XXIV

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Meus olhos não acreditavam no que eles estavam vendo, meu sorriso não saiu de meus lábios, eu queria dizer que estava bem, mas estava machucada interiormente, tenho quase certeza que ele viu a angústia em meus olhos.

- Oh meu amor... – Abroça-me Alfonso fortemente, não acreditando que finlamente depois de dias senti os braços me tocando. – Como você está? O que fizeram com você? – Ele se afasta pouca coisa, assim que escuta um grunhido sôfrego saindo de minha boca.

- E-eu estou bem, estava com medo de nunca mais te ver. – Diz dito em um tom chororso. – Fiquei com medo de encontrar Selene antes do programado, céus... – Inspiro fortemente. - ... meus sonhos podem realmente revelar coisas e sou grata a isso, pois trouxe você até mim. – Posso notar que Poncho analisa minhas írises azuladas, que outrora era cheia de vida e agora... Agora estão opacas e sem brilho.

– Precisamos sair daqui e agora, consegue correr? – Pergunta Alfonso, com um manear de cabeça, respondo e como se não houvesse amanhã corremos para fora daquele lugar nojento.

Em alguns momentos da nossa corrida para a liberdade, tropeço e se não fosse pelos braços de Poncho, certamente estaria esborrachada no chão, mas um medo me consome, um sentimento de pavor me doma e paro no lugar.

- Ele está aqui! – Assim que eu digo, um grande lobo marrom escuro, quase preto aparece e pula em minha frente, meu corpo trava e o lobo de Poncho, que é maior que o marrom, avança sobre o outro, porém escuto sua voz em minha mente.

- CORRE! – Diz em alto e bom som em minha cabeça.

- EU NÃO VOU SEM VOCÊ! – Rebato.

- VOCÊ TEM QUE IR! FOGE! – Rosna mais uma vez, sinto alguém me pegando no colo e correndo contra o vento, parecia um carro de corrida, quando olho para cima é Christopher.

- Fica aqui, logo volto. – Diz o homem.

- Mas, eu não posso deixar vocês, eu tenho que ajudar. – Falo contendo minhas lágrimas.

- Any, vai ficar segura aqui, só saia daqui se eu ou o pessoal vier te buscar. Ok? – Ele não me deixou responder correu novamente.

Passado algum tempo escuto uma voz, que me causa arrepios, eu conheço aquela voz, é a do Híbrido, porém um aperto em meu coração se forma, algo aconteceu com meus amigos e meu namorado.

- Any, Any. – Disse dando passos na minha direção, eu estava com medo, não conseguia sair da caverna. – Aparece querida, eu só preciso de um pouco do seu sangue, você nem vai sentir nada. – Tento acalmar a minha respiração. Mas é em vão, sinto ele se aproximando cada vez mais e isso só me dá vontade de correr para bem longe, quando estou preste a correr sinto alguém me puxar, olho assustada na direção de quem havia me puxado e encontro Dul, Maite e Christian, por hora me sinto aliviada, mas nada tira o aperto de meu coração, como estará Christopher e Alfonso?

Meus olhos vão diretamente para Dulce, que está com um semblante de raiva e dor, não precisa ser um expert em leituras facial que ele não estava nada bem, com passos calmos e silenciosos seguimos até uma clareira do outro lado da caverna, na qual parecia mágica, passando pela fenda da caverna me sinto abraçada por uma proteção incomum, depois de estar distantes da fenda, vejo o híbrido passando por ela, o mais estranho é que ele não conseguia se mover, ele parecia estar preso naquele espaço.

Paços são proferidos ao meu lado e quando viro meu rosto para me certificar de qual dos meus amigos era, noto que era Maite.

- É um campo magnético, apenas pessoas de que não mataram ninguém por ganancia ou por apenas diversão podem passar, e este aí pelas lendas matou inúmeras pessoas. – Uma risada tenebrosa é proferida e ambas olham para frente, notando que era de Velasco, me posiciono pronta para atacar.

- Ahahahaha! – Continua rindo, mas é notório seu olhar de raiva sobre nós. – Vocês acham que este campo irá me prender por muito tempo? – Solta uma risadinha de deboche. – Não irá, eu sou híbrido e nada pode me parar, nem mesmo uma magia de criança como essa. – Olho para Maite preocupada, porém ela me lança um olhar tranquilizador, então me pronuncio.

- Você acha que teremos medo de você? – Dou um paço a frente. – Você é apenas um ser sem coração que foi amaldiçoado por anos a viver solitário, você busca o poder supremo para comandar todos os seres mágicos da Terra, mas isso te trará felicidade? Vai mesmo se sentir realizado quando estiver sozinho em um mundo? – Fixo meus olhos nos dele, por incrível que pareça não estava mais sentindo medo. – Eu te digo não vai, o mal nunca vence e nunca vencerá, sabe por quê? – Vejo fúria em seu rosto. – Porquê os sonhos e os prazeres da vida, a felicidade e o amor sempre reinarão. – Noto meus amigos ao meu lado, todos nós nos damos a mão e noto que Velasco está com um certo receio. – Achou que não seria capaz de te dizer o que você realmente merece? Acha que só porque sou uma ninfa dos sonhos, não seria capaz de te dizer a verdade?

- Per vim ignis et aquae, lucis et tenebrae, commendo animam tuam praeteritis et solvo peccatis tuis. (Pelo poder do fogo e da água, da luz e da escuridão, eu entrego a sua alma para o seu passado e que pague pelos seus pecados.). – Vejo Maite proferir algumas palavras e aos poucos vultos de luz aparecem ao nosso redor e uma figura conhecida aparece ao meu lado.

- Vovó? – Olho incrédula. – A- a senhora.... – Não consigo proferir tais palavras, pois estou incrédula.

- Você e seus amigos nos libertaram, agora podemos viver livres nossa eternidade, não neste plano, mas ao lado de Selene. – Ela eleva sua mão e acaricia minha bochecha. – Obrigada querida, obrigada por nos tirar do domínio daquele híbrido. – Sorrio para ela. – Vejo o quanto você se tornou uma mulher linda e tem um companheiro lobo é a melhor coisa que pôde te acontecer, eles são leais e amam suas companheiras mais do que a si mesmo. – Ela direciona o olhar para Dulce que está com o olhar baixo. – Minha querida não temas, seu amado estará te esperando, fique tranquila, não foi dessa vez que Selene o chamou novamente. – Vejo uma Luz se instaurar no olhar dela. – Crianças, eu quero que vocês corram para bem longe e levem Anahí junto, por que aqui... Ahhh.... A chapa vai esquentar. – Sorriu e me abraçou. – Vou sentir sua falta querida, mas ficarei feliz em te ver lá do céu, você formando sua família. – Sem mais nenhuma palavra, ela virou um vulto de luz e começou a ir em direção a Velasco, meus amigos e eu corremos saindo daquela caverna.

SOB A MESMA LUAOnde histórias criam vida. Descubra agora