O Anjo - Vidas & Mortes

Capítulo 28 - Dando o que Merece

Segunda feira, dia 17 de novembro de 2014, estava saindo da escola à noite e encontrei "casualmente" com Doni na rua...

Eu: - não, eu ainda não tenha o seu dinheiro.

Doni: - adivinhão! Eu ia perguntar exatamente por isso.

- imaginei.

- tu tá vacilando comigo, né, eu não vou esperar mais muito tempo, dá um jeito!

- não é tão fácil, você tem que ter paciência.

- eu não posso ter paciência, a polícia tá atrás de mim, idiota!

- isso não é culpa minha.

- mas tu sabe o que acontece se num me ajudar...

- eu sei e eu vou ajudar, só preciso de tempo.

Ele me entrega um papelzinho... - aqui tá explicando direitinho como chegar na cabana que eu tô, você vai levar até o fim da semana! - ele coloca o dedo no meu peito. Então ele vai embora.

Chegando em casa, Rafa estava na sala concertando o interruptor.

Eu: - cara, não é meio tarde pra você tá trabalhando?

Rafa: - sua mulher que chamou.

Eu: - onde ela está?

Rafa: - banho.

Eu: - ah. - ficamos em silêncio por alguns segundos. - e o Junior? - "era só uma suspeita".

Rafa: - ele te contou?

"Sabia!"

Eu: - não, o que ele deveria ter contado?

Rafa: - ah... esquece.

Eu: - vocês tão juntos?

Rafa: - tenho que admitir, você é esperto.

Eu: - por que?

Rafa: - você praticamente forjou um encontro pra nós dois, fala a verdade... Você não tinha lugar nenhum pra ir, saiu só pra eu ficar sozinho com o seu amigo, não foi?

- Desculpa, é q...

- não cara, desculpa nada, eu tenho é que te agradecer.

- a é?

- depois do filme a gente ficou conversando no lado de fora do cinema, o filme deu muito o que falar, sabe? Então eu disse que tava com fome e ele disse que também estava, então ele comprou um fast food pra gente e fomos comer na casa dele....

- e aí...?

- aí a gente conversou mais um pouco, eu perguntei se ele tinha namorada, ele disse não e eu disse que achava estranho um cara rico e bonito está sozinho, aí ele perguntou se eu achava ele bonito mesmo, eu disse sim, muito, então ele foi bem direto e perguntou se eu era gay, eu fui sincero, disse que sim, então ele ficou calado e depois de alguns segundos disse "eu acho que também sou", então eu disse "não tem essa de "eu acho"", ele disse que queria não ser, falou algo sobre dar orgulho ao seu pai e começou a chorar, aí eu o abracei, enxuguei suas lágrimas e...

- e...?

- a gente se beijou.

- e como ficaram?

- ele me mandou sair, então fui embora, mas depois de alguns dias ele ligou e disse que tava com saudades e eu fui até lá, aí a gente acabou na cama.

- mas vocês estão juntos?

- eu prometi guardar segredo, mas sim, estamos, só que é meio difícil pra mim.