Capítulo 33

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- O que és tu? – um homem que tremia com o medo, perguntou à mulher à sua frente.
- Eu sou a morte, meu querido. – Aryn sorriu para o homem. – Acho que é melhor correres.
Assim que Aryn acabou de falar, o homem largou a espada e correu acabando por cair em cima de um cadáver.
- Eu disse para correres, eu dei-te uma chance. – Aryn pegou no homem pelo pescoço e espetou as unhas de ferro na carne para, rapidamente, partir o pescoço do homem.
- Impressionante. – A mulher com os cabelos cor de fogo aplaudiu.

Lá estava Ollein, com o pescoço direito e a sua armadura que é descrita nas histórias. Aquela era a mulher que muitos idolatravam e que era chamada Deusa do Povo.  
- Decides só aparecer agora. Tão heroico da tua parte, grande Deusa Ollein.
- Diz aos teus homens para se retirarem, Aryn, eu digo o mesmo aos meus, vamos acabar isto como acabou entre mim e o teu pai. – Ollein sorriu. – Vamos fazer um duelo, até à morte.
"Não aceites Aryn, ela tem uma carta na manga" Rafy ouvia tudo enquanto voava.
- Fechado, eu e tu, até à morte. – Aryn aceitou.
"Manda todos recuar imediatamente" Ordenou a Deusa.
"É a nossa morte"
Ambos os exércitos recuaram deixando só Aryn e Ollein no meio do campo lamacento.
- Alguém traga a rapariga. – Ollein falou sobre o ombro para alguém dos seus homens.
Um homem loiro, um elfo seu nome era Sy, arrastou uma mulher pelos cabelos e atirou-a aos pés da Deusa Ollein.
Rohan ao reconhecer a mulher tentou se aproximar.
- Quieto Rohan, eu prometo que a Mirian vai ficar bem. – Disse Aryn sentindo a aproximação do anjo, que recuou ao ouvir as palavras da Deusa.
- Existem duas opções, pequena besta, ou os teus homens morrem ou aqui a loirinha e a bebé morrem, tua decisão.
Mirian chorava aos pés da Deusa da verdade, Aryn notou que um dos lados do rosto da bela mulher de quarenta anos estava roxo, alguém tinha batido nela.
- Não te esqueças que eu sei sempre a verdade, Mournmoon.
- Rohan! – Aryn virou-se para o anjo. – Desculpa, por tudo.
- Aryn! – Rohan deu um passo. – Não te atrevas a deixar a minha esposa morrer sem dar luta.
- Eu não posso deixar centenas de homens morrer quando pode haver uma morte, só.
- Duas na verdade, não te esqueças do bebé que cresce na barriga da loirinha. – A voz da Ollein era carregada de veneno e ganância. – Para deixar as coisas mais interessantes, tu matas a esposa do teu anjo e assim o teu exército vive e eu desapareço para sempre.
- ARYN, EU NUNCA TE VOU PERDOAR! – Rohan gritou sendo segurado pelo Caspian e o Rafy. – PODES TE CONSIDERAR MORTA PARA MIM.
Dor atingiu o corpo da Deusa devido às palavras do general, à medida que ela se aproximava da Ollein.
- No final eu tenho razão, tu és parecida comigo.
Aryn abaixou-se ao lado da Mirian e tocou no seu rosto, do lado que estava roxo.
- Isto vai acabar rápido, eu prometo. – Sussurrou a Deusa da morte para a mulher de olhos verdes pinho.
As duas mulheres levantaram-se. Duas mulheres que amam o mesmo homem, mas de formas diferentes. Duas mulheres que sorriram à frente de todos e choraram caladas de noite, quando ninguém as podia ouvir. Duas mulheres que foram tocadas sem permissão.
- Diz olá ao Apodom e ao Perfesios por mim.
Quando Aryn acaba de falar retira um punhal detrás da armadura e tenta acertar na Deusa da verdade.
- FOGE MIRIAN, CORRE! – Aryn grita para Lady Mirian que tenta correr entres os corpos.
- Escolha errada, pequena besta.
Ollein atira Aryn pelos ares que acaba por cair a frente da Mirian já perto de Rohan.
- Eu dei-te duas opções Aryn, era fácil escolher, mas obviamente optaste por escolher a fraqueza.
Ollein estava furiosa, com o seu poder, ela moveu todas as armas no campo e com um simples movimento, elas foram contra Aryn e Mirian.
Aryn protegeu Mirian com as suas asas e esperou o pior, mas quando pensava que o seu corpo ia se transformar em nada, ela ouviu um pequeno gemido de dor que a fez levantar a cabeça.
- Pai!
- Olá filha.
Sangue escorria pela boca do Deus, asas de anjo com penas pretas tinham espadas a atravessar.
- Foge Mirian. – Murmurou Aryn para a mulher que tremia entre as asas.
Miriam saiu de perto dos dois Deuses e correu para os braços do Rohan.
- Desculpa, Aryn! – Haus caiu nos braços da filha. – Eu devia ter-te ajudado desde que nasceste.
Aryn abraçou o corpo do pai e deixou os soluços do choro escaparem.
- Estás aqui agora, pai!
- Que os Deuses salvem a rai...
Haus fechou os olhos e deixou o último suspiro abandonar o seu corpo. Aryn gritou e chorou. Os metamorfos ajoelharam-se em respeito ao velho rei.
- Tão adorável, o paizinho veio salvar a filha e acabou morto.... Parece que todos que te querem ajudar acabam mortos, Morgamen, Naxos, Haus, Soldado Ithan que morreu no dia da tua morte, tu és uma maldição Aryn.
Aryn pousou o corpo do pai no chão e levantou-se. Os olhos da Deusa ficaram ainda mais verdes, as suas mãos começaram a ficar negras, as sombras à sua volta ficaram ainda mais agitadas.
Rachaduras abriram-se no chão e uma onda de escuridão atingiu as duas Deusas, mas só teve efeito numa. Ollein gritou com a dor.
Quando a escuridão desapareceu, a pele da Deusa da verdade estava queimada.
- Matem-na. – ordenou Aryn.
Das rachaduras saíram todo o tipo de demónios e criaturas mortas, que atacaram a Deusa sem piedade.
Aryn sorriu com os gritos.
"Seria estranho se eu dissesse que te ver assim, toda psicopata, está a me deixar duro?"
"Não te preocupes ruivinho, esta noite celebramos"

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