Capítulo 15

46 4 0
                                    

- Estás aqui há um mês Aryn, os Deuses e as pessoas importantes querem te conhecer. – Repetiu Azessian pela milionésima vez só naquela hora.
- Eu sei Az, mas é só que… é preciso isto tudo? – Aryn olhou-se no espelho enorme observando o vestido vermelho de princesa com rubis, que lhe dava um brilho sedutor, a pequena coroa fazia-a parecer, realmente, uma princesa, mas ela não era a Sanrya, ela não era nem princesa ou rainha.
- Vai correr tudo bem, só precisas de sorrir e dançar a noite toda… ah e por favor, tenta não matar ninguém.
- Pelos Deuses Azessian, estás muito engraçado, hoje. – Aryn falou sarcasticamente.
- E tu estás muito resmungona, mas isso é sempre, agora, por favor, vamos antes que alguém nos mate por causa do atraso.
Aryn entrelaçou o seu braço ao do demónio e bufou assim que saíram do quarto.
O castelo era escuro e silencioso, a casa de Haus, Deus da escuridão e caos. Havia quadros pendurados nas paredes escuras, belas paisagens foram pintadas naquelas telas. Azessian contou uma vez que eram quadros de Briliones, o antigo reino de Haus. Quando Aryn tentou perguntar ao pai acerca de Briliones, o mesmo não falou com a filha durante uma semana e Aryn percebeu que aquele reino não era assunto para falar com o Deus.
Ao chegar perto do salão onde se podia ouvir música, as portas foram abertas e Aryn encantou-se com o salão de ouro, talvez a única parte do castelo que não fosse negra e sombria.
- Lembra-te, sorri e dança. – Sussurrou Azessian antes de chegarem perto dos seis tronos.
Apodom e Perfesios ficaram nas pontas, Damenius ao lado de Apodom e da La Queeniar, sua esposa, Haus ficou entre as duas Deusas, La Queeniar e Ollein que ficou ao lado de Perfesios, seu amante.
- Azessian, agradeço por teres trazido a minha filha até aqui, já podes descansar. -  Falou Haus levantando-se do trono preto.
O demónio que vestia as cores vermelhas e pretas, afastou-se da jovem mulher, antes mesmo, que esta notasse.
- Senhoras e senhores nesta sala, eu apresento-vos, Aryn Mournmoon, minha filha e Deusa da escuridão e morte.
Todos aplaudiram, menos Ollein que levou a sua taça de vinho a boca.
- Aproxima-te pequena besta, deixa-me ver-te bem. – La Queeniar fazia movimento com a mão para Aryn se aproximar. – Tão bela, olha só Ollein, ela é mais bela que tu.
La Queeniar tinha o cabelo castanho-claro, olhos castanhos-escuros e era uma mulher com um peso acima da média, mas ela era uma linda mulher, Aryn diria que era mulher mais bela que ela já viu na vida.
- Não enchas, já, o ego da pequena besta, ela ainda tem muito para viver para ser como eu, isto obviamente se não morrer antes. – Ollein tinha um sorriso malicioso nos lábios pintados de vermelho.
- Não ouças aquela velha sem noção, deixa-me te apresentar o meu filho… Rafy por favor aproxima-te. – Este é o meu filho, Rafy Bornbreeze.
- Encantado! – Rafy beijou suavemente a mão da Aryn. – Acompanha-me numa dança?
- Claro que ela acompanha. – La Queeniar responde em vez da Aryn.
Aryn segue o homem ruivo pelo salão até chegarem no centro e uma música leve começar.
- Sinto muito pela minha mãe, vossa alteza. – Sussurrou Rafy contra o ouvido da recém Deusa.
Algo dentro da Aryn estremeceu com a proximidade do desconhecido.
- A tua mãe não é um problema, mas o facto de tu tratares-me como realeza é um problema enorme.
- Todos os Deuses são realeza aqui, só não te chamo majestade porque ainda não estás sentada no trono do teu pai.
- Eu não sou realeza e nunca vou ser, eu não nasci para me sentar num trono, isso é trabalho da minha irmã. – A voz da Aryn falhou um pouco ao falar.
- Irmã? Haus tem outra filha? – Rafy estava confuso.
O casal dançava pelo salão sem se olhar nos olhos e sendo observados pelos seis Deuses.
- Ele não tem outra filha. É uma longa história. – Aryn suspirou e encostou a cabeça no peito do homem enquanto este a guiava durante a dança.
Rafy Bornbreeze, filho do Deus Damenius e da Deusa La Queeniar, é considerado o homem mais belo do mundo dos Deuses.
Nem mesmo a própria Aryn podia negar a beleza do homem. Os belos cabelos curtos de lado e grandes no topo eram do mais belo ruivo que existia, os olhos eram da cor do ouro. Em relação ao corpo Rafy e Rohan eram parecidos, mas o Rafy tinha algo que o Rohan não tinha, a vaidade.
O homem de cabelos ruivos era o tipo de homem que não se importava de vestir vestidos ou usar joias, na verdade ele sempre usava anéis e colares.
- Acho que nos vamos dar muito bem, Aryn Mournmoon. – Rafy sorriu para a mulher nos seus braços.

Para Além das SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora