Capítulo 38

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— E depois de todas aquelas conversas vocês decidiram que seriam amigos e até foram tomar café juntos? -Bryce me perguntou confuso.

— É, foi isso -respondi e sai do carro dele.

— E você está bem com isso? -ele perguntou e foi me seguindo.

— Eu tenho que estar, preciso focar em outras coisas agora -respondi. — E valeu por me ajudar nisso

— Eu fico impressionado que seu pai te deu uma empresa -ele falou. — Na verdade eu fico impressionado por você ter pai -ele brincou.

— Isso que eu chamo de traumas -respondi e ri.

Entramos no prédio que futuramente seria a minha empresa e fomos conhecer alguns setores que já estavam quase finalizados.

— Ok, isso é fantástico! -Bryce falou e correu para sentar na minha cadeira. — Quero trabalhar para você

— Você já trabalha meu bem, você é meu motorista -falei e ri.

— Seu senso de humor é ótimo -ele falou e fechou a cara, rindo logo em seguida. — Depois que a empresa abrir você vai parar de ficar no nosso grupo sempre?

— Acho que as coisas vão ficar meio corridas, mas eu até que gosto de vocês... -falei e fui sentar na mesa que estava na frente do Bryce. — E esse sentimento vai me fazer querer ver vocês sempre

— Você vai conseguir ir la luta? -ele perguntou e veio na minha direção.

— Não estou sabendo de nada e não sou fã de lutas -respondi.

— Alguns amigos meus vão lutar... -ele falou e riu. — Eu também

— Oi? -perguntei. — Agora eu estou curiosa e preocupada, me diz que tem um bom motivo -falei.

— Tem, eu não gosto do meu adversário -ele falou e riu.

— Você tá de sacanagem -respondi indignada. — Isso é perigoso -falei e cruzei os braços.

— Você não precisa se preocupar comigo, eu vou arrebentar o cara -ele falou confiante e parou na minha frente. — Você faz uma cara engraçada quando está brava -ele passou a mão pelo meu ombro e deslizou pelo meu braço.

— Você é tão confiante -falei com um sorriso amarelo e fui me afastando dele. — Melhor irmos embora

Me afastei dele e fui até a porta do escritório.

Ele me olhou um pouco confuso, mas me seguiu. Voltamos pro carro dele e confesso que não quis trocar uma única palavra com ele.

— Você vai na hype hoje? -ele perguntou assim que paramos na frente do apartamento da Liza.

— Vou sim, valeu pela carona! -falei e sai o mais rápido que consegui daquele carro.

Nunca quis tanto contar uma fofoquinha pra Liza, entrei no apartamento dela toda empolgada e já gritando o que era.

— EU ACHO QUE O BRYCE FLERTOU COMIGO! -gritei entrando no quarto dela.

— Você gostou pelo jeito -Vinnie falou e eu sorri confusa.

— Ah, não sabia que você viria pra cá -falei e tentei fugir do assunto. — Cadê a Liza? -perguntei.

— Saiu com o Boof, ela vai voltar antes de irmos pra Hype -ele respondeu.

— Ah, ok -falei sem graça.

— Você e o Bryce estão meio que afim um do outro? -Vinnie perguntou.

— Não... -falei e sentei na cama da Liza. — Ele é legal, mas eu não ficaria com ele -respondi.

— Não quero parecer que o mundo gira em torno de mim, mas se for por minha causa não tem problema -ele falou e sorriu fraco.

— Não -falei e ri. — Não é por isso

Eu acho que deixei bem óbvio que era mentira, é claro que é por causa dele!

— Você vai assistir a luta do Bryce? -perguntei desviando do assunto.

— Uhum, inclusive vou lutar -ele respondeu enquanto mexia no celular.

— Vincent! -chamei atenção dele. — Foi mal, mas por quê? -perguntei.

— Uma aventura -ele respondeu ainda mexendo no celular.

Revirei os olhos e sai ali do quarto, eu odeio brigas e só de pensar em ver o Vinnie em uma briga me causa arrepios.

