10 - Nunca julgue um McCullen pelo sobrenome

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— Então Frederick Wöhler bateu o pé no chão, afirmando que uma substância orgânica podia ser, sim, produzida em laboratório. Tanto que ele foi quem produziu a primeira delas, a ureia.

O sinal bateu finalizando o horário de Delanay, o que é uma pena porque eu tava entendendo a aula sobre ureia, BerzeliusLavoisier, e esses tiozinhos da química.

— Na próxima aula vamos ver um pouco sobre Postulados de Kekulé. — Quem? — Se puderem dar uma lida na aula do slide que eu mandei, vai adiantar algumas coisinhas. — Depois disso Delanay saiu da sala. Incrível como ninguém ousa dar um piozinho na aula dela.

Saí com as garotas e Armin, porque Alexy é uma mona e fomos direto pro refeitório pegar nosso lanche. Ari insistiu em comprar algo a mais pra mim, meu money deu pra comprar só um pão de queijo, mas como uma boa amiga, ela comprou uma lata de refri e mais um pão de queijo. Melhor amiga é ela.

— Você não vai comer nada, Rosa? — Alexy pergunta a ela.

— Ai, tô morrendo de dor de cabeça, migo. — Rosalya murmurou com a mão na cabeça.

— Toma um remédio, Rosa. — Ari a olhou — Gabe, você tem algum na farmácia da sua mochila?

— Provavelmente tenho. Vou buscar. E você – aponto pra de cabelos platinados – coma alguma coisa.

Levantei com meu outro pão de queijo e minha lata de refrigerante na mão e voltei até a sala de aula. Na minha mochila tem uma bolsinha pequena que eu guardo remédios e nós a nomeamos de "farmácia".

— Gabe. — Tive um sobressalto com a voz da pessoa que apareceu perto de mim.

— Hã... Castiel... — Franzi o cenho. — Oi...

— Foi mal te assustar. — Arqueei as sobrancelhas. Ele tá falando mesmo comigo? — Posso conversar com você rapidinho?

— Tá. — Me sentei em cima da minha mesa, e ele na mesa do lado, ficando de frente pra mim. — Pode falar.

— Você acha que a Ari sente alguma coisa por mim? — Inflei as bochechas reprimindo uma risada. — Qual foi?

— Sorry. – Ri quase derramando minha lata de refri no chão. — Mas essa foi ótima, cara. Você me perguntando se a minha amiga sente alguma coisa por você? Meu querido e desiludido ruivo... Que pergunta. — Ele sorriu sarcástico.

— E você não me respondeu.

— E você gosta dela? — Ele arqueou uma sobrancelha como se dissesse "responde minha pergunta, caralho". — É babaca igual o McCullen. Agora entendi porque são amigos. — Dou uma mordida no meu pão de queijo.

— Você até que é legal. — Sorri mostrando os restos de comida nos dentes.

— Ah, valeu. Você também não é tão ruim. — Ele cruzou os braços com um sorriso desenhado no rosto — Agora sobre a Ari, seria legal você descobrir sozinho. Não vai ser tão difícil, chama ela pra sair. — Me levantei da mesa.

— Castiel! ...Grabriella? — Nathaniel entrou na sala de aula chamando pelo ruivo, e fez um bico engraçado quando me viu.

— Me erra! — Murmurei, só que Castiel ouviu e riu da cara do amigo.

— Duas semanas, Gabe. — Revirei os olhos.

— Fala aí, o que aconteceu? — O ruivo-não-ruivo pergunta pro loiro.

Tomei o último gole do meu refrigerante e, poxa, acho que tô esquecendo alguma coisa...

— Putz! — O remédio pra Rosalya! — Tchau aí, pra vocês. Depois me conta tudo, Castiel! — Berrei pra ele já saindo da sala.

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