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- Mãe, eu não quero que essa garota fique mais aqui. - Entrei no escritório de Kelly.

Ela me encarou por um instante e depois voltou a olhar para o livro.

- Sua nova funcionária protegida me chamou de idiota.

Depois de ter soltado uma risada discreta, ela se levantou.

- Sadie continuará fazendo o trabalho dela. Isso já está resolvido.

Minha coragem para ter entrado ali sem bater na porta e praticamente gritar com minha mãe tinha acabado de sumir.

Suspirei e assenti sem falar nada.

- Ótimo, parece que finalmente entendeu como tudo deve funcionar.

Quando saio da sala, Sadie está na porta com os braços cruzados me esperando.

- Por que você não me deixa em paz só por um mísero segundo?

Uma notificação é enviada para meu celular.

"Porque estou sendo paga para não te deixar em paz. ;-)"

- Esse emoji é irritante.

";-)"

";-)"

- Qual é a sua? - Me viro para trás e ela encolhe os ombros. - Estou falando sério, por que essa coisa de não falar?

"hum... isso não parece ser exatamente uma regra para ser guarda-costas de alguém."

";-)"

Continuo subindo as escadas, lembrando exatamente porque preciso de um guarda costas agora.

Quando me deito, percebo que o sol está começando a se pôr e amanhã eu voltaria a encarar a escola.

Olho para onde Sadie está e percebo a garota colocando o tablet em cima da minha escrivaninha.

"Acho que não quero isso. ;-)"

É, ela com certeza não quer dizer tudo que está pensando sobre essa merda toda de trabalhar para meus pais.

[...]

Odeio esse maldito alarme que tem um som de galo e estou a dois passos de jogar ele pela varanda.

O dia estava chuvoso, e esse barulhinho me faz querer ficar aqui o dia inteiro.

Nancy ainda não veio aqui, o despertador parou e Sadie não está na porta me observando — Ela ficou aqui durante todo o tempo, até que eu apaguei e não vi mais nada acontecer.

Puxo o edredom para meu rosto e fico completamente coberta, aproveitando mais tempo ali.

São só dez minutos, não vai fazer mal.

- Bom dia! - A voz animada de Nancy ecoou pelo quarto silencioso.

- Não vou levantar, estou doente. - Faço um pigarro falso.

- Teve esse oportunidade durante todo o período de férias - Ela pega meu uniforme e coloca ao meu lado. - Sadie já tomou café, para sua sorte.

- No que isso me interessa?

- Só vão se ver depois que você estiver pronta, então terá mais algum tempo sem aquela estátua te observando.

Levanto cambaleando por causa do sono e meu primeiro impulso e me jogar debaixo do chuveiro.

A água fria e suficiente para me despertar.

Killer • SillieOnde histórias criam vida. Descubra agora