Between us

XXII - I fucked up

Billie's pov

  Eu ainda não consiga acreditar no que a Blake havia me dito a uns dias atrás. Ela tinha simplesmente enjoado de mim? Acho bem difícil, ninguém enjoa assim tão fácil da minha pessoa. Tá, também não é assim. Mas porra, não encaixa na minha cabeça.

— Tá pensando no que, gata? - Danielle me pergunta, enquanto saia nua do banheiro. Ela era linda, e eu gostava de estar com ela. Mas por mais que eu odeie admitir isso pra mim mesma, algo havia mudado.

— Tô pensando no quão linda você é - eu levanto da cama, e vou ao seu encontro. Eu estava mentindo, tentando me convencer que estava tudo bem, quando na verdade, não estava. Beijo seus lábios, e passo para o seu pescoço. Meu celular vibra em meu bolso, vejo ser o Finneas.

  — Finneas? - ela pergunta, assim que me afasto pra responder. Eu concordo com a cabeça. Ela se joga na cama, bufando. Não sei o que ela tem contra o meu irmão. Mas bom, meu irmão também não gosta dela.

— Eu vou sair com ele, temos algumas coisas pra resolver. - eu pego a chave do meu carro, e coloco apenas minhas correntes e anéis, como eu já estava vestida.

— Eu não posso ir junto? - ela faz bico, eu até acharia fofo, como acontecia outras vezes, mas não dessa vez.

— Acredito que seja melhor não. Vai pra casa, descansa. - eu pego meu celular, e dou um selinho rápido na mesma. Suspiro aliviada ao sair do quarto. Não sei o que tá acontecendo.

Vou até o carro, onde o Finneas já estava me esperando.

[...]

  Estávamos sentados em uns bancos, no Taco Bell's. Eu amava os burritos que tinham aqui.

Lembro da noite anterior, onde eu furei dois pneus do carro da Blake. Foi infantil da minha parte? Com certeza. Não devia ter feito? Não. Mas na minha cabeça, de certa forma ela mereceu, além de o álcool ter ajudado muito. Enfim, isso só me faz ter mais certeza, que eu tô muito fodida. Se eu realmente não me importasse com o que aconteceu, eu não teria feito nada desse tipo, afinal, eu não sou assim.

— Então, o que está te deixando tão incomodada esse últimos dias? Tão distante? - estava assim tão na cara?

— Eu não tô distante, só um pouco distraída - eu mordo o taco, ele me olha desconfiado. Eu não tinha contado a ele sobre o que eu tinha feito, e acho que nem irei falar. Não foi algo legal de se fazer.

— Você não vai mesmo me contar o que aconteceu? - eu me encosto no cadeira. Nem eu sabia dizer o que realmente estava acontecendo.

— Eu não sei, tá legal? Talvez eu tenha colocado expectativa demais em algo que eu sabia que não daria certo - ela ri, negando com a cabeça

— Eu não acredito, você tá apaixonada. - eu arregalo meus olhos

— Você só pode estar viajando. Eu odeio aquela menina, nunca deveria ter me aproximado. - eu cruzo meus braços, e direciono meu olhar para as pessoas sentadas na mesa ao lado.

— Aquela menina, hum? - ele sorri. Merda, acabei de me entregar. — Sinceramente? Você não parece odiar ela, muito pelo contrário...- eu não ia ficar ouvindo o quanto eu estava apaixonada por alguém que não está nem aí, então eu o corto.

— Cala a boca, Finneas. Eu não estou apaixonada. Na verdade, estou muito melhor agora que não tenho que a suportar. - eu elevo um pouco o tom de voz, ele ergue as mãos em sinal de rendição.

— Tá, foi mal. Não posso deduzir o que você sente, e como você diz que não sente nada, não falarei mais disso. - ele toma seu suco, eu a olho desconfiada. Ele ia parar assim tão rápido? — Por mais que pareça que você tá completamente apaixonada. - e aí está, sabia que ele não ia deixar de lado. Bufo

— Por que você tem que me conhecer tão bem? - eu deixo escapar baixo, em sinal de frustração. Eu nunca conseguia esconder nada dele, as vezes eu achava que ele me conhecia melhor do que eu mesma.

