Meu Puro Lírio Branco - CONCLUÍDO

Companhias Indesejadas

O sol reluzia em seu ponto máximo, o meio dia chegava de forma grandiosa e fervilhava não apenas o ambiente, mas os ânimos de quatro jovens no meio de uma floresta parcialmente dizimada. A jovem de cabelos rosados e olhos verdes havia se retraído a uma pequena sombra, enquanto o jovem de olhos azuis saia para uma patrulha mais apurada usando seus clones das sombras. A jovem de olhos perolados e cabelos negros procurava distrair-se com uma pequena bolsa d'água enquanto o rapaz de cabelos negros a observava de longe. Ele estava encantado com o jeito dela, com seu olhar meigo e com a possibilidade que havia perdido de beijá-la mais cedo, ele se maldizia enquanto comtemplava os lábios dela tocarem o bico da garrafa d'água.

"Droga, eu sou um idiota mesmo, deveria ter beijado ela.... Ahhhh". Mas seus pensamentos logo foram interrompidos por uma voz grave e familiar que estava observando toda sua movimentação, tal como ele observava a Hyuga.

-Você sabe que Hinata sempre foi apaixonada por Naruto não sabe?

Droga, aquilo era verdade ele não sabia como se comportar diante do óbvio, ela amava o Uzumaki.

-Não sei do que você está falando – Respondeu ele como se não desse atenção alguma a perolada.

-Você sabe Sasuke, você sabe bem. Sabe também que eu sempre amei você, desde pequena e você sempre demonstrou do seu jeito que gostava de mim.... Não sei porque quando tudo isso terminou você decidiu que não queria ficar comigo.

-Sakura, eu amo você – Os olhos da rosada brilharam, mas logo foram apagados – Como uma irmã, como uma amiga, como minha companheira de time, você é esposa de Naruto, você fez sua escolha e deve viver com ela até o fim de sua vida.

-Sasuke, eu escolhi você.

-Então por que decidiu se casar com Naruto?

- Porque não dava para esperar por você a vida toda! – respondeu ela indignada.

-Então não era amor Sakura – respondeu ele desviando o olhar para Hinata.

-O que você sabe sobre amor? – Dizia ela revoltada.

-Quase nada, mas sabe – disse ele com um sorriso maroto fitando as curvas da Hyuga – Estou disposto a aprender.

**********

Hinata estava estonteante e procurava entender o porquê de se preocupar tanto com todos de uma hora para outra, era como se o amor que ela nutrisse por todos tivesse aumentado exponencialmente de uma hora para outra. E tinha ele.... Tinha Sasuke, mas ela deveria ser cautelosa ao demonstrar algo pelo Uchiha, ele a tratava tão mal.... E ela não iria mais admitir se humilhar por amor algum, nem mesmo pelo dele.

Mas vê-lo tendo uma conversa tão particular com Sakura fez com que ela sentisse uma dorzinha no coração, ela iria ter de aturar isso, Sakura era importante para Sasuke e ela... Ela não, ela poderia ser apenas um estorvo para ele. "Estorvo" palavra que ela ouvia muito de seu pai. Lágrimas queriam descer de seu rosto, não, não era hora para isso. Ela iria se erguer e iria fazer isso para si e não para ser aceita por ninguém. O amor próprio é o amor mais forte que existe, ele vem e ensina você não apenas a se doar, mas também a saber quando é necessário parar sem se machucar muito no final e era esse amor que ela estava procurando durante toda essa jornada.

Mas lembrar daquele quase beijo, a fazia estar nas nuvens, fazia seu estômago encher-se de borboletas e lembrar do quão era bom sentir algo por alguém. Talvez Hinata precisasse disso, de amor próprio e de carinho de alguém. Será que seria dele? Seu olhar procurou o Uchiha e quando seus olhos encontraram os dele seu rosto ficou vermelho, suas pernas tremiam e seu coração pulava de formas que ela nem sabia que eram possíveis.

O silencio da cena foi quebrado por um rapaz rápido como um relâmpago que falava freneticamente:

-Está tudo limpo, melhor voltarmos a vila logo.

-Tudo bem – respondia a rosada – melhor andarmos logo se quisermos chegar cedo lá amanhã.

-Cedo? Não pararíamos para um descanso? – Indagou Hinata.

-Se você não puder acompanhar posso te carregar, ou sei lá.... Te arrastar.

-Se for para alguém aqui ser arrastado Sakura, poderia se você, já que não consegue frear nem a língua, vai se cansar rápido – Dizia Sasuke.

Hinata soltou uma gargalhada alta e foi o suficiente para que Sasuke ficasse levemente corado.

-Sasuke, somos colegas de time – Falava Naruto tentando entender a situação.

-Naruto, somos ninjas de Konoha, todos nós.

-Sasuke tem razão, não há porque brigar, sei muito bem acompanhar o passo de vocês e se me sentir cansada posso parar e alcançá-los depois.

-Posso acompanhar você – dizia Sasuke.

-Se você quiser sim – respondia ela com as pernas bambas.

-Sasuke, Hinata vocês precisam NOS acompanhar – interferia Sakura.

-Não, precisamos ir a vila. – Dizia Hinata com a voz mais firme.

-Hinata tem razão, ninguém aqui precisa de babá.

-Vamos parar com isso Sasuke? – Falava Naruto - E outra, se não sairmos daqui agora, não vamos chegar lá nunca.

-Naruto tem razão – concordava Sakura querendo pular em cima do pescoço de Hinata.

A viagem iria ser longa, mas Hinata sabia que não seria agradável, ela só queria paz e agora teria de voltar a vila mais uma vez, uma ponta de medo atingiu seu coração ao pensar na figura do pai e de seu olhar incrédulo, duro e carregado de julgamentos. Mas ela voltaria, tinha de voltar para o bem de todos.

************

O templo de luz e trevas havia sido esquecido por todos, ou por quase todos. Gyappu curava-se aos poucos dos ferimentos internos causados por Raito e junto com o crescimento de sua recuperação, também crescia seu ódio.

Uma estátua gigante de uma mulher de cabelos longos dava as mãos para a estatua de um homem alto e de cabelos levemente espetados, eles pareciam felizes e logo abaixo de suas mãos dadas havia uma espécie de altar que comportava apenas uma palavra... AMOR.

Aquela palavra, quando feita, falada e escrita pelos humanos não tinha significado algum, Gyappu sentia que os humanos não conheciam o amor, só o vazio e era ele... o Vazio que iria acabar com os humanos e com sua maldita luz.