Capítulo 11 - Verdades

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Depois que eu cheguei em casa, eu e o Dani fomos para o orfanato, lá, logo na entrada havia uma mulher atrás de uma mesa, era uma mulher velha, de cabelo acinzentado e óculos, ela parecia ser a pessoa perfeita para pedir informação, antes mesmo que o Dani pergunte, a mulher fala...

- se for algum adotado querendo saber dos seus pais de verdade, pede ir embora.

- desculpa senhora, mas eu não vou sair daqui até que eu saiba algo sobre meus pais. - Dani diz.

- ai, denovo isso. Qual o seu nome mesmo? - ela pergunta.

- é Daniel...

- menino Daniel! - ela exclama. - você não lembra de mim?

Dani: - não senhora.

- não foi você que foi adotado por aquele casal...

- não, aquilo não é um casal. - Dani a interrompe.

- é um casal diferente, mas como é que vocês estão? - ela diz.

- eu não estou com eles.

- mas o quê aconteceu? - ela pergunta.

- eu não posso viver com pessoas como eles. - Dani responde.

- mas você gostava tanto deles, você dizia que era um máximo ter dois pais, você quase implorou pra ser o filho deles. Eu lembro que eles vieram querendo adotar uma menina, mas depois que viram você... você tava doente no dia que eles vieram aqui pela primeira vez, o Doutor Otávio foi chamado e ele não tinha como deixar seu filho, ele tinha acabado de se separar da sua mulher, por isso ele trouxe o filho, como era o nome do menino mesmo?...

- Junior. - diz Dani.

- isso mesmo, Junior, vocês se conheceram naquele dia e viraram melhores amigos.

- eu não quero saber disso, fala logo dos meus pais de verdade. - Dani fala.

E a senhora continua falando. - eu lembro que eu mesma apresentei as crianças ao Pedro e o Jonas, e disse que só estava faltando uma, porque estava doente e eles quiseram logo ver essa criança, você já não estava tão mau, estava brincando com o Junior. Eles conversaram com você, que ficou todo entusiasmado dizendo "me adotem, e aí seremos uma família só de homens", geralmente, quando criança, os meninos acham as meninas chatas e você queria que na sua família só tivesse meninos, eles não tiveram como não adota-lo, eles gostaram muito você também, o Jonas dizia que quando realizasse o sonho de ter seu próprio restaurante, ele colocaria o seu nome, e não é que ele fez mesmo, o Restaurante Menino Daniel tá aí fazendo o maior sucesso, e você achava tão legal que ia virar um restaurante, você achava tudo um máximo, e dizia que sua família era única.

- eu era um idiota, não sabia o que aquilo significava. - Dani diz.

- você era um menino muito fofo. - diz a velha. - você parece mudado, por quê?

- por quê eu abri os olhos para a sem-vergonhice que estava na frente do meu nariz todo esse tempo. - Dani responde.

- mas... - a mulher começa a falar, mas Dani a interrompe dizendo. - escuta, eu só quero saber dos meus pais de verdade, se você souber alguma coisa fala logo.

- eu não sei nada. - ela diz. - você foi mandado pela justiça, não tivemos muita informação, mas o seu pai Pedro, que é advogado, deu uma investigada e parece que ele descobriu algumas coisas na época.

Dani: - o Pedro?

- você nunca perguntou a eles? - diz a mulher.

Dani se vira silenciosamente e sai andando para a saída.

O Anjo - Vidas & MortesOnde histórias criam vida. Descubra agora