— Hum? Não consegui te ouvir - ele sorri de lado. Ele tinha ouvido sim, só queria que eu admitisse de uma vez por todas. O que eu não iria fazer assim tão fácil, afinal, nem sei se é isso mesmo.

— Você é insuportável, sabia? - eu jogo uma batata frita no mesmo, que desviou rindo. Depois ficou sério

— Mas por favor, me diga que não é pela Danielle, pelo amor de Deus. - ele me olha atentamente

— Não, claro que não. Não é por ela - ele suspira, e se encosta na cadeira. — e nem por nenhuma outra pessoa. - ele me olha com cara de tédio, eu sorrio.

Depois de algum tempo jogando conversa fora, e comendo, nós decidimos ir embora. Estava compondo uma canção, e o Finn iria me ajudar nisso. Ele também é compositor, um dos melhores. Além de cantar, e ser ótimo na porra toda.

No caminho pra casa, infelizmente tenho que pegar o caminho que passa pela casa da única pessoa que não queria ver. Vejo a Blake ajudar uma mulher a pegar algumas malas de um carro. Mas não estava conseguindo ver direito de quem se trata. Até que ela olha em minha direção, e vejo ser a Kehlani. Era muita mala pra apenas um dia. Será que elas estão levando aquele rolo da festa do Caleb, a sério?

Balanço minha cabeça, e olho pra frente, prestando atenção no caminho. Não queria causar nenhum acidente. E eu não deveria ter olhado, e nem ficar pensando nessas coisas. Afinal, é a vida dela, e eu não tenho e nunca tive, nada a ver com isso.

  — Aquela ali é a Kehlani? - ouço o meu irmão perguntar. Ele conhece a conhece faz um tempo, tinha ajudado a ela a compor uma de suas músicas. Eu acelero com o carro, não queria que ele pedisse pra eu parar. Não queria ter que a encarar depois do que eu fiz. Imagina a merda que seria.

— Kehlani? Não prestei atenção, mas acho que não era ela não. - eu minto. Vai que ele pede pra eu voltar lá. Se bem que já estávamos em frente em casa, mas melhor evitar.

— Claro, você afundou o pé no acelerador, não ia conseguir ver mesmo. Billie? Você tá bem? - o Finneas me pergunta depois se alguns instantes. Enquanto coloco o carro na garagem. Eu estava batendo meus dedos no volante, talvez isso tenha chamado sua atenção.

— Claro. Por que eu não estaria? - eu respondo rindo, e ele balança o ombro.

— Parece que você ficou meio tensa, do nada. Mas deve ser só impressão - ele sorri, e desce do carro. Eu suspiro, e encosto minha cabeça no banco. Que merda.

Eu não posso deixar que isso me afete de nenhuma forma. Afinal, nunca tivemos algo que realmente foi verdadeiro. Nos beijávamos, e transávamos, mas fazer sexo por fazer, todo mundo faz. Porém não posso negar que sentia uma certa conexão entre nós, mas devia ser apenas uma grande ilusão.

  Me assusto com alguém batendo no vidro, olho e vejo ser o Finneas. Será que fiquei tanto tempo assim aqui? Abaixo o vidro

— Não vai mais sair do carro não? - ele me olha. Eu peço espaço e abro a porta do carro.

— Queria ficar mais um tempinho longe da sua chatice - eu mostro a língua pra ele, que sorria, eu rio. O puxo com o meu braço em seu pescoço. Eu amo ele pra cacete, nunca vou conseguir explicar o quão forte é a nossa conexão, e nosso amor um pelo outro.

Eu faria de tudo pelo meu irmão, e não tenho dúvidas de que ele faria o possível e o impossível por mim também. Ele, além de meu irmão, é meu melhor amigo. E se mais vidas eu tivesse, em todas eu o escolheria como tal.