Eu vou muito chorar

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Entrei cantarolando na sede e já podia ouvir os latidos. Sorri, contente por estarmos fazendo um bom trabalho. Já tinham umas duas semanas que a casa abrigava seus primeiros moradores.

Guardei a chave que peguei pra nada, pois já tava aberto, olhei direto pro corredor. Castiel estava ali pela sala sentado com o celular na mão.

- Bom dia!

- E aí – disse todo desinteressado. Enfim, o Castiel.

- Quem tá lá dentro? – coloco minha mochila em cima da mesa, tirando a prancheta de dentro – Trouxe a prancheta.

- É a Rosa – respondeu, pegando a prancheta que eu pus em cima da mesa – Acho que tá tudo ok... Diabo é isso? – indaga segurando uma folha de caderno solta.

- Eu tava escolhendo nome pros bichinhos com a Hanna ontem à noite – sorri. Inclusive, a Hanna está doida pra ver o abrigo, mas infelizmente as aulas dela começam em breve, e não dá pra ela vir pra cá ainda.

- Jubileu?

- É um bom nome – ergui as mãos.

- Gabe! – Rosa pulou em mim e quase caí, me levando junto – Todos estão se dando muito bem.

- Até o Caramelo?

- Caramelo? – a Rosa franze o cenho.

- É... – Castiel olhou a folha rapidamente – o mais novo, cor: caramelo. Ah, por isso o nome.

- Isso aí.

O cachorrinho em questão foi o último a chegar, ele estranhou muito tudo aqui, além de ter mais uns três cachorros e muitos gatos pra compartilhar a casa. Mas o nosso belo e maravilhoso ruivo-não-ruivo tem algo que eu chamo de dom com cães, e conseguiu acalma-lo em dois dias.

- Que original, Gabe.

- Eu sei – jogo os cabelos – Vou lá ver os gatinhos.

Fui saltitando pelo corredor, e abri a porta onde estava enfeitada com bigodes e patinhas – obra da Ari –, os felinos estavam brincando no playground, e alguns dormindo nas caminhas e até mesmo dentro dos brinquedos. A janela estava aberta deixando o lugar bem bonitinho, as vasilhas com ração e água ficavam num cantinho.

- Hey, tudo joinha? – Entrei no quarto indo ver se tinha ração o suficiente – Cês comem pra cacete, viu.

- Igual a você.

- Até parece – mostro língua pro Nathaniel parado no batente da porta – Todo mundo já chegou?

- Já, chegamos agora mesmo – ele bagunça meus cabelos quando passo perto dele.

- Beleza... – ajeito os fios fora do lugar – tem um cachorrinho pequeno que ainda tá no petshop porquê tá com a patinha machucada... – fui falando enquanto voltávamos pra sala. Ouvi a risada do Lys e da Ari, enquanto Alexy e Rosa reclamavam de alguma coisa.

- Armin, não. Pelo amor de Deus – Rosa deu um tapa em sua própria testa.

- O que foi? – pergunto parando do lado do Nath.

- O doido do Armin com esse penduricalho feio da caceta.

- Armin, joga esse treco fora – Alexy brigou.

- Não posso, ele está na minha família a gerações – abraçou o negócio que eu ainda não consegui ver direito – comprei semana passada.

Prendi a risada, e Armin estendeu a mão segurando o bichinho. Era tipo a cabeça de um boneco todo feito de trancinhas, e com cabelo grande e preto.

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