IX

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O dia amanheceu chuvoso, e os próximos três dias também, vovó dizia que quando chovia por três dias e uma noite, algo aconteceria na cidade, sorri ao lembrar, ela era muito supersticiosa

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O dia amanheceu chuvoso, e os próximos três dias também, vovó dizia que quando chovia por três dias e uma noite, algo aconteceria na cidade, sorri ao lembrar, ela era muito supersticiosa.

Por sorte a chuva deu uma trégua no quarto dia, ao acordar abro as cortinas e me deparo com um lindo nascer do Sol, apontando nas montanhas ao longo da paisagem, que diga-se de passagem era linda, quando criança desenhei várias vezes esse espetáculo da natureza.

Em relação aos sonhos, cada dia vinha se repetindo e eu estava ficando com um certo temor, sou tirada de meus devaneios quando meu celular anuncia uma nova notificação, ao desconectar do carregador vejo que são duas mensagens de Maite, uma de Angel e uma de Dulce.

Instantaneamente abro as mensagens de Mai:

Bom dia flor do dia!


Vamos dar uma caminhada amanhã à tarde? Será no bosque da divisa.

Em seguida abri a de Angelique:

Oii, viu vamos dar uma volta no bosque da divisa?

E por fim a de Dulce, eu e Dul nos tornamos bastante amigas ao longo desses dias, ela é como uma irmã para mim, assim como Mai.

Eaí loirinha, não sei se Maite falou com você mas vamos dar uma caminhada no bosque e estava pensando se você topa em ir?

Respondi as três de imediato, tomei a decisão de juntar as três nesse passeio, todas são minhas amigas e não queria ocasionar essa divisão, está na hora das três também se tornarem amigas.

Ao passar do dia, fui trabalhar como de costume, mas quando saio de casa, sinto uma sensação de estar sendo vigiada, olho ao redor e não encontro nada, isso já está me deixando intrigada e com medo.

Me acalmo e recito para mim mesma um mantra que aprendi em uma das minhas viagens para a índia com minha mãe, respiro fundo e começo a caminhar, sentindo o Sol bater em minha pele, pois de fato estava calor, o que era estranho para a época, geralmente novembro começa a esfriar, deixo de lado esses pensamentos e sorrio para o senhor da banca de jornal perto do consultório, resolvi caminhar pois já havia temos que o sol não nos dizia um Oi.

Chegando em meu consultório, vejo um carro diferente estacionado em uma das vagas, estreito os olhos e não reconheço a mulher que está dentro dele, dou de ombros e começo a destrancar a porta, assim que termino a última tranca, noto uma sombra e só assim olho para o lado.

- Bom dia! Tudo bem? – Falo amigavelmente, mas ela me olha com desdém.

- Vou ser breve com você. – Que grosseria nem respondeu meu bom dia. – Fica longe do meu homem entendeu? – Falou se aproximando mais e pegando meu braço, olhei para aquela audácia e olhei para o rosto dela.

- Pode me soltar? – Fiz uma pausa. – Queridinha. – Outra pausa. – Eu nem sei quem é você e não sei de quem você está falando. – Dei um sorrisinho. – E outra, para de ser insegura, se toca mulher. – Essas palavras fizeram ela me segurar com mais força, senti que minha pele estava sendo perfura, nem notei que ela tinha unhas bem afiadas, por sinal. – Me solta, você está me machucando. – Logo senti minhas pernas fraquejarem um pouco, mas que merda que está acontecendo.

SOB A MESMA LUAOnde histórias criam vida. Descubra agora