"Sim, eu os matei e não me arrependo de ter feito isso, talvez me arrependa apenas de ter ferido pessoas que não precisava, mas não tenho pena de ninguém, as pessoas são más e já me fizeram sofrer muito, então elas merecem sofrer".
Onde estou agora? Como cheguei a esse ponto?
Meu nome é Gabriel Anje, vou começar a contar a minha história pelos meus 17 anos. Tudo começa na cidade de Petrópolis no estado do Rio de Janeiro.
Dia 11 de janeiro de 2014, acordo assustado, tinha acabado de ter um pesadelo, eles ficam cada vez mais frequentes, dessa vez no meu sonho, eu estava preso atrás das grades, com corpos de pessoas mortas ao meu redor e minhas mãos sujas de sangue. Antes que eu consiga me lembrar de todo o sonho, minha mãe vem no meu quarto para me acordar. Ao ver que eu já estava acordado ela diz...
- o que você tá fazendo deitado aí? hoje é o seu dia, você não pode passa-lo na cama. - minha mãe tinha quase quarenta anos, era loira e tinha olhos castanhos como os meus.
Era meu aniversário de 17 anos.
- já vou levantar. - eu digo.
Eu levanto, tiro a roupa de dormir e visto uma bermuda jeans e uma camiseta do Avenged Sevenfold, vou até o espelho, arrumo meu cabelo, deixando-o caindo sobre o olho esquerdo, e vou pra sala, minha mãe, minha irmã e minha tia estão preparando a festa.
- por que o Gabriel não ajuda? - diz minha irmã fazendo uma careta para mim, eu faço uma careta pra ela de volta. Ela era mais nova, tinha quinze anos, magrinha, cabelos pretos como meu pai e os olhos da minha mãe.
- hoje é o aniversário dele, hoje ele não trabalha. - minha mãe diz.
Era também minha despedida, no dia seguinte eu iria para a capital morar com meu irmão mais velho, minha mãe queria que eu tivesse oportunidades melhores, lá eu iria terminar o ensino médio e começar a construir meu futuro, eu estava adorando essa ideia, eu sempre achei que eu merecia mais.
- por que você não vai se despedir de seus amigos. - minha mãe diz.
- que amigos? - diz minha irmã. - esse mané aí não tem amigos.
- cala a boca Isabel! - eu digo.
- mãe eu vou me despedir dos meus amigos.
Mas a Isabel tava certa mesmo, que amigos? eu não tinha amigos. Saí de casa e fui até a casa de uma garota que eu achava muito linda, Miriam, ela estudava comigo, mas nunca falou comigo e eu, é claro, nunca tive coragem de falar com ela.
Eu chego a casa dela, bato na porta e ela sai, olha pra mim com uma cara de desprezo e diz: - o que você quer?
- o... oi, é... eu...- Eu mal consigo falar.
Um cara alto e forte sai na porta e diz: - o que você quer com a minha garota?
Ele diz isso e me dá um empurrão nos peitos e eu caio sentado no chão, ele e a Miriam ficam rindo da minha cara e ela fecha a porta, eu consigo ouvir ela dizer à ele: - coitado.
Depois dessa é que eu não queria ficar nesse lugar mesmo.
À noite na minha festa, não veio muita gente, quase que só da família e poucos estavam lá por minha causa.
Nessa noite eu ouvi muitos elogios, poucos verdadeiros, me diziam que eu era muito inteligente, que desenhava muito bem e pra eu continuar sendo sempre essa pessoa que eu era.
A última coisa que eu queria era continuar sendo assim, só mais um nerd sem amigos.
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O Anjo - Vidas & Mortes
Mystery / ThrillerVocê alguma vez já se sentiu isolado, como se a sua vida não tivesse a menor importância? eu já. Mas eu cansei, eu decidi mudar a minha história, eu percebi que se as pessoas não gostam de mim, por que eu deveria ter pena delas, eu descobri que e...