Arqueei as sobrancelhas ouvindo Nathaniel falar umas coisas bugadas, sem noção também. O garoto é doido. A gente estava decidindo como falar com a diretora para que nosso projeto de abrigo e adoção seja liberado em nossa escola. Sinceramente, espero que ela apoie. Só que estamos em época de provas e logo após isso serão as férias, então estamos a fim de juntar a galera nas férias – ou pelo menos os mais interessados – pra colaborar no projeto, mas acho que Nathaniel endoidou, porquê ele quer falar com a senhora Shermansky justamente amanhã, amanhã cedo.
- Cê tá doido? Ela tá muito puta da vida, estressada com esse negócio de provas.
- Exato. Ela vai pouco se importar com o que eu falar e vai acabar concordando sem sequer saber do que se trata.
Faz sentido.
- McCullen wins! – ele riu do outro lado da linha, fiz o mesmo, revirando os olhos e deitando de bruços na cama, me apoiando com os cotovelos. – Então é isso mesmo?
- Concorda? – balancei a cabeça, como se ele pudesse ver. A mais burra.
- Sim, tudo ok. Agora, com licença, que eu preciso dar uma revisada e dormir.
- Sonhe comigo.
- Aham, claro. Todo dia. Tchau, Nathaniel.
Desliguei e deixei o celular de lado, pegando o livro de história. Fiquei revisando o assunto por algum tempo, até meus olhos começarem a pesar.
Acordei com o barulho chato do despertador. Não creio que esqueci de botar a música. Puta merda. A vontade que tive foi de fazer o despertador voar pela janela até cair no asfalto e ser atropelado por um carro, porém, contudo, entretanto, todavia, é o meu celular, então, não.
Na força do ranço, eu, monótona e preguiçosamente, fiz o que sempre faço, com um detalhe a mais: a pasta de dente caiu na porra da blusa do meu uniforme. Que cu! Ainda bem que tenho outra... Mas tá suja. Que cu elevado ao quadrado!
- Ah, não. – Choramingo, tentando tirar a pasta de dente. Pra isso eu tive que retirar a blusa.
Lavei rapidinho com sabão, esfregando aquela parte, sim, só naquela parte. Fui no quarto da minha mãe pra pegar o ferro de passar e dei um jeito em dois minutos. Viu só? Eu penso às vezes. Vesti a infeliz de novo, peguei minhas coisas e fui esperar meu pai. Ele nem demorou. Dou um salto do sofá, berro um "tchau" pra mamãe, e papai me leva para a escola, depois foi pro trabalho.
Assim que pus os pés no corredor me assustei com Nathaniel aparecendo do nada.
- Que susto! – ele riu colocando o braço ao redor dos meus ombros.
- Bom dia pra você também.
- Seu jeito de dar bom dia é diferente.
Fomos pra sala de aula, deixei as minhas coisas e sentei em cima da mesa. Nathaniel se aproxima logo depois.
- Então?
- Quer ir lá agora? – ele olhou a hora no relógio de pulso. Ih, o lindo tá usando relógio hoje, olha lá. – Ainda tem tempo.
- Acho melhor na saída... Isso pode distrair a gente. Mas também pode nos deixar ansiosos. Eu, hein. Se não fode de um jeito, fode de outro. – Ele riu, concordando.
- Na saída. Talvez a senhora Shermansky esteja mais de boa.
- Duvido. – Cruzo os braços. – Aquela ali só vai estar de boa quando tiver com o doguinho dela no Hawaii, tomando água de coco, balançando numa rede. Imagina a cena.
- Que horror. Imaginei ela de roupa de praia. – Fiz careta olhando pra cara dele.
O pessoal logo foi chegando, o professor e as provas também. Droga! Mas na verdade, tudo ocorreu muito bem, ok que eu quase surtei em algumas questões, e hoje nem são as provas mais difíceis. No final, fomos liberados pro intervalo, respirei hiper aliviada por hoje ter acabado, amanhã tem mais? Tem, mas vida que segue.
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Stay Now
FanfictionO que dizer da minha vida? Que sou a típica garota quase excluída da escola, que tal? É, é exatamente isso. O pior é que isso muda totalmente quando uma das garotas mais populares desse lugar e eu tivemos que fazer dupla em química, e eu, sem querer...