XIV - Bad ass bitch

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Como de costume, estávamos eu e a Mia sentadas no refeitório. Mas dessa vez, do meu lado sentada em cima da mesa, estava a Billie, e alguns dos seus amigos.

Riamos de algumas coisas que eles diziam, não vou negar que eram bem engraçados, as vezes, meio sem noção, mas tudo é questão de relevar.

Olho para a Billie ao meu lado, que estava com seus braços em volta do meu ombro. Eu gostava da companhia dela, que estava cada vez mais presente na minha rotina. Já tinha alguns dias que estávamos estudando, o que nos aproximou ainda mais, além da nosso envolvimento sexual.

Ela se inscreveu para aquele show de talentos, depois de muito que eu insisti. Ela estava compondo outras músicas, mas não queria me mostrar antes de ficarem prontas. Ela agora, ficava mais a vontade pra cantar na frente de outras pessoas. Já tinha até cantado algumas músicas aqui mesmo, no refeitório.

  — Se não fosse tão impossível, diria que vocês fariam um belo casal - um dos seus amigos, chamado Bryan, comentou, enquanto nos olhava sorrindo. Eu bufo, tirando os braços da Billie do meu ombro.

— Talvez não seja assim tão impossível, afinal - Billie surpreendentemente responde, me olhando com seu sorriso de lado, me tirando um sorriso idiota. Fazendo todos ao nosso redor ficarem agitados

— Não viaja - eu respondo, dando tapinhas nas costas da Billie, e me levanto. Todos bufam, desapontados com meu comentário. Eu rio. Odeio admitir que eu gostei do que ela disse, mas não vou demostrar isso a ela. Vou até a Mia; e digo que vou ao banheiro, ela só concorda com a cabeça. 

Eu começo a andar em direção ao banheiro. Rindo que nem uma boba, nunca me senti dessa forma. Vejo algumas pessoas cochicharem quando eu passava, isso estava bem decorrente depois de eu começar a andar com a Billie pela escola.

— Que porra 'cês tão olhando? - eu pergunto olhando para algumas das pessoas, o que fazem elas continuarem o que antes estavam fazendo. Bom mesmo.

Entro no banheiro, faço o que precisava; e saio do box, dando de cara com aquela menina que costumava andar com a Billie, antes de eu ocupar seu precioso lugar. Ela empaca no lugar, e fica me encarando.

— Então, eu preciso que você saia da minha frente - eu digo, e tento passar, mas ela impede minha passagem com seu braço.

— Você se acha a fodona, não é? Acha que pode ter todos aos seus pés, e fazer o que quiser. Mas não é bem assim que funciona - ela diz cuspindo enquanto apontava seu dedo em minha direção.

— Eu não me acho, querida. Eu sou a fodona, e é bom que você fique longe do meu caminho - eu a empurro um tanto forte demais, quase a derrubando. Passo por ela, mas antes que eu pudesse sair do banheiro, ela continua.

— Você deve achar que a Billie gosta de você, não é? Mas isso é só uma encenação. Ela não gosta de ninguém, além de mim - eu rio alto, que mina iludida. — Tá rindo de que?

— A Eilish, não gosta de você. Aliás, como é mesmo seu nome? Ela nunca mencionou nada - eu digo, fazendo cara de quem tenta lembrar algo, vejo ela se balançar com isso. — E fica tranquila, nosso lance não envolve sentimentos.

— Meu nome é Danielle. E tenho certeza que você está mentindo. Eu sei que ela gosta de mim, ela me disse, e é isso que importa. - ela responde, vindo até mim, ficando bem perto do meu rosto. — É só você ficar bem longe dela, que nada vai te acontecer.

— Isso é uma ameaça? Você tem certeza que quer me ameaçar? Logo eu? - eu digo, pegando forte em seu braço. Ela segura o mesmo.

— Na verdade, é melhor você ficar longe dela, antes que você a machuque, assim como fez com a Drew. Você não quer a machucar, quer? Afinal, todo mundo sabe a grande fodida que você é. - eu solto seu braço, a empurrando. Enquanto ela ria, passando a língua entre seus dentes, se divertindo. Dou uma última olhada pra mesma, e saio dali.

