"Bad fofices"

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Seis da madrugada. Eu acordei às seis horas da madrugada, socorro! Tô andando na rua igual um zumbi de série.

E agora meu tempo é, mais do que nunca, contado. Tenho que me arrumar, passar no Patinhas e depois ir pra Sweet Amoris, que, infelizmente, tiveram suas aulas iniciadas hoje. E esse é o motivo por eu estar morta de sono.

Tá, eu tenho uma parcela de culpa, passei a noite falando besteira com o Nathaniel, acredito que ele esteja igual a mim: mortinho.

Doce ilusão. Claro, porque eu sou a pobre do rolê, deveria ter imaginado que ele estaria pleno, lindo e gostoso como sempre.

- Bom dia – disse sentado na sua motinho lindona na porta do Patinhas.

- Tô com sono.

Me aproximo dele, encostando a testa em seu braço. Nath me abraçou, dando risada, e eu suspirei, erguendo o rosto e dessa vez com o queixo no ombro dele.

- Dorme mais cedo hoje.

- Se tu não ficar mandando áudio cantando Lady Gaga, eu durmo.

Ele fez bico.

Momento que eu queria que estivéssemos em uma novela pra salvar a imagem de Nathaniel McCullen fazendo biquinho. Lindo! Pelo menos eu tive a sorte de ver, e vou guardar na gavetinha “Bad fofices do Nath” na minha memória.

- Ah, eu sei que você gosta – sorriu convencido.

- Uhum, guardo tudinho no grupo que eu tô sozinha – botei a mão no bolso, tirando as chaves.

Fui abrir o portão enquanto Nathaniel descia da moto trazendo os capacetes. A gente mal entrou e os latidos começaram. Acabou que demoramos um pouco pra trocar água, colocar ração e ver se estavam tranquilos. Felizmente sim, e o melhor de tudo é que estavam bem adaptados, se sentiam em casa. Nem os gatos, que normalmente gostam de espaço só pra eles, deram trabalho; muito pelo contrário, eles amam ficar brincando lá dentro.

Depois de nos certificarmos que estava tudo em ordem, voltamos pra rua, e eu tranquei o portão de novo, enquanto o Nathaniel ligava a moto. Ele me entregou o capacete, que eu coloquei e subi na garupa.

- A gente não tá atrasado não, né? – perguntei

- Não… Eu acho – deu de ombros.

Fiz o mesmo, segurando na sua cintura quando ele arrancou com a moto. O xinguei diversas vezes, por causa da velocidade em que ele ia. Custa nada ir devagar, nada.

Chegamos na escola, e por incrível que pareça não estávamos tão atrasados assim. Mas teve uma coisa que me incomodou um pouco. Assim que desci da moto, os olhares dos alunos que estavam por ali vieram imediatamente para nós. Mordi as bochechas, fazendo um biquinho se formar em meus lábios, e virei pro Nathaniel, que já guardava a chave da moto e ajeitava a mochila no ombro.

Ele passou do meu lado e eu acompanhei seus passos no mesmo ritmo, entrelaçando nossos dedos conforme nos aproximávamos dos degraus que nos levava ao corredor.

Beleza, eu tô me sentindo numa fanfic adolescente. Porém tô com vergonha e não consigo pensar num enredo legal pro momento que Nathaniel me prenderia entre ele e o armário e me beijaria na frente de todo mundo. É… não seria tão ruim assim se acontecesse, mas em vez disso eu tropecei numa lixeira.

Puta merda!

- Cruzes, garota.

- Ah, cala a boca – mostrei língua pra ele, que riu e pousou uma mão na minha cintura nos direcionado para o refeitório.

Pra completar a fanfic, falta a vadia que gosta do boy da protagonista espumar de ódio. Espera… existe essa personagem aqui na minha vida? Não me recordo… Se bem que maioria das garotas daqui se matariam pra ter alguma coisa com o McCullen. Espero que nenhuma dê uma de surtada alegando "ciúme", zero paciência e uma colher na bolsa pra meter na testa delas. Sim, uma colher. Também não sei o porquê de eu ter uma colher na bolsa… nem faz sentido isso, gente. O que diabos eu tô falando?

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