Capítulo 18 - Matar é Divertido?

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Eu cheguei em casa e me joguei na cama, tava muito cansado e principalmente, confuso.

- o que eu tava pensando? - eu me perguntava. - eu queria matar ela... mas, por quê? Ela não me fez nada... e daí, ela é uma delas, uma dessas pessoas más... e daí se ela morresse, por que eu teria que ter pena dela... ninguém tem pena de min, pelo menos, eu me divertiria matando ela... o quê que eu tô pensando? Matar é divertido?... eu só fiz isso uma vez, mas foi para me defender, eu não sou um assassino... eu nem sei o que eu sou.

Eu pego no sono em algum momento, acordando no dia seguinte, já pulando da cama e correndo pro banheiro, para me arrumar pra ir pro estágio. Eu sinto o meu celular vibrando no meu bolso, eu pego para ver quem era, minha mãe me ligando. Tem que atender, né, é mãe.

- oi mãe.

- filho, você tá bem?

- tô, mãe, tô bem.

- você tá comendo direito?

- eu ainda não morri de fome.

- eu depositei dinheiro pra você na conta da sua tia.

- tá bom.

Ela continua falando um monte de recomendações e coisas de mãe, enquanto isso, eu vou pro banheiro com o celular no ouvido e começo a escovar os dentes.

- filho, você tá me ouvindo?

- uhum. - eu cuspo a espuma do creme dental.

- você vem pra cá em julho?

- vou, mãe, eu vou, mas julho vai demorar ainda.

- tô com muita saudade de você, meu filho.

- eu também mãe.

- eu vou desligar, preciso ir pra loja.

- tchau, mãe.

- fica com Deus.

- amém. - eu desligo.

Depois de trocar de roupa, eu vou direto pra New, já tinha um mês que eu estagiava lá, eu já conhecia tudo naquele lugar, já era amigo da Fabí, a secretária, a Helena era muito legal comigo, nós já estávamos íntimos.

- bom dia, Gabriel. - a Fabí disse quando eu cheguei.

- bom dia, Fabí, tudo bem?

- tudo. O Dinho já ligou pra cá umas duas vezes, perguntando por você.

- porque ele não ligou pro meu celular?

- ele disse que não conseguiu.

- ah é, tava descarregado... Bom, depois eu falo com ele. A Helena tá aí?

- tá sim.

- posso entrar?

- tenho que te anunciar primeiro.

- ainda precisa disso?

- brincadeira, pode entrar, ela disse que você poderia entrar na hora que chegasse.

- tá bom.

Quando eu entro, a Helena estava na sua mesa, mexendo com um monte de papéis.

- oi, Gabriel, que bom que você chegou, pode me ajudar com isso?

- oi... claro, o que você quer que eu faça?

- me ajuda a ler esses documentos... ver onde eu tenho que assinar, enfim, me ajuda com essa papelada aqui.

Depois de mais de duas horas lendo papéis, a gente finalmente terminou.

- pega, esse é o último. - eu disse.

O Anjo - Vidas & MortesOnde histórias criam vida. Descubra agora