Corpos caiam no chão, sangue espirrava pelo ar, gritos podiam ser ouvidos por todo o Continente.
Rafy voava no ar junto do Rohan, ambos atacavam rapidamente e voltavam para os céus.
Aryn pisava nos cadáveres enquanto se aproximava do Apodom. A Deusa ao contrário de vários soldados não usava uma espada, ela só tinha um punhal. O punhal que Naxos roubou na noite da fuga.
- Pequena besta, é tão bom ver-te. – Apodom tirou a espada dele do corpo algum homem.
- Não posso dizer o mesmo.
- Sabes algo que notei... A tua sobrinha é muito linda, será que ela é como tu e tem uma língua afiada? – Apodom falava com malicia enquanto olhava para o corpo da Aryn.
Aryn rosnou e atirou-se ao pescoço do Deus das artes. Os dois lutavam como animais selvagens. Graças à armadura que Haus tinha dado a Aryn, ela ainda estava viva, ela já tinha sofrido golpes que poderiam ter causado a sua morte.
- Fraca. – Cuspiu o homem de cabelos loiros.
A Deusa atacou com tudo o homem à sua frente, mas nada valeu a pena, já que ele continuava vivo só com alguns cortes no rosto. Aryn atacou Apodom por todos os pontos possíveis, mas ele era um dos melhores guerreiros que já existiram. Quando ela menos percebeu, tinha a espada contra o seu pescoço.
- Eu adoraria ter-te conhecido de outra forma, pequena besta, mas infelizmente tu és uma ameaça e eu elimino sempre as ameaças.
A espada foi mais contra a pele clara da Deusa ao ponto de um fio de sombras escorrer pelo pescoço.
"Quando eu disser, foge"
Rafy voava bem acima da Aryn e do Apodom.
- Nem o teu dragãozinho te vai salvar. – Apodom sussurrou contra o ouvido da Deusa.
"AGORA"
Aryn de alguma forma conseguiu bater a sua cabeça contra a do Deus loiro e fugir do seu aperto, mas isso causou um corte no seu pescoço. A Deusa levou as mãos ao pescoço, que sangrava sombras em vez de sangue, enquanto Rafy pegava Apodom na boca e o atirava para a frente de Damenius em forma de leão, que o desfigurou e dilacerou o corpo do homem.
Rohan rapidamente chegou até à Deusa que não conseguia falar.
- Na-na-na-não. Aryn por favor aguenta-te, eu vou chamar a Mirian e o Fauser, eles vão te curar rápido. Por favor.
Lágrimas desceram pelo rosto da Deusa e sangue negro pintou os seus lábios.
- Aryn! – Rafy estava em forma humana e devidamente vestido. – Aryn!
- Nós precisamos de a levar para a tenda onde a Mirian e o Fauser estão,
- Não, isso não é preciso, se ela se transformar na segunda forma vai se curar rapidamente. – explicou Rafy. – Tu precisas de te transformar.
Rafy segurou o rosto da mulher e beijou os seus lábios sem se importar com o sangue único que Aryn tinha. Aryn afastou-se do seu amante e concentrou-se na dor que estava a sentir e na dor que sentiu todos os anos em que esteve presa. Aryn deixou-se levar pelas más emoções e deixou o poder da escuridão tomar por completo conta do seu corpo.
O sol escondeu-se entre as montanhas dando lugar à lua, que se escondeu atrás das nuvens escuras e pesadas. Chuva começou a cair transformando o campo em lama com sangue.
Quando todos olharam para Aryn, não era ela que estava ali, era sim a verdadeira forma da Deusa da escuridão e da morte, a besta que tinha sede por sangue, o monstro que há muito estava preso.
Os olhos verdes como um incêndio, causavam medo, até mesmo ao Rohan.
Mesmo com a chegada da noite, a batalha continuou a todo o vapor, apenas com o som dos gritos de dor e raiva, os barulhos de espadas.
Ao olhar por todo campo de batalha era possível ver a pintura que Haus guardava na sala dos tesouros, corpos espalhados por todo lado, vermelho e preto eram as cores principais, aquela imagem fazia uma pessoa pensar se alguém sairia vivo dali. Mas algo era certo, aquela guerra não acabaria até o último homem ou mulher do exército inimigo, cair.
Rafy e Rohan tinham voltado para os céus em perfeita sincronia.
Todos queriam ganhar a batalha e Aryn não ia medir esforços pra isso. Ela não ia desistir até ter a cabeça da Ollein nas suas mãos e a vitória fosse gritada por todos os reinos.
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Para Além das Sombras
FantasiaSinopse: Aryn estava habituada à escuridão da sua cela e à companhia de quatro homens que não tinham onde cair mortos. Uma noite enquanto a realeza festejava, eles fugiram. Na sua luta pela liberdade, Aryn morreu nos braços do homem que ela pensava...