5 -Amigo é uma palavra muito forte

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Gente, que cena mais interessante.

Rosa e eu nos entreolhamos, cada uma com cara de pato, depois voltamos a observar a seguinte cena: Ariana e Castiel, sim, Castiel Collins, amigo do McCullen, conversando e rindo sobre alguma coisa.

— Ela abandonou a gente. — Rosa fez um bico, falsamente inconformada.

— Conhecendo a Ari como conheço não vai demorar muito pra dizer que tá apaixonada.

— E conhecendo um pouco do Castiel, ele suporta ela. Tá até rindo. — Mais uma vez nos olhamos e sorrimos cumplices. — Ela tá vindo, disfarça. — Eu ri, então rapidamente Rosalya muda de assunto — Vem cá! O que você vai fazer hoje à tarde?

— Nada, eu acho. Estou livre de qualquer tarefa de escola.

— Podemos ir pra casa de alguém. — Ela propõe.

— Boa ideia. Pra casa da Ari.

— Minha garota. – Ela sorriu psicopata. Não entendi.... ah, pera, eu entendi.

— Sua pescotapa! Eu nem pensei em interrogatório. É que os pais dela trabalham o dia todo. — A platinada fez bico.

— Cheguei! Do que falam?

— Vamos pra sua casa hoje. — Rosa se convidou, ou melhor, nos convidou.

— Beleza. — Sorriu a azulada.

— Tava fazendo o que?

— Conversando com o Castiel. Ele até que tem bom gosto musical.

— Só isso? — Rosa deu um empurrãozinho com o ombro em Ari.

— Você é ridícula, Rosalya! – Rosa gargalhou alto. A outra revirou os olhos, focando em mim depois — Gabe, é amanhã que você vai ao hospital, não é? — Bufei apoiando meu rosto na palma da mão.

[...]

Desci do ônibus morrendo de medo, digo, agonia. Isso, agonia. Eu decidi vir sozinha para fazer o exame de sangue, minha mãe tinha algumas coisas pra resolver e meu pai está trabalhando, as meninas têm outras coisas para fazer, então levantei mega confiante hoje pra tirar sangue; não gosto, mas fé no Pai.

Entrei no hospital, falei com a moça lá, entreguei o papel que a mamãe me deu e minha carteira de identidade com uma foto horrível minha — fotinho desgraçada, mal vejo a hora de trocar esse documento; espero, pelo menos, que quem tire minha foto espere eu abrir os olhos —, depois me sentei por lá para esperar minha vez. Tinham algumas pessoas na minha frente, então peguei o celular pra ligar pra Rosa, que com certeza está dormindo ainda. Sim, ela não veio comigo porque ia dormir, vadia.

— Ai, caralho. São sete da madrugada, Gabriella! — Eu ri da voz rouca de sono de Rosalya.

— Bom dia, Rosa!

— Sua capeta. — Ela bocejou —  Você já tá acordada?

— Hospital. — Reviro os olhos.

— Ah, verdade. Espera... Você foi sozinha?

— Sim.

— Amiga, não vai desmaiar, viu.

— Eu não vou desmaiar. Tô de boas.

— Então tá. — Ela mexeu em algo lá do outro lado fazendo chiar um pouco – Me deixa dormir.

— Você é chata. — Torci a boca olhando pro negócio que mostra senha.

— Eu tô com sono.

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