11 - Tá estranho isso

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Incrivelmente eu demorei séculos pra pregar os olhos naquele sábado. Fiquei, provavelmente, até meia noite rolando na cama, a imagem do homem que me assediou no ônibus não saia da minha cabeça. Se o McCullen não tivesse comigo? Eu simplesmente iria agir como se nada tivesse acontecido porque tornou-se uma cena comum? Ninguém teria feito nada? Que mundo... Felizmente depois de conversar com uma pessoa consegui dormir bem, no dia seguinte estava bem melhor, mas agora parece que tô no mundo da lua.

- Meu Deus, Gabe. Volta pra Terra. - Rosalya balança a mão em frente meu rosto.

- Que? É intervalo?

- É. E a professora ficou preocupada com você. - A professora de Inglês é uma fofa.

- Alguma atividade? - Ariana me mostrou seu caderno.

- Te mando foto.

- Valeu, Ari.

Olhei pra trás rapidamente. Ele não estava lá.

- Cadê o Nathaniel?

- Saiu... O que você tem hoje? Tá me deixando preocupada. - Rosalya colocou a mão em minha testa.

- Não é nada. - Sorri, levantando do meu lugar.

- Vem cá, o que diabos vocês estão fazendo aí ainda? - Alexy entrou na sala com uma cara nada boa.

- Tem certeza? - Rosa o ignora.

- Absoluta. Só tenho que falar com o Nathaniel rapidinho.

- Com o Nath? - Ela arqueou uma sobrancelha.

- É, ué.

Acenei e saí procurando por ele, deve estar no refeitório com os amiguinhos chatos, certeza. Fui até lá, e não é que eu acertei!

- Natha... niel... - Fiz careta ao ver que a líder de turma, Melody estava sentada junto com eles.

- Gabezinha! - Castiel sorriu sarcástico.

- Castielzinho. - Vi que a garota do lado dele, Debrah, fechou a cara. Não é de mim que ela devia sentir ciúme. Ariana acaba com ela em minutos, só parece delicada, mas um soco dela é capaz de quebrar dentes, e ela não desce do salto. - Posso falar com você? - Volto a olhar pro loiro.

- E o que você quer com meu irmão? - Ambre me indagou, desafiadora.

- Com o seu irmão, não com você. - Amor a vida eu acho que não tenho.

Nathaniel faz sinal pra ela ficar quieta e veio até minha pessoa. Prendi a risada vendo a cara da Ambre.

Assim que saímos do refeitório começamos a rir. Na verdade, eu comecei a rir e ele riu de mim.

- A cara da sua irmã foi ótima.

- Ela me enche às vezes. - Às vezes?

- O que a Melody fazia lá?

- Debrah chamou. Por que? - Ele esboçou um sorriso insinuante.

- É coisado ver ela lá. - Dei de ombros.

- Vou acreditar dessa vez. - Cruzou os braços - O que você queria?

- Ahn... Eu... Nada.

- Gabe.

- Não é nada. Eu só...

- Você tá bem?

- Eu tô tão estranha assim hoje? É a segunda vez que me perguntam isso.

- É que você ainda não me xingou.

- Quer dizer que eu não posso passar um dia sem xingar que eu tô doente? - Cruzo os braços também. Ó as ideia desse doido.

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