Capítulo 13

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No castelo todos rezavam à Deusa Ollein, para que a rainha Mor tenha paz no paraíso. Sanrya sentia que, a coroa pesava cada vez mais a cada segundo que passava, e a falta do Caspian, naquele momento, significava muito para ela.
A rainha pousou a mão na barriga sentindo o volume, quando ouviu uma explosão.
- PROTEJAM A RAINHA. – Alguém gritou por meio de gritos.
- Os rebeldes entraram no castelo. – Um soldado falou.
Mas quando Sanrya olhou para as portas, percebeu que não eram os soldados.
Sombras entravam pelas frestas das janelas e das portas, fazendo todos dentro da sala do trono afastarem-se desses lugares.
- Não ataquem até eu dar ordem. – Ordenou a rainha.
Ela não queria guerra com a irmã e muito menos com um anjo assassino.
As portas da grande sala abriram com uma explosão e soldados rebeldes entraram. Assim como os soldados da rainha, os rebeldes não atacaram.
Minutos passaram e nem sinal da Aryn, mas ela estava no castelo, Sanrya podia sentir o poder da irmã percorrer as paredes do castelo.
- Onde ela está?
Antes que alguém respondesse, Rohan entrou pela janela voando, fazendo vidros saltarem pela sala e pessoas gritar.
- A tua irmã quer saber se vais fazer isto de boa vontade ou por obrigação. – Falou o anjo.
Os soldados da rainha hesitaram quando reconheceram o guerreiro e a sua armadura preta.
- Diz à minha irmã que eu não vou fazer nada do que ela quer. EU NÃO VOU MATAR O MEU POVO.
- Sinto muito então...
Caspian entrou na sala sendo seguido por Fauser, Naxos e Hoddy, os quatro tinham sangue pelo rosto e pelo corpo.
Nenhum sinal da Aryn, para além das sombras, nenhum sinal de onde ela poderia estar e isso assustava Sanrya, mais que ter o terrível anjo na mesma sala que ela.
Sanrya saiu de perto do trono e foi até o seu amado.
- Porquê?
- Eu preciso de proteger a nossa menina. – Caspian pousou a mão na barriga da rainha, o que deixou muitos naquela sala chocados.
- É, Sanrya, ele precisa de proteger a menina. – Aryn estava sentada no trono que segundos atrás estava vazio.
Aryn estava livre dos vestígios do próprio sangue e com roupa limpa, parecia estar viva e não doente como momentos antes.
- Como...
- Surpresa maninha. – Aryn tinha uma coroa de sombras na cabeça e estava vestida com couro e ombreiras de ferro
- Tirem todos daqui! – Comandou Sanrya. – Quero todos fora.
Rapidamente a sala ficou vazia só com os quatro companheiros da Aryn, Sanrya e o seu amante.
- Agarra. – Aryn atirou uma espada para Sanrya e a mesma agarrou no ar. – Rohan a tua espada, por favor.
Rohan entregou a espada para Aryn e esta sorriu para o anjo.
- Que a minha morte comece.
Aryn foi com tudo para cima da irmã, mas esta defendeu-se e protegeu o seu corpo
- Estás maluca? – perguntou Sanrya defendendo-se de outro golpe.
- Eu estou a morrer, é isso que estou. – Aryn atacou outra vez
No fundo da sala os homens observavam a luta.
- Se ela está a morrer, porque é que tem que ser a irmã a matar? – perguntou Caspian sussurrando.
- Morrer pelo poder significa que, ela não obtém o seu destino e fica morta para sempre. – respondeu Azessian.
- Ao morrer pelo golpe da irmã, ela continua viva, mas noutro mundo. – Concluiu Fauser.
- O mundo dos Deuses. – Murmurou Rohan.
Sanrya parou de defender e começou a atacar a irmã e Aryn sorriu com o facto de ter manipulado a irmã a fazer tal coisa. A rainha conseguiu acertar no braço da irmã deixando um corte profundo.
- Essa merda dói! – Gemeu Aryn segurando no braço.
- Tu pediste por isto.
Aryn correu até a rainha, mas antes que tocasse nela, a espada atravessou o seu corpo.
- Sim, eu pedi... - Aryn sorriu enquanto a irmã percebia o que se passava.
A espada na sua mão era a Espada da Verdade, Aryn tinha convencido Sanrya a lutar sabendo que a rainha ia deixar o seu lado protetor atacar, a mulher de cabelos negros tinha causado a sua própria morte.
- Desculpa, Aryn descu...
- Está tudo bem maninha, é assim que isto acaba, por enquanto... – Aryn ajoelhou-se no chão e tirou a espada do seu corpo.
Rohan correu até a mulher e ajoelhou-se a sua frente.
- Tu vais ficar bem Aryn. – Rohan segurou o rosto da Aryn e beijou os lábios vermelhos da sua amada.
- Eu amo-te Rohan, desde sempre. – Aryn encostou a cabeça no ombro do anjo. – Eu observo-te desde que nasci, eu sei tudo sobre ti e eu amo-te.
A verdade nunca antes revelada que quando a Espada da Verdade atravessava o corpo fazia revelar.
Aryn deitou-se no chão e o sangue saía do seu corpo, até que o sangue se transformou em sombras. Aryn ouviu o som de asas e os olhos dourados invadiram a sua mente. Não era o som de asas como as do Rohan, eram asas maiores, mais fortes e poderosas, era o dragão que a vinha buscar.
- Que os Deuses salvem a rainha.
Os olhos da Aryn fecharam e um grito saiu da boca da Sanrya quando o corpo da irmã se transformou em sombras.
- Está na hora de servir a nova Deusa. – Falou Azessian desaparecendo junto com corpo da Aryn.

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