Capítulo 20 - Jeito Sabrina

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- então, foi isso. - eu digo.

- isso. - diz Sabrina.

- é uma história interessante.

- é, por quê você não conta a sua, agora?

- por quê? Você não contou a sua, você contou a história da Jennifer.

- e um pouquinho da minha também, por exemplo, você sabe quem foi meu primeiro namorado, minha amiga, quando foi meu primeiro beijo...

- você não me falou de nenhum outro namorado, nem quando fui sua primeira...

- minha primeira vez? Não aconteceu, e na verdade, eu só tive um namorado.

- eu também... namoraDA. - nós sorrimos.

- e você ainda está com ela?

- não, ela desapareceu.

- hum, você mora com seus pais?

- não, eu tô morando aqui sozinho.

- deve ser muito legal morar sozinho.

- é, mais ou menos, muita responsabilidade é meio chato, as vezes dá vontade de voltar correndo pra mamãe. - a gente sorri.

- meus pais, as vezes me sufocam um pouco.

- a minha mãe também.

- acho que eu devia ser um pouco mais como a Jennifer.

- o quê? Como a Jennifer? Acho melhor não.

- não exatamente como a Jennifer, só a parte de aproveitar a vida.

- eu acho melhor eu ir agora.

- você não vai desaparecer do nada de novo, pode me dá seu número.

Eu sorri e disse. - anota aí. - eu mostro meu número pra ela.

- eu te ligo. - ela diz, quando termina de anotar o meu número no celular dela.

Então, eu fui pra casa dormir. As semanas seguintes foram quase totalmente preenchidas pelo meu novo trabalho, eu tive que passar a estudar à noite, então não vi mais ninguém da minha turma antiga, o Junior me ligou algumas vezes, mas eu não atendi. Com o dinheiro que eu ganhei do trabalho, eu comecei um robbie, colecionar facas, todas de tamanho ou modelos diferentes.

Estava eu, lá no meu quarto, admirando minha coleção, que até então, tinha apenas seis. Estamos agora no dia primeiro de Julho de 2014, terça feira.

De repente, o telefone toca, era minha mãe.

- bênça mãe.

- Deus te abençoe, meu filho.

- está tudo bem?

- tá sim, eu só liguei pra saber se você vem pra cá agora, nas férias.

- eu não sei, mãe.

- suas aulas já acabaram?

- já, mas eu tô trabalhando e você não sabe o tanto de pessoas que morrem nas férias.

- esse seu emprego é bem esquisito.

- você sabe que eu não tô podendo recusar emprego.

- eu sei, mas não dá pra você vir passar só um final de semana aqui não?

- eu vou falar com o Nando, se ele me liberar, eu vou.

- tá bom.

- era só isso?

O Anjo - Vidas & MortesOnde histórias criam vida. Descubra agora