Deprê

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Por zero motivos eu estava acordada as cinco da manhã pensando em como deve ser legal ser gari. Andar num caminhão a cidade inteira, dar umas corridinhas, erguer sacolas pesadas, é um emprego digno.

Estiquei a mão até o lado do meu travesseiro onde estava meu celular, vendo as horas, 5:38. Puta que pariu, viu! Por que eu acordei tão cedo? Volta a dormir, Gabriella!

Putz, não dá.

- Ótimo. – Bufei.

Entrei no Instagram pra ver meme, mas cansei, então fui jogar Eldarya. Meu mascote tinha encontrado um ovo na exploração, corri pra pesquisar qual isca usa pra pegar esse mascote. Voltei no jogo, comprei a isca e usei pra atraí-lo. Porra! Só gastei Maana. Não consegui o filho da mãe. Deixei bastante alimento pro meu mascote e saí do jogo.

Será que tem alguém acordado? Claro que não.

Resolvi levantar para me arrumar, e assim fiz. Depois de pronta, fui para a cozinha.

- Já?

- Acordei antes do despertador. – sentei à mesa, servindo meu café.

- Tá preocupada com alguma coisa?

- Acho que não. – Parei pra pensar.

Não, eu não tô preocupada com nada. Tem a feira de ciências, mas não é nada com isso. Tem o trabalho de sociologia, no qual ainda preciso escrever a síntese, mas não é isso. Aqui em casa tá tudo certo. Então deve ter sido apenas aquelas acordadas no meio da noite. Mas meu cérebro errou a hora e fez eu acordar pouco antes da hora que eu geralmente acordo.

Mamãe ergue os ombros. Juntas, tomamos café da manhã em silêncio. Logo depois terminei de me arrumar, peguei minhas coisas, dei tchau pra minha mãe e saí de casa.

Cheguei na escola uns quinze minutos depois de andar lentamente ouvindo música nos fones de ouvido muito bem escondidos com meu cabelo. Fui diretamente pra sala, provavelmente, vazia. Mas tive uma surpresa quando entrei e vi Nathaniel em seu lugar, ele encarava um ponto cego, sem expressão nenhuma. Não tinha ninguém na sala, nem lugar marcado, procurei pelas coisas da irmã dele e cheguei à conclusão que ele veio antes dela.

Deixei minha mochila em meu lugar de sempre e caminhei até o loiro com cara de paisagem.

- Bom dia. – sento no lugar desocupado em sua frente. Ele murmurou um "bom dia" mais sem graça que ele. – O que foi?

- Nada.

- Nathaniel!

- É sério, Gabriella. Me deixa, porra! – franzi o cenho. Ok, ele me chamou de Gabriella sem deboche, sem ironia, sem brincadeira. Então não, ele não tá bem.

- Tá, foi mal. Não tá mais aqui quem se preocupou.

Levantei e saí da sala. Não tô no direito de exigir nada dele mesmo, não sei porque tento. Fui pro pátio, esperar o pessoal. Só quem vi foi Lysandre passar com Castiel, eles acenaram pra mim, que retribuí e fiquei sozinha novamente.

- Gabe? – minha atenção foi chamada pela voz de... Melody?

- Sim?

- Você tá ocupada? A professora de sociologia quer falar com você.

- Tá de boa.

Segui a representante do grêmio e líder de sala até a sala dos professores.

Vocês perceberam que meu dia tá um tédio do caralho? Nem um dos meus amigos chegou ainda e Nathaniel tá com cara de cu, e mesmo assim ele me irrita.

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