Eu chamo por Nichole da janela da casa dela, ela demora a aparecer, mas enfim, ela aparece. - Gabriel, o que você tá fazendo aqui? - ela perguntou.
- eu vim te ver.
- é melhor você ir embora.
- por quê? Por causa do seu pai?
- não, eu não posso ficar com você Gabriel.
- como assim? Do quê que tá falando?
- eu vou embora amanhã de manhã, a gente dificilmente vai se ver de novo, adeus Gabriel.
- mas por quê?
- não dá pra explicar, mas eu preciso ir.
- eu te espero, melhor, eu vou com você.
- não Ga, esqueça.
- esqueça? Como esqueça? Como você consegue me dizer pra esquecer? Depois de tudo. - eu grito.
- eu já esqueci.
- por que você tá me dizendo isso?!!
- Gabriel, por favor, vá embora, não faça as coisas ficarem mais difíceis ainda.
- você não pode me dizer pra ir embora, eu não vou deixar você ir!!! - então, lágrimas caem dos meus olhos castanhos (nessa noite estavam mais trites do que nunca), mas os olhos dela também derramavam lágrimas, se ela também estava sofrendo, então por quê? Eu não conseguia entender porque ela estava fazendo isso.
- eu vou fechar a janela agora e é bom você ir pra casa. - ela fecha a janela, mas eu não desisto. Eu continuo gritando o nome dela.
- Nichole! Nichole! Nichole!!!
Até que o pai dela aparece lá fora. - para de gritar, garoto. - ele diz.
- você... foi você que fez isso? É por sua culpa que a Nichole vai me deixar? É por sua culpa que ela vai embora?
- cala a boca moleque, você acha que eu queria que a minha filha fosse embora?
- então porque que ela vai?!!
- não grita, eu não sei, eu tinha esperança de que você a fizesse ficar.
- como assim?
- ela saiu hoje pra comprar umas coisas, levou um tempão pra voltar e quando voltou veio com essa de que tinha um pré-sentimento ruim sobre sua mãe e que tinha ir morar com ela amanhã mesmo. Eu não consegui convencê - la a ficar, esperava que você conseguisse.
- mas por que ela precisa terminar comigo? Se ela quer ir, eu posso esperá - la, eu posso ir com ela.
- eu não sei por que ela tá fazendo isso, mas eu preferia vê-la com você do que longe de mim. Com a Michele.
Nesse momento, Nichole aparece novamente na janela. - não fala da minha mãe, pai, entra pra cá, você não precisa falar com ele, ele não é mais seu genro.
- sinto muito garoto, é melhor você ir embora. - Nicolau me diz e entra pra casa em seguida.
Nichole fecha a janela novamente e eu continuo gritando. - Nichole! Nichole! Eu não vou sair daqui até você decidir voltar pra mim.
Eu fiquei lá, fiquei, fiquei, até que minhas forças se esgotaram e eu adormeci na causada. Quando eu abro os olhos, o sol já brilhava, Nichole estava entrando num táxi, ela olha uma última vez pra mim com lágrimas em seus olhos e entra no táxi, eu me levanto rapidamente e corro atrás dela, gritando o seu nome incessantemente, até que eu caio no asfalto e quase sou atropelado por um carro que para repentinamente bem perto de mim. Uma pessoa sai de dentro desse carro, eu vejo em seus pés, um par de sapatos vermelhos, eu reconhecia aqueles sapatos, quando levanto a cabeça, era ela, Helena. - você está bem? - ela pergunta.
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O Anjo - Vidas & Mortes
Misterio / SuspensoVocê alguma vez já se sentiu isolado, como se a sua vida não tivesse a menor importância? eu já. Mas eu cansei, eu decidi mudar a minha história, eu percebi que se as pessoas não gostam de mim, por que eu deveria ter pena delas, eu descobri que e...