Capítulo 30 - Revelações e Desconfianças

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Notas do autor

Olá, como você tá?
Segundo capítulo do dia!
Aproveitem a leitura!

* Os parágrafos em negrito se tratam de cartas e mensagens *

Capítulo 30 - Revelações e Desconfianças

Esgueirando-se pelo corredor escuro, Jin Yi-Lan seguia os passos da Senhora Meng. Ritmando seus passos com os dela, a Jin conseguiu se esconder no escuro do lugar, seguindo com ela até o pavilhão da biblioteca. Dessa vez a porta ficara fechada, então ela se escondeu embaixo de uma janela. O Líder Li já estava a esperando e arrumou a postura quando Meng EnLai se aproximou.

—Falta pouco agora.- Ela começou.- Aparentemente o círculo está se fechando ao nosso redor. Seu discípulo não deu notícias?- Li DeWei suspirou e coçou a garganta.

—Senhora, isso é inevitável, em algum momento ele descobriria, só não foi como a Senhora imaginava.- Ela não respondeu.- A última mensagem que recebi de meu discípulo foi que ele estava escondido numa pequena casa na região de ZunZhongMei. Provavelmente ele foi abatido.- EnLai riu soprado.

—Não me surpreende. Se Wu WenLing estiver com vigília dos Huang ele vai sempre se safar. Nunca foi muito bom com artes marciais de qualquer forma.- Jin Yi-Lan ouviu o silêncio que se seguiu na sala, apenas as sombras deles sendo projetadas na janela. Controlando a respiração, a Jin sentou-se devagar embaixo da janela, esperando que mais algo soasse na sala.

—O que vai fazer com ele?- Li DeWei soou brevemente tenso e EnLai não respondeu imediatamente.

—Eu vou acabar com ele, assim como fizemos com todos os Wu.- Arregalando os olhos, Yi-Lan tirou rapidamente os sapatos, procurando fazer o mínimo barulho possível e correu, passando pelos jardins e pulando o muro do Palácio Branco para ir em direção ao posto de correio.



Braços de um corpo maior que o seu o circundaram pelas costas, o abraçando entre seu próprio manto de frio, e quase encolhido e aconchegado nos braços do Huang, WenLing fechou os olhos, aproveitando o calor compartilhado entre eles. Xiu-Lan resmungou algumas vezes sobre como estava frio naquela madrugada e reclamou pelo Wu ter saído na varanda naquele horário gelado.

—Apenas não consigo dormir.- Murmurou, seus dedos brincando com o tecido do manto que os aquecia. Xiu-Lan encostou o queixo em seu ombro.

—O que te incomoda?- Ele sabia que era uma pergunta idiota, principalmente perante todas as descobertas estranhas que aconteceram durante aquele espaço de tempo tão curto, mas WenLing não se importou com a obviedade da pergunta e preferiu pensar que, pelo menos ali tinha alguém que o perguntava o que ele sentia e estava disposto a ouvi-lo.

—Quando eu tinha uns doze anos, meus avós faleceram.- Começou após tomar um grande respiro em seu peito.- Antes de morrer, meu avô anunciou dentro do Palácio que tinha um filho bastardo. Foi um enorme alvoroço na época, meus pais em choque, os funcionários comentando pelos corredores e a piora da minha avó foram quase instantâneas. Pelo menos haviam alguns sensatos, os chefes de cada área do Palácio repreenderam seus subordinados e o assunto, por sorte, não saiu de dentro dos muros.- Ele pareceu pensar por algum tempo, os olhos fechados e o peso da cabeça deitada em seu ombro o davam alguma confiança.- Meu avô pediu ao meu pai que assumisse o meio-irmão como membro da família Wu, mas ele não o fez. Meu pai acreditava que a notícia de um filho bastardo só mancharia a reputação matrimonial perfeita dos Wu. Um grande hipócrita...- WenLing suspirou ao abrir os olhos e observar mais uma vez o céu escuro e salpicado de pontos iluminados, a breve fumaça de seus suspiro pairando em frente a seus olhos como um véu esbranquiçado.- Naquela época, minha mãe me falou que vovô estava delirando, e por isso falou aquilo. Eu fingi acreditar e deixei isso no fundo da minha memória, mas agora... Isso não pode ser só coincidência.

Aos Seus OlhosOnde histórias criam vida. Descubra agora