Vermelho Obsessão

Cap. 25 [ Quarta vida - Tentando não quebrar ]

— Eu sei que sou um hipócrita, não sou diferente do Eliot e é por isso que eu quero a cabeça dele Lili, ele é como um maldito reflexo no espelho.

— Você não é como o Eliot!

— Sim eu sou e você também sabe.

— Cristian você está me espremendo!

— Quando você olhou pra mim com lágrimas nos olhos e me disse que se matou na sua segunda vida porque eu... eu achei que você estivesse louca, mas sentindo seu corpo contra o meu agora, esse aroma doce e suave saindo dos seus cabelos, ah Lili, percebi que sou mesmo capaz de fazer isso.

— Cristian!

— Você quer saber o motivo Lili?

— Eu não quero ouvir mais nada! Me solta!

— Lili, é como se outra alma habitasse o seu corpo agora, eu procurava você mas não havia nada lá, só existia o vazio, e ele era tão colossal que tentava me tragar cada vez que eu te mirava, diferente de agora, é o completo oposto... e agora que você em meus braços eu tenho medo, medo de que tudo o que vivemos até agora não tenha passado de um delírio meu, e se você sempre foi você e era eu que não enxergava o que estava diante de mim? Será que eu não pude me apaixonar pela garota dentro do vestido de laços e nós vivemos uma vida lamentável por minha causa?

Você não pode fazer isso Cristian, os meus pecados são somente meus.

— Não tente carregar a minha culpa por mim, ela é muito pesada para você duque Owen.

— Lili...

— O quê?

— Você... realmente mudou, parece tão viva agora, é como se... uma boneca tivesse virado uma linda mulher...

— Eu sempre fui linda Cristian, e sinceramente, acho que estava bem viva quando perseguia você.

— Ah, nisso eu não posso discordar.

— Eu fiz da sua vida um inferno desde que você era um garotinho, forcei você a se casar comigo usando um contrato, te persegui, roubei, merda Cristian, eu até falava como uma criança! Além disso eu acho que todos os empregados atuais do ducado Owen ainda trabalham pra mim como espiões, nessa vida eu resolvi deixar eles lá.

— O Louis ainda trabalha pra mim, eu acho.

— Hahaha, você é mesmo um idiota sabia.

— Você não pode esquecer que enterrava aqueles bonecos estranhos no meu quintal.

— Eu não citei de propósito Cristian... na verdade eu achava que estava praticando magia proibida, pela deusa piedosa Cristian, eu não sei como você não me matou na nossa primeira vida.

— Essa é uma excelente pergunta senhorita Normand.

— Merda, não sorria, mesmo que eu volte mil vezes não vou conseguir me livrar disso!

— Você não vai voltar Lili, eu vou resolver tudo dessa vez.

— Cristian, eu sei o que você quer fazer, mas se você matar o príncipe herdeiro de Noir o futuro...

— O Eliot não mudará Lili.

— Então vamos buscar uma solução juntos!

— Você é muito ingênua Lili, um predador sempre será um predador, quando ele marca o seu alvo não desiste da presa... Eu entro no cômodo secreto de Eliot todos os dias, desde que o abri pela primeira vez, o espaço interno é exatamente como você me descreveu, duas salas, eu entro e olho para as paredes como um louco procurando pela primeira pintura da minha Lili que ele pendurar na parede, e assim que Eliot fizer isso eu vou pegar a minha espada e enfiar no crânio dele.

— Crist...

— Eu não vou ser imprudente Lili, farei parecer uma morte natural.

— Você não escutou nada do que eu falei?

— Eu só farei isso se for necessário, está bem agora? Podemos elaborar um plano juntos.

— Promete?

— Sim, eu prometo, afinal somos noivos.

Oh, ainda estamos nos abraçando, eu nem percebi que ainda estava nos braços dele, eu estou tão confortável, parece tão natural eu estar assim. Céus, eu não posso negar o que eu estou sentindo agora, eu amo este homem com todas as minhas forças, estou completamente apaixonada por ele de novo, quando isso aconteceu? Foi na minha terceira vida?

Admirei tanto a imensidão desse azul que acabei me perdendo de novo, Cristian está aproximando seu rosto do meu agora, esses lábios perfeitos estão prestes a me beijar enquanto seus braços envolvem a minha cintura.

— Ehan! Cof! Cof!

— Papai?

Cristian me solta, ele está muito corado agora.

Raios papai! O senhor não me salvou quando Cristian me carregou como um saco de batatas e agora que eu quero beijá-lo o senhor vem com "cof cof"? Falar "cof cof" não é o mesmo que tossir papai!

Cristian beijou a minha mão e nos despedimos, mas antes de ir ele sussurrou que visitaria o meu quarto hoje à noite, pela deusa pecaminosa, eu balancei a cabeça concordando e até deixei a janela aberta!

Tive que treinar meu corpo quando Cristian se foi esta manhã, eu precisava relaxar, coloquei a roupa de treinamento e balancei a Noir em um dos jardins do marquesado.

É noite, eu deito na minha cama abraçada com a Keiko e a chamo pelo seu verdadeiro nome pela primeira vez.

— Keiko...

— Lili...

Eu escuto uma voz desconhecida sair da espada, era a voz de uma criança! Quando dei por mim eu já tinha pulado da cama com o susto, a Keiko está embaixo dos lençóis agora.

— Keiko, você, você disse o meu nome? É você? Foi você quem falou comigo?

Mas nesse momento Claire abre a porta do meu quarto como um furacão e puxa pela mão, ela está muito alterada e sai me arrastando pelo corredor desesperadamente, eu paro e seguro Claire pelos ombros.

— Claire! O que está acontecendo! Pare Claire! Onde está papai?!

Claire está tremendo, eu nunca a vi desse jeito.

— O marquesado está sendo cercado nesse momento senhorita, o duque Owen matou o príncipe herdeiro no palácio Winter e foi capturado pelos magos de Noir, o rei ordenou a execução do marquesado Normand... por alta traição... por estar relacionado diretamente com o duque Owen, eu estou tirando você do marquesado agora, eu lhe imploro, não me pergunte mais nada, apenas me siga!

— Claire, papai, onde está o papai?

— ...

— Claire! Olhe pra mim, me responda Claire! Onde está papai?

— O marquês sofreu um mal subido quando soube minha criança, eu sinto muito, ele está...

Eu solto Claire, sinto que vou quebrar se eu não morrer agora.

Ah deusa, você realmente não quer que eu seja feliz...

— Keiko.