Eu cheguei em casa e me joguei na cama, tava muito cansado e principalmente, confuso.
- o que eu tava pensando? - eu me perguntava. - eu queria matar ela... mas, por quê? Ela não me fez nada... e daí, ela é uma delas, uma dessas pessoas más... e daí se ela morresse, por que eu teria que ter pena dela... ninguém tem pena de min, pelo menos, eu me divertiria matando ela... o quê que eu tô pensando? Matar é divertido?... eu só fiz isso uma vez, mas foi para me defender, eu não sou um assassino... eu nem sei o que eu sou.
Eu pego no sono em algum momento, acordando no dia seguinte, já pulando da cama e correndo pro banheiro, para me arrumar pra ir pro estágio. Eu sinto o meu celular vibrando no meu bolso, eu pego para ver quem era, minha mãe me ligando. Tem que atender, né, é mãe.
- oi mãe.
- filho, você tá bem?
- tô, mãe, tô bem.
- você tá comendo direito?
- eu ainda não morri de fome.
- eu depositei dinheiro pra você na conta da sua tia.
- tá bom.
Ela continua falando um monte de recomendações e coisas de mãe, enquanto isso, eu vou pro banheiro com o celular no ouvido e começo a escovar os dentes.
- filho, você tá me ouvindo?
- uhum. - eu cuspo a espuma do creme dental.
- você vem pra cá em julho?
- vou, mãe, eu vou, mas julho vai demorar ainda.
- tô com muita saudade de você, meu filho.
- eu também mãe.
- eu vou desligar, preciso ir pra loja.
- tchau, mãe.
- fica com Deus.
- amém. - eu desligo.
Depois de trocar de roupa, eu vou direto pra New, já tinha um mês que eu estagiava lá, eu já conhecia tudo naquele lugar, já era amigo da Fabí, a secretária, a Helena era muito legal comigo, nós já estávamos íntimos.
- bom dia, Gabriel. - a Fabí disse quando eu cheguei.
- bom dia, Fabí, tudo bem?
- tudo. O Dinho já ligou pra cá umas duas vezes, perguntando por você.
- porque ele não ligou pro meu celular?
- ele disse que não conseguiu.
- ah é, tava descarregado... Bom, depois eu falo com ele. A Helena tá aí?
- tá sim.
- posso entrar?
- tenho que te anunciar primeiro.
- ainda precisa disso?
- brincadeira, pode entrar, ela disse que você poderia entrar na hora que chegasse.
- tá bom.
Quando eu entro, a Helena estava na sua mesa, mexendo com um monte de papéis.
- oi, Gabriel, que bom que você chegou, pode me ajudar com isso?
- oi... claro, o que você quer que eu faça?
- me ajuda a ler esses documentos... ver onde eu tenho que assinar, enfim, me ajuda com essa papelada aqui.
Depois de mais de duas horas lendo papéis, a gente finalmente terminou.
- pega, esse é o último. - eu disse.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Anjo - Vidas & Mortes
Mystery / ThrillerVocê alguma vez já se sentiu isolado, como se a sua vida não tivesse a menor importância? eu já. Mas eu cansei, eu decidi mudar a minha história, eu percebi que se as pessoas não gostam de mim, por que eu deveria ter pena delas, eu descobri que e...