Capítulo 2

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Rohan tinha se afastado do grupo, em algum momento da noite, e quando, Aryn percebeu que o grupo não iria notar a sua ausência, foi procurar o anjo.
Depois de alguns minutos de procura, Aryn encontrou o homem que antes dormira na cela ao lado da dela.
Ela observou o corpo nu do anjo coberto de água do lago e como a luz da lua batia nos seus cabelos molhados deixando os mais brilhantes e pálidos.
Aryn sentiu o calor correr pelo seu corpo até o seu núcleo enquanto observava as enormes mãos do anjo percorrerem o seu próprio corpo.
- Eu sei que estás aí. Eu consigo sentir o cheiro da tua excitação e ouvir os batimentos rápidos do teu coração.
- Eu não pretendia incomodar-te. - Falou Aryn saindo da escuridão para a luz da lua.
- Não, tu só pretendias ficar a olhar-me, e depois, quando estivesses deitada, irias te tocar. - Rohan tinha um sorriso brincalhão no rosto e um olhar que gritava perigo. - Mas ainda bem que estás aqui, preciso de ajuda para cortar a barba e o cabelo.
Rohan, sem vergonha alguma, saiu da água mostrando o seu corpo completamente molhado. Um Deus, era isso o que Rohan parecia.
O anjo sentou-se, ainda nu, numa pedra grande e entregou um punhal para Aryn. A mulher de cabelos negros sentou-se no colo do anjo e começou a passar a faca no rosto dele.
- Quantos anos tens, exatamente? - questionou Rohan.
Ele sabia que ela já era adulta, mas nunca sou ao certo a idade dela ou a sua história e estava curioso para a descobrir.
- Vinte e cinco, fui presa aos cinco.
- E por que razão?
- Porque nasci, essa foi a única razão. - respondeu Aryn concentrada no rosto do homem.
Rohan afastou um fio de cabelo negro que tinha caído no rosto da Aryn, no fim, não afastou a mão. A enorme mão calejada desceu pelo pescoço e passeou pelo meio dos seios médios, onde começou a brincar com o cordão da camisa larga e velha que Aryn usava.
- És ainda mais linda com luz de que na minha mente. - Ele elogiou.
- Não posso concordar ou discordar, visto que não vejo o meu rosto há décadas.
- Em breve verás que nem a mais bela rainha se compara a ti.
Aryn corou com os elogios, ela não sabia o que dizer ao anjo, então sorriu e riu quando os dedos do homem tocaram lhe na pele no pescoço.
- Para! Eu vou te cortar se continuares. - Os mamilos da Aryn estavam duros, ela não tinha certeza se era do frio ou do facto de estar sentada em cima de um guerreiro com asas.
Quando Aryn acabou de cortar a barba do anjo, deixou-se por breves momentos observar o rosto de Rohan.
Embora ele tivesse trezentos anos, aparentava ser jovem. O maxilar perfeitamente desenhado, os olhos roxos como uma Delia no sol do meio-dia e o sorriso traiçoeiro, eram pequenos detalhes que o faziam parecer jovem.
Aryn levantou-se e passou para trás do corpo de Rohan, onde ele afastou as enormes asas para dar mais acesso à mulher.
Por meia hora ambos ficaram em silêncio até Aryn acabar de lhe cortar o cabelo, esse que antes era comprido e sujo e que estava agora curtinho e limpo.
- Obrigado! - agradeceu Rohan.
Aryn sorriu sinceramente e apreciou o homem à sua frente. Dava para perceber que, em tempos, Rohan fora forte e assustador, e muito provavelmente quando ele voltar a alimentar-se direito, voltaria a ser o guerreiro que em tempos fora.
O anjo tinha cicatrizes por todo corpo, mas mesmo assim era lindo.
Aryn não pôde deixar de olhar para o monumento no meio das pernas do anjo. Era a primeira vez, que ela via tal coisa, ela nunca pensou que fosse tão duro.
- Tu nunca tiveste qualquer contacto íntimo com alguém. - Não era uma pergunta, mas sim uma afirmação.
- Eu sempre estive presa numa cela, então não, nunca tive. - Mentiu sabendo aquilo que escondia nas suas memórias.
- Podes tocar, se quiseres. - Rohan pousou os braços atrás do corpo dando espaço para qualquer movimento. - Não te preocupes, não morde.
A ideia da Aryn lhe tocar, assombrava as noites do anjo desde a primeira vez que sentiu um certo cheiro vindo da rapariga. Mas Aryn não devia pensar o mesmo, já que olhou perplexa para o anjo e fugiu floresta adentro até chegar nos outros homens.
Ela deitou se perto da fogueira e fechou os olhos, demorou a adormecer, mas quando finalmente aconteceu os seus sonhos foram invadidos por enormes olhos dourados e pelo som do vento. A sua cara era beijada pelo vento e pelo aroma das Delias, a famosa flor roxa que simbolizavam a fertilidade de uma mulher.
- Vou esperar por ti, minha querida parceira.

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