  Eu não podia ignorar o fato, de que algumas coisas que ela disse são verdades. A Billie tinha se tornado muito importante pra mim, e eu não quero que ela sofra. E eu sei que se ela continuar se envolvendo comigo, em algum momento vai se tornar alguém como eu; e eu não quero isso.

Eu estava andando até o refeitório, o mais devagar que conseguia. Eu não posso deixar que isso continue acontecendo, eu precisava me afastar da Billie o mais rápido possível. Tava tudo indo tão bem pra ela agora, e eu não quero estragar isso. Eu me apaguei a ela, e não quero saber o que mais pode acontecer se continuarmos com isso. A Daniele estava certa, o melhor pra ela, é que eu me afaste, de uma vez por todas. Eu sou uma fodida, e não quero isso pra ela. É muito tarde pra mim, mas eu vou fazer o possível pra que não seja pra ela.

Olho de longe pra onde ela estava, com seus amigos e a Mia, enquanto ela sorria largamente, mostrando seus covinhas, e dizia algo bem animada, enquanto articulava espontaneamente. Eu sorrio, e nessa hora, eu percebi o tanto que eu estava ferrada, o tanto que eu a queria; o tanto que eu precisava dela.

E então, ela olha em minha direção, encontrando o meu olhar. Ela sorri, e me chama fazendo gestos com a mão. Eu não sabia como eu ia fazer, como ia falar pra ela, mas tem que ser feito.

Vou até onde eles estavam, e me sento no banco, ela me olha um tanto quanto preocupada.

—  O que aconteceu? Você tá estranha - ela diz, eu sorrio fraco, mesmo nesse pouco tempo, ela me conhecia tão bem. Tínhamos tanto em comum.

— Nós precisamos conversar - eu digo firme; e todos olham curiosamente pra mim. Ela me olha confusa, mas concorda. Eu levanto, e ela me acompanha até o pátio. 

— E então Lua, o que foi? - ela pega na minha cintura assim que paramos. Olhando nos meus olhos. Eu me aproximo, colando a minha testa na dela, em seguida a beijo lentamente. Não tinha ninguém por perto. E sim, eu deixei que ela me chamasse de lua. Estávamos nesse nível.

— Eu não sei como fazer isso.. - eu digo baixo assim que paro o beijo, olhando para o chão. Ela levanta meu rosto com a mão, analisando minha expressão.

— O que você não consegue fazer? Caraca, você tá assim pelo que eu falei, que não é impossível que fiquemos juntas? Se é por isso, tá tudo bem, eu só tava zoando... - eu a corto.

— Eu não quero mais isso, Eilish. Cansei de você  - eu digo da forma mais fria que consigo. Ela se abala, mas foi a única forma que achei, por mais que tenha doido muito em mim.

— Cansou? Se é assim, então saiba, que eu nunca te quis. Você introduziu isso, eu só me deixei levar, coisa que eu nunca deveria ter feito. - ela diz com seu tom sarcástico. Eu engulo seco. Doeu.

— Ótimo, não precisamos mais fingir nada dessa merda. - eu grito, segurando minha frustração, e talvez choro. — E fica bem longe de mim, como sempre fez - eu saio esbarrando na mesma.

— Você não sabe o quão feliz estou por não precisar mais fingir gostar disso tudo. Eu nunca parei de te odiar! - ela grita de longe. Eu ando cada vez mais rápido. Arrombada do caralho.

  Eu não queria isso, não mesmo. Mas talvez tenha sido realmente o melhor. Ela mesma disse que não queria nada disso, e não me pareceu ser mentira. Mas é claro, quem aguentaria uma fodida dessa por muito tempo?

  Empurro todos que estavam no meu caminho, e vou direto pegar minhas coisas onde estavam os amigos dela, pra minha alegria.

— E aí, Blake. Pediu ela em namoro finamente? - um dos amigos pergunta. Me fazendo inchar de raiva. Eu pego minha mochila.

— Vão se foder. Todos vocês! - eu grito já que estava meio longe, e mostro o dedo do meio a eles. Viro pra frente, e sigo meu caminho. A Blake está de volta.

Between us Onde histórias criam vida. Descubra agora