Cap. 29 [ Na sombra da loucura - A rosa negra ]

27 8 5
                                    

Eu escuto alguém bater na porta.

— Mais uma carta do ducado Owen.

— Entre Claire.

As três batidas de Claire...

Claire entrou segurando uma bandeja de prata com um envelope azul em cima dela, sim, meu Cristian, eu sempre abro suas cartas, mas nunca respondo, quero deixa-lo curioso, inquieto.

— Senhorita...

— Não fale nada Claire, eu sou a flecha e Cristian é o alvo, sempre foi assim e sempre será.

Claire ficou tão triste agora...

— Não se preocupe Claire, dessa vez será diferente, eu serei feliz.

— Oh! minha criança...

Claire está chorando agora, eu falei sobre a minha felicidade pois sabia que essas palavras iriam acalmar seu coração, ela me ama e eu também a amo. Estou olhando para o vestido que usarei amanhã, ele é completamente diferente do vestido cor de vinho que usei na minha segunda vida...

— Preto senhorita?

— Sim, Claire, serei uma rosa negra amanhã.

— ...

— Na linguagem das flores ela não representa apenas a morte e o luto Claire, você sabe qual é o seu outro significado?

— Não senhorita...

— Recomeço.

Apesar da morte estar tão presente quanto o recomeço amanhã, morte para o Eliot e recomeço para mim!

O amanhã veio rápido e o dia do baile imperial finalmente chega.

Têm que ser hoje pois há muitas pessoas ao redor de Eliot, a família real nunca come ou bebe nos bailes, é perfeito, jamais suspeitarão de um veneno.

— Anuncio o Marquês Normand e sua filha Liliam Normand.

Nos anunciaram e as portas do salão principal se abriram, eu realmente sou a rosa negra do baile, meus cabelos, tão negros quanto o vestido, estão caindo pela minha cintura lindamente, rosas negras deslumbrantes decoram o meu vestido e ele marca todas as curvas do meu corpo, apenas o vermelho dos meus olhos procura por Cristian e ele o encontra, ele está ali, olhando pra mim como se fosse me devorar viva, o desejo nos seus olhos é intenso e está me deixando sem fôlego, eu senti saudade desse olhar, desse azul.

Ah Cristian, você é meu.

Estou descendo as escadas e procuro por Eliot, ele também parece estar suspirando por mim, assim como Cristian, eu sorrio para Eliot e ele fica vermelho.

Meu sorriso é de felicidade Eliot, porque você começará a morrer em alguns minutos.

— Lili!

Eu escuto uma voz dissimulada e estridente.

— Senhorita Rebeca Ginger...

Eu lanço meu sorriso desdenhoso para esta criatura patética.

— Eu sinto pela sua ruptura Lili, é uma lástima para o seu marquesado, mas você ainda tem muito tempo para conseguir outro noivo.

— Não sinta Beca, o Cristian sempre será meu.

Virei as costas e fui na direção do Eliot, ela não me importava, no futuro Rebeca se casaria com um nobre velho e enrugado, e se tornaria viúva logo após, assim como na minha primeira vida, me alfinetando em todos os lugares que esbarrássemos apenas por eu estar casada com o Cristian, mas isso definitivamente não aconteceria nessa vida Rebeca.

Dessa vez eu paguei uma alta quantia para Sir. Cassius ser a minha escolta no baile imperial, pois ele será um peão fundamental para o sucesso do meu plano.

— Liliam do Marquesado Normand cumprimenta sua alteza Eliot, príncipe herdeiro do reino de Noir

— Liliam? Do Marquesado Normand?

Fiz uma reverência e sorri para Eliot.

É engraçado ver como ele finge não me reconhecer, assim como na minha segunda vida, mesmo com os seus magos nas minhas árvores como macacos, gravando tudo o que eu faço a todo o momento. Como está a montagem do seu quarto da sedução Eliot? Ainda teria espaço para me prender lá se você me raptasse agora, seu maníaco filho da puta?

Eu coloco a mão na testa.

— Me perdoe sua alteza, mas precisarei me retirar.

— Está sentindo alguma coisa lady Liliam?

— Estou ficando tonta por causa do calor, deve ser o tecido do vestido...

— Por que não tomamos um ar?

Você morreu a isca Eliot, e está prestes a sufocar.

Entramos em uma das varandas particulares, e assim como ordenei a Sir. Cassius ele não deixará ninguém entrar, dei ordens específicas para ele não deixar Cristian ou o conde Olavo passar por aquelas cortinas, além disso, os guardas de Eliot também estão do lado de fora, ele quer ficar sozinho comigo, e eu também.

É claro que a nossa varanda está sendo vigiada neste momento pelas sombras do príncipe herdeiro, mesmo assim eles nunca notarão o que aconteceu.

Fiz uma fina pasta com o laluna e passei nos meus lábios, com apenas um único beijo mandarei Eliot para o inferno.

— Obrigada Eliot, oh, perdão príncipe.

— Por favor me chame de Eliot senhorita.

— Então me chame de Liam.... Eliot...

— ...Liam...

Ele está sorrindo como um idiota.

Esse foi o maldito apelido que você me deu, quando eu estava acorrentada naquela cama, mas com certeza você já pensou nele, dá pra perceber com você fazendo essa cara de retardado, seu lunático pervertido.

— Eliot... eu posso confessar uma coisa?

— Sim... Liam...

— Eu gosto muito dos seus cabelos ruivos, são tão longos e lisos... eu posso tocá-los?

Eu me aproximo ainda mais de Eliot, ele está corado, caiu feito um patinho na minha sedução de quinta categoria, eu sabia que não precisaria me esforçar nisso.

— Você pode fazer o que quiser comigo Liam.

Ele está me olhando como se estivesse realizando um sonho agora, está respirando pesadamente com um olhar depravado sobre mim, eu coloco a mão no peitoral de Eliot, onde seus cabelos estavam caindo e começo a alisar o seu corpo com a ponta dos dedos, com a outra mão eu seguro uma mecha do seu cabelo e lentamente levo a minha mão a sua nuca, senti Eliot estremecer com isso. Vagarosamente vou puxando sua cabeça em direção a minha, ele fecha os olhos e me beija enquanto me segura pela cintura, pressionando seu corpo contra o meu.

Meus olhos estão abertos durante o beijo e eu vejo Cristian na outra varanda, fico paralisada. 

Vermelho ObsessãoOnde histórias criam vida. Descubra agora