Capítulo 17 - Mundo Imperfeito

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- eu decidi pensar melhor na sua proposta.

- e...?

- eu topo. - é, eu disse isso, me jugue como quiser, mas eu simplesmente me senti obrigado a fazer isso, então eu fiz. Eu não me orgulho disso, mas eu não me arrependo de nada.

- o quê? Você topa?

- é.

- e... de quanto você tá precisando?

- não, eu não vou fazer isso por dinheiro, eu não sou esse tipo de pessoa.

- então, por quê?

- eu quero ver isso como uma... experiência. - eu preferi o fazer pensar que eu não estava interessado em dinheiro, mas claro que eu iria arrancar tudo que ele tivesse.

- é isso? - Junior pergunta. Eu aceno que sim.

A gente fica em silêncio por alguns segundos, então, eu digo. - e então?

- é... você quer ir pro meu quarto? - ele diz.

A gente vai pro quarto, aquela situação bizarra durou menos de dez minutos, tempo demais, sorte que ele acabou rápido, não entendo como, mas ele estava sentindo prazer naquilo, bom, pelo menos, eu estava por cima, se fosse pra ser passivo, eu não toparia isso de jeito nenhum.

- você disse que seria uma experiência, então, qual foi o resultado? - Junior me pergunta, ainda deitado na cama, enquanto eu estava de pé, terminando de vestir minha camisa.

Eu estava com muito nojo dele e muita raiva de mim. - não sei dizer foi estranho. - eu falei, sem nem olhar para ele.

- você já vai? - ele pergunta.

- tenho que procurar emprego, tô precisando urgentemente de dinh... ah, deixa pra lá.

- você precisa de dinheiro.

- esquece, isso não problema pra você.

- escuta Gabriel, se eu te ocupei o tempo que você deveria estar usando pra procurar emprego, é justo que eu te dê alguma coisa.

- você que sabe.

- diz aí, de quanto você precisa?

- eu não posso.

- você não dizer?... tudo bem. - ele pega sua carteira, que estava em cima do seu criado-mudo e pegou todo dinheiro que tinha dentro. - pega, é tudo que eu tenho.

Eu pego, nem contei na hora, mas tinham várias notas de cem.

- isso serve? - ele pergunta.

- é, vai ajudar, obrigado.

- se você precisar de mais, me avisa.

- você é um amigo de verdade. - amigo um caralho, ele nunca foi meu amigo. - eu tô indo agora.

- você não quer voltar mais tarde?

- não sei.

Eu decido não ir direto pra casa, eu vou pra casa do Doni.

- eu fiz uma coisa. - eu digo, já entrando na casa dele.

- você matou alguém? - Doni pergunta.

- não, pior, eu fiquei com o Junior.

- sério? E quanto você ganhou nisso.

- é sempre isso que importa, dinheiro. Eu sempre odiei o fato de que as pessoas davam mais importância ao dinheiro, que qualquer outra coisa, agora, estou eu aqui, sendo o maior exemplo do que eu odiava. É, " não importa o que criamos, ainda somos feitos de ganância". É assim que as coisas são. Eu queria que fosse diferente, mas, o que posso fazer, eu sou só mais um.

O Anjo - Vidas & MortesOnde histórias criam vida. Descubra agora