O sol se projetava no céu fazendo com o que o azul fosse mais que uma cor, os primeiros aldeamentos humanos estavam se formando, as plantações eram pequenas e as casas simples, os arrozais terminavam por montar um ambiente agradável, simples, calmo e extremamente belo. Um casal conversava na relva de um carvalho imponente, eles eram jovens e pareciam brincar enquanto o tempo passava, já os outros aldeãos observavam a cena com certa candura já que os risos de ambos ecoavam pelo vento fazendo com que o trabalho parecesse menos penoso.
- Ei Raito, como você acha que viremos na próxima encarnação? – Perguntou o rapaz.
- Que pergunta Kurayami nós não temos como saber – respondeu a mulher.
- É meio assustador sabe? Saber que posso ficar muito tempo sem te ver.
- Algo que ainda me preocupa é Gyappu.
- Não tem como ele nos fazer mal agora Raito.
- Mas quando recuperamos nossas memórias ele também recupera as dele. Até quando viveremos assim? Já se foram três encarnações e continuamos na mesma coisa. – A moça dizia isso enquanto soltava um suspiro que fazia o coração do amado fragmentar-se. Aquela sensação de desespero voltou a inundá-lo e ele se sentiu triste ao lembrar das vezes que morrera antes de conhecer a amada.
-Raito, juro pra você que vamos pará-lo nem que demore mais dez encarnações.
- Kurayami, amo você do mesmo modo que amo a humanidade, precisamos parar Gyappu.
- Não se preocupe meu amor, somos tão persistentes quanto...... Ah...
A mulher deu risada e respondeu: - Tão persistentes quanto você é teimoso?
Quando ela fazia aquelas piadinhas ele sentia-se envergonhado, mas o senso de humor da amada fazia com que a beleza dela se tornasse mais evidente.
**********
As lembranças ainda estavam embaralhadas no meio da luminosidade que havia engolido Hinata, mas Sasuke sabia que deveria fazer alguma coisa, depois arranjaria tempo para pensar o que significavam aqueles sonhos estranhos que ele estava tendo com aquele casal desconhecido. Seria um sinal? Será que aquele casal o ajudaria de alguma forma? E quem era Gyappu? Enquanto caia na grama sobre os lírios brancos ele observava uma figura que pairava no ar olhar fixadamente em seus olhos, e o olhar mostrava ódio com um misto de inveja.
- Kurayami, nos encontramos novamente, e pelo jeito nos encontramos mais cedo do que nas últimas 100 vezes!
- Quem é você? Onde ela está? O que fez com ela?
- Me parece que não chegou a 100% a recuperação da sua memória.
- O que fez com ela?
- Você acha que ela é inofensiva? Eu nem cheguei a encostar nela e ela simplesmente sumiu.
- Pare de se fazer de idiota! Se estiver mentindo eu vou fazer você morrer devagar e gritando bem alto!
- Continua sombrio, majestade?
- Cretino! – Dizia Sasuke ao avançar no desconhecido que mais parecia um ninja da era imperial.
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Depois de tudo se iluminar, Hinata estava perplexa na visão que seus olhos contemplavam, um lago azul cercado de flores e lírios pelo ar faziam com que ela se sentisse em casa, ao mesmo tempo que era a primeira vez dela ali. Seu olhar parou sobre uma mulher de olhos azuis e cabelos brancos como as nuvens que se alojavam no céu, ela estava com um vestido longo e branco, sentou-se perto de uma pequena pedra abeira do lago. Sem dizer uma palavra, a mulher fez menção chamando Hinata para perto de si, sentindo-se confortável com a situação a perolada apenas se aproximou da mulher.
- Me parece perdida.
- É o que todo mundo diz pra mim – respondeu ela com um sorriso.
- É o que dizem pra mim também! Há mais de 100 gerações – ela soltou um sorriso doce e sua presença fazia com que o lugar se iluminasse.
- Eu conheço você?
- Mais do que você imagina.
- Por que estamos aqui? Lembro apenas de um clarão e de....
- De alguém?
- Sim.
- E por um acaso esse alguém tinha olhos vermelhos?
- Sim.
- E um cabelo preto como o breu da noite mais escura?
- Sim.
- E ele se revolta fácil?
- Sim, e é muito teimoso!
- Ele chegou a fugir?
- Sim! – respondeu a perolada soltando uma gargalhada gostosa no ar lembrando das histórias do "Emo Revoltado" e de como ele havia dado trabalho para voltar a vila.
- Bem, então acho que não há mais nada a se fazer.
- Do que você está falando?
- De uma coisa chamada destino minha doce Hyuga.
- Destino? Não há destino! Você mesmo forja o que quer.
- Você tem toda razão! Mas há uma coisa que destino nenhum muda.
- O que seria?
- O amor! – respondeu ela sumindo em meio a uma claridade que quase cegava Hinata, e antes que ela pudesse protestar mais, a garota pode ouvir mais uma vez a voz dócil da mulher – Você saberá o que fazer na hora certa, siga o que seu coração diz e lembre que: por mais que você se sinta perdida, nunca se afaste de quem você é de verdade.
- O que isso... – Mas Hinata não conseguiu completar a frase, ela estava em meio a uma cratera enorme no chão e pode avistar uma luta frenética logo a frente. Era Sasuke, ele gritava com um homem que se divertia com o desespero do Uchiha.
- Sasuke Kun! – Hinata sentiu que deveria ajuda-lo, sentiu que precisava protegê-lo daquele homem e que, acima de tudo, deveria mostrar que ela estava lá e que não sairia mais de perto do Uchiha, nunca mais...
*Nota: Os nomes dos nossos heróis e do nosso vilão significam especificamente suas identidades.
Raito: Significa literalmente Luz e se refere a Hinata.
Kurayami: É literalmente escuridão e se refere a Sasuke
Gyappu: Na língua japonesa Gyappu é uma variação para a palavra lacuna (sinônimo de vazio).
O que acham? Será que nossos personagens irão se identificar com suas vidas passadas? O amor é algo que pode perpassar até mesmo o próprio destino meu caro leitor?
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Meu Puro Lírio Branco - CONCLUÍDO
RomanceMais uma tarde ensolarada se esbanja em Konoha, as folhas caem indicando a saída da primavera para a chegada do outono. Nada melhor que um casamento para alegrar a vila. Alegrar a todos, menos a uma pessoa Hinata Hyuga, o casamento de Sakura e Narut...