( 012 ) maybe & stupid

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TIMOTHÉE CHALAMET

    AS VEZES VOCÊ SENTE COISAS. Coisas complicadas de se explicar e se sentir. Coisas que talvez você não queira sentir, mas você continua sentindo porque você não pode controlar. Então você pega um sentimento mais forte e tenta ignora esse outro sentimento. Dói? muito, dói muito mesmo. Porém foi o certo a se fazer, certo? ignorar e esperar toda aquele sentimento estranho passar. Foi o certo a se fazer, certo?

As duas da manhã, Timothée ainda não havia conseguido dormir. Ele tinha ido dormir no chão do quarto de s/n. Ela arrumou um colchão com cobertores e um travesseiro. Era realmente um bom chão. Mas algo ainda estava o icomodando e ele sabia o que era.

O dia inteiro foi tão agoniante, ver ela e não poder falar com ela, dizer que ela está bonita, ou não poder sussurrar alguma piada no ouvido dela, para aliviar o clima cada vez que os avós dela fossem rude com ela. Tudo que ele queria era sentar ao lado dela enquanto a voz dela abafa os sons dos trovões.

─ Eu não te odeio.

"Eu não costumo ter insônia, mas quando eu tenho, na maioria das vezes é porque eu fico pensando muito e acabo não conseguido dormir. Acontece muito quando eu acho que alguém tá zangado comigo" ele lembrava.

─ Então por que você me ignorou? ─ Ele achou que haveria raiva em sua voz. Mas não havia, decepção? talvez, mas não raiva.

─ Eu tinha quatro anos quando meu pais se divorciaram e meu pai sumiu por dois anos. Depois disso eu comecei a ter dificuldade em me aproximar das pessoas. Eu tinha medo de elas me abandonarem também. ─ Falou em um tom baixo e quase frágil. ─ E quando você chegou, céus, s/n você não sabe o quão assustado eu fiquei. Você de alguma forma me deixa menos mal humorado. E só a ideia de você me abandonar, me deixou tão assustado. Então eu me afastei antes que você tivesse chance.

─ Por isso você me ignorou?

─ Sim, sinto muito mesmo s/n, eu não queria. Eu só me acostumei a me afastar das pessoas que eu nem percebo quando faço.

─ Eu também não te odeio.

─ Não?

─ Não. Eu entendo o porque você me ignorou, não é sua culpa.

─ Tá com raiva?

─ De você? não.

─ Tá com o que então?

─ Só assustada.

─ De que?

─ Pensei que você tinha começado a me ver do jeito que minha família me ver. ─ Disse e Timothée ficou em silêncio.

─ "Quando estamos juntos, formamos um italiano inteiro" você acha essa frase incrível, certo?

─ Certo, eu acho. ─ Respondeu hesitante.

─ Você conhece essa frase e entende o significado dela. Se várias pessoas dissessem para você que ela não é tudo isso. Que ela é chata e irritante, você continuaria achando ela incrível?

─ Sim.

Você é essa frase, s/n. As pessoas podem falar sobre você e dizer todas essas coisas para você, mas não importa, porque elas não são verdadeiras. Eu te conheço a bastante tempo para saber que você é incrível. Desde a época que eu te odiava eu sabia disso, eu não admitia em voz alta, mas eu sabia. E sua família? eles sabem também, mas eles preferem fingir te odiarem só para ter alguém pra por culpa nos erros deles.

─ Você acha que eu sou incrível? ─ Ela sorriu se sentando na cama e olhando para o garoto.

─ Eu acho. Me lembra de te dizer isso mais frequentemente. ─ Disse e sorriu se sentando no colchão e ficando de frente para a garota.

Timóteo.

Gatinha.

Os apelidos legais, eles estavam de volta.

─ Você é muito legal.

─ Eu sei.

─ Você disse que iria me abraçar quando me visse de novo. ─ Diz com um sorriso largo.

─ Disse mesmo?

─ Na verdade, você prometeu.

─ Promessa é promessa, não é? ─ O garoto sorri se levantando. ─ Agora levanta.

─ Preciso mesmo?

─ Eu não vou te abraçar pela primeira vez na minha vida com você sentada.

─ Poderia ter sido um bom abraço. ─ Resmungou e se levantou.

Timothée ri e a puxa para um abraço, a segurando como se ela fosse a única a última gota de oxigênio restante no mundo. Ele envolve os braços em volta dela e coloca sua cabeça na curva do pescoço dela. s/n o abraça de volta e enterra o nariz no cabelo ondulado do garoto.

Timothée se separa do abraço apenas para a olhar por um momento. Estava escuro, mas ele ainda conseguia ver ela tão bonita. s/n ri o tirando do pequeno transe, ela puxa para outro abraço, com agora ele abraçando a cintura dele. Eles se sentiam tão confusos e havia uma sensação quente invadindo o peito deles. Eles não entendiam, eles se odiavam e agora se abraçavam como se quisessem fazer isso a vida toda. Talvez, eles nunca tenham realmente se odiado.

─ Eu ainda te odeio um pouquinho. ─ Admitiu s/n em um tom baixo.

─ E eu te odeio por você me odiar só um pouquinho.

Timothée foi realmente estúpido em achar que o ódio iria fazer ele esquecer todo aquele sentimento?















SCRQWNY NOTES
bom dia gente! só queria dizer muito obrigado pelos 2k, isso significa muito pra mim de verdade gente. obrigado por tudo viu.

BLONDIE.  chalamet Onde histórias criam vida. Descubra agora