, bati, chamei pela Elisabeth, pedi para ela abrir a porta, pedi para conversar e perguntei se ela não queria ajuda.

Não obtive resposta em nenhuma das vezes, para nenhuma das perguntas ou pedidos que eu fiz.

Eu respirei fundo e voltei para o meu quarto, mas não consegui pegar no sono pensando em um jeito de me desculpar, de fazer as pazes. Ela está furiosa comigo ainda.

Pedir desculpas não resolveu. E ela não quer conversar sobre o assunto.

Eu não sei o que fazer.

Não quero pedir para o Frank levá-la a empresa outra vez, ela ficou ainda mais brava, deu para notar pelo bilhete com o BARNES em letras maiúsculas. Também não quero forçar ela a falar comigo, porque ela sempre me dá tempo quando eu não quero conversar sobre algo.

Mas eu odeio ficar sem falar com ela. Odeio ficar sem tocar nela. Abraçar ela. Sentir o cheiro dela. Eu odeio ficar longe dela, afastado dela.

Ainda estamos na mesma casa, pelo menos agora ela não foge para o antigo apartamento para se isolar. Mas mesmo assim, mesmo estando na mesma casa, estamos afastados. Ela mal olha na minha cara.

É sexta-feira. Madisson recebe alta hoje, ao que tudo indica. A casa foi limpa ontem, pagamos um grupo de pessoas para deixar brilhando. Felipe abasteceu a geladeira e os armários.

Os seguranças vão estar em frente ao prédio assim que ela chegar, e ela vai estar segura, eu confio no Frank, sei que ele arrumou os melhores. Espero que assim o Felipe não passe perto daquele lugar, ele não precisa manter contato ou ficar indo ver se ele está bem, viva.

Ela vai estar bem protegida com todos aqueles seguranças vinte e quatro horas em frente ao prédio dela. Além disso, tem dois que vão ficar em frente ao apartamento. Ninguém vai entrar lá.

Higor e ele vão buscar ela no hospital. Ele disse que iria sozinho, mas não confiamos nele, então Higor tá de babá outra vez.

Meu despertador dominou o quarto às sete em ponto e eu já estava acordado. Estou acordado pensando desde as cinco da manhã.

Me levantei e fui direto para o banheiro, tomei um banho gelado para despertar e quando saí fui direto para o closet. Vesti uma cueca e peguei um terno. Depois de pronto eu saí do closet, peguei minha bolsa e o meu celular.

"Eu: Indo para a empresa. Me liga se precisar de alguma coisa. Desculpa. Te amo ❤️. (07:54)"

Depois de enviar a mensagem eu respirei fundo e sai do quarto.

O quarto onde elas estão ainda está trancado, mas eu sei que a Elisabeth já deve estar acordada.

Pensei em bater na porta outra vez e pedir para conversar novamente, mas eu sei que ela está com raiva ainda e depois do bilhete com BARNES em maiúsculo que ela deixou na minha mesa ontem, prefero esperar.

Madisson sai do hospital hoje e por esse motivo cheguei cedo ontem. Fechei a empresa mais cedo porque o Felipe queria se certificar de que a casa estaria limpa. Ele contratou um serviço de limpeza para deixar a casa brilhando.

Minhas suspeitas de que há algo a mais do que um sentimento de "proteção" ali só aumentou mais quando ele disse que buscaria ela no hospital hoje junto com os pais dela, segundo ele, para ajudar no que fosse preciso.

Higor e eu nos olhamos e sei bem que ele pensou que há algo a mais nessa história. Mas ficamos em silêncio e dissemos para que ele voltasse logo depois de deixar eles em casa, porque tem muitos casos na empresa.

The Contract - continuação..Onde histórias criam vida. Descubra agora