7 - Derretida estou!

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Bocejei feito uma preguiça de desenho animado e apareci na cozinha, onde minha mãe terminava de preparar o café da manhã.

— Ainda não está pronta, Gabe? — Ela me pergunta sem me olhar.

— Mãe, tá cedo. — Sentei na cadeira apoiando o rosto nas mãos e o cotovelo na mesa.

— E o que te deu pra já ter levantado?

— Sei não... — Fecho os olhos.

— Vai se arrumar, menina! — Levei um susto com o berro da minha mãe — Tá fazendo o que aí parada?

Fiz bico e me levantei da cadeira. Depois desse grito acho que acordei. Valeu, dona Milena!

Fui diretamente pegar minha toalha no meu quarto para tomar um banho e demorar bastante, já que estou uns vinte minutos adiantada. Não sei se acordar cedo é bom, pelo fato de eu ter mais tempo pra demorar no banho e me arrumando, ou ruim, pelo simples fato de acordar cedo.

— And if you feel you're sinking, I will jump right over, Into cold, cold water for you — Cantei debaixo do chuveiro. Eu amo essa música, ela é… não sei, só amo ela. Pode-se dizer que é uma das minhas favoritas. — And I hope you know... — Do nada me engasgo com a água que entrou na minha boca e começo a tossir — Cara...

Desligo o registro ainda tossindo e me enrolo na minha toalha da Monster High indo pro meu quarto. Depois de me vestir, tomar café e escovar os dentes, estava pronta, mas ainda tinha tempo, então resolvi mexer no celular um pouco.

— Porra, zero consideração com a minha pessoa, viu. — Nem uma mensagem.

Inflei as bochechas, mas ergui a cabeça e fui ao banheiro rapidamente checar meu estado antes de sair. Me olho no espelho e tá tudo joinha, tudo nos conformes.

— Ué, cadê meu prendedor de cabelo? — Quase tudo nos conformes. O procurei ali por cima da pia e não o vi, mas vi o vidrinho de enxaguante bucal. —  Por que não?! — Peguei o vidrinho e o abri. Derramei um pouco na tampa e em seguida na boca. É doce e... puta que pariu! O cuspi na mesma hora. — Arde! Arde!

Nunca mais eu uso esse treco.

Abri a torneira, fiz concha com as mãos e pus água na boca pra ver se o ardor saia. Parece que minha língua tá dormente. Quando fui tampar o vidrinho, o capiroto mexeu na minha mão, só pode, porque o vidro caiu e derramou o liquido praticamente todo na pia.

— Opa... — Sorri amarelo. — Mãe! Tudo bem se eu usar o enxaguante bucal?

— Se eu comprei é pra usar, né?! — Tá vendo? Nem dói mais.

— Ôh, manhê!

— O que é, meu Deus do céu?!

— E se por acaso eu derramasse esse negócio aí na pia?

— Limpa essa pia e sai daí antes que eu esfregue teu nariz nela!

A delicadeza.

[...]

Me acomodei em meu lugar assim que o sinal bateu e estava conversando com Ari e Rosalya, elas me contaram que ontem pegaram mais uma manga, mas só que Rosa havia derramado o sal, então elas foram pedir nas casas. Mereço?

— Ela disse que não tinha! Como assim uma pessoa não tem sal em casa? — Rosa arregalou os olhos indignada.

— Também achei meio impossível. – Ariana riu. — Mas a gente foi embora e demos a manga pra um gurizinho que perguntou se a gente não ia comer. — Deu de ombros.

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