— Eu sei que você não é fã de brigas -ele apareceu na sala. — Só que vai ser legal

— Eu não vou assistir, não vou perder tempo vendo vocês apanharem -falei irritada.

— Sabe, eu cresci muito na internet e uma boa parte das pessoas acham que eu só consegui isso fazendo vídeos sem camisa -ele sentou do meu lado no sofá. — Eu tenho uma vida atrás dos vídeos de 15 segundos das minhas redes sociais, só que muita gente acha que eu não tenho capacidade para outras coisas -ele sorriu. — Mesmo que eu vá na luta e apanhe, quero mostrar que eu sou mais que um garoto de 18 anos postando vídeos sem camisa

— Isso é triste, confuso e bizarro ao mesmo tempo -respondi. — Acho que você vai se sair bem nessa luta -falei.

— Você é a pessoa que menos conhece sobre lutas, acho que seu voto de confiança não é válido -ele falou rindo.

— Mas eu te conheço muito bem -falei confiante.

Ele me encarou por alguns segundos, mas levantou e foi até o quarto.

— Vincent... -segui ele e o chamei. — Por que nós não podemos mais ficar juntos? -insisti na pergunta de uma de nossas conversas.

Eu sei que sou insuportável ás vezes, mas não paro de pensar em quando ele me disse que não poderia ficar mais comigo, eu preciso de uma resposta.

— Nós não tinhamos decidido ser amigos? Esquece isso, é sério -ele me encarou. — As coisas estavam indo bem

— Só me responde isso, eu quero muito ser sua amiga, mas eu preciso saber o motivo -falei e me aproximei dele. — Eu nem pude me despedir de você...

— Eu não gosto de despedidas -ele respondeu e desviou o olhar do meu.

— Eu só quero que você saiba de uma coisa... -coloquei minhas mãos no rosto dele. — Você sempre será uma parte minha e eu sei que sempre vou ser uma sua -falei e fui aproximando nossos rostos.

— Isso é errado -ele falou baixo, mas não se afastou.

— Por isso é bom -falei e finalmente colei nossos lábios.

É esse beijo! A conexão que nós temos chega a ser inacreditável, eu achei que o Vinnie fosse se afastar, mas eu sentia ele cada vez mais envolvido.

A mão dele foi até a minha cintura e apertou de uma maneira que fez meu corpo dar uma leve erguida e que nossos corpos se colassem mais, minhas mãos acariciavam o rosto dele e brincava com os cachinhos no cabelo dele.

Eu não parava de sentir as borboletas no estômago, eu senti tanta falta dessa sensação que ele sempre me causou e eu tenho a impressão que ele também tinha sentindo essa falta.

— Não, isso não tá certo! -Vinnie falou e se afastou bruscamente.

— Por que você insiste em negar os seus sentimentos? -perguntei irritada fazendo todas aquelas borboletas morrerem.

— Eu não estou negando, eu só estou tentando encontrar uma maneira de dizer que eu não te amo mais -ele falou baixo e encarou o chão.

Dei três passos para trás e senti minha respiração sair do meu controle.

Eu não quis tanto uma resposta? Pois eu consegui, agora preciso aguentar.

— Eu sei que o que vivemos foi lindo e eu sei disso, mas o amor que eu sinto por você não é o amor que eu já senti, é um amor de amigo -ele falou e veio na minha direção.

— Só cala a boca! -falei e fui me afastando dele. — Eu não estava pronta... -falei e sai do quarto.

Por um sinal divino a Liza entrou no apartamento com o Boof.

— Acho que a amizade não durou muito tempo -Liza falou e eu mostrei o dedo do meio pra ela.

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𝒑𝒓𝒐𝒎𝒊𝒔𝒄𝒖𝒐𝒖𝒔 - 𝒗𝒊𝒏𝒏𝒊𝒆 𝒉𝒂𝒄𝒌𝒆𝒓 (𝒔/𝒏)Onde histórias criam vida. Descubra agora