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Minhas pernas se agitavam na água enquanto eu colocava as mãos na frente do rosto, tentando evitar os últimos raios de sol do dia.

A água fria da piscina me fazia questionar se as coisas na casa de Lilia também seriam assim.

Gotículas de água vieram parar no meu rosto, e o motivo foi Sadie.

"Você é mal-humorada, mas agora parece pior."

- E por que liga para isso? - Pergunto enquanto observo ela se sentar ao meu lado.

Um copo de suco é estendido para mim, e eu aceito, com os olhos semicerrados.

- O que você quer? Está tentando me convencer a continuar te suportando?

"Seus pais gostaram de mim, o que posso fazer? acho que teremos que nos suportar de qualquer forma."

- Está roubando minha frase?

Ela assentiu.

Seus olhos estão focados na água, e a iluminação do sol deixa seu rosto ainda mais atraente. É claro que, com uma máscara, as chances disso acontecer são bem maiores, mas quem se importa? ela vive dizendo que é bonita.

Começo a arremessar algumas bolinhas de plástico coloridas na piscina, tentando deixar tudo bem menos entediante.

- Por que você não fala? - Pergunto, já que o tablet está nas suas mãos. - Já fiz essa pergunta antes, mas se conseguimos entrar em consenso na questão da máscara, acho que conseguiremos nisso aqui.

"Minha voz é como a de qualquer outra pessoa de dezenove anos."

- Certo, você não vai responder. - Largo a bolinha na borda da piscina e me levanto, indo em direção a parte interna da casa.

Entrar com os pés molhados faz a minha mãe bufar, mesmo que isso seja algo que ela odeie fazer.

- Já falei mil vezes, se seque antes de entrar aqui.

- Erro meu. - Levanto as mãos como se estivesse desarmada e passo pela sua frente.

- Vamos jantar fora hoje - Kelly diz. - Quer ir conosco?

- Não.

Ela olha para Sadie, que estava um pouco atrás de mim.

- De olho nela.

Reviro os olhos.

- Claro, sou um bebê e vou colocar fogo na casa.

- Não, pelo contrário... Você não é um bebê, e se acha muito esperta, porém eu sou mais.

- Estou cercada de narcisistas. - Falo enquanto me concentro em não escorregar no piso de madeira.

Olho de relance para a sala lá em baixo e respiro profundamente.

Sadie fica na porta do quarto, como sempre.

Encaro meu armário, olhando peça por peça, até que tomo uma decisão.

[...]

Coloquei meu roupão por cima de um vestido de alças rosé e deitei mais cedo.

A ideia era basicamente esperar até que Sadie saísse e então eu poderia ir até a casa de Lilia. E daí que não fui convidada? Quem vai notar a presença de mais uma adolescente?

Escutei o barulho da porta se fechando e levantei na ponta dos pés, mas quando virei para trás, Sadie ainda estava sentada na poltrona.

Killer • SillieOnde histórias criam vida. Descubra agora