4 - Massagem

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Desisto! Estou quase desfalecendo aqui; colada e com o McCullen, também colado, atrás de mim, perto, muito perto, porque o gênio, numa distração – causada por mim, mas são detalhes – teve que se segurar no corrimão com a outra mão. Como não sei, mas se ele não tivesse feito isso, eu ia lascar a testa no corrimão e ia ser um belo rombo na minha face, tão estranho quanto o da irmã dele.

— Culpa sua. — Acuso.

— Minha? Quem foi que enfiou a porta de um armário na cara da minha irmã?

— Eu pedi desculpa. — Entorto os lábios. — Poderia ter sido na sua cara, não na dela.

— Seria muito pior do que imagina, Gabe. — Ele sussurrou perto do meu ouvido. Uni as sobrancelhas diante da ameaça deixada no ar.

— Para de falar merda e pensa em como sair daqui. — Falo fingindo que o que ele disse nem me afetou, tentando puxar minhas mãos. Gente, que tipo de cola é essa? Sério, como que uma cola pode colar uma parte do corpo nesse negócio aqui?

— Nath? — Viro o rosto vendo Ambre no topo da escada, confusa — O que você tá fazendo aí?

— Parece que alguém passou uma cola hiper grudenta aqui. Quem será? — Ambre desviou o olhar do irmão.

— E eu vou saber, garoto? — Sonsa...

— Me tira logo daqui.

— Como?

— Não sei, você fez, deveria saber como desfazer.

— Aposto que estamos pesando a mesma coisa, Ambre. — Ela me olha um tanto curiosa — Nathaniel, você é um idiota. — Um idiota que tem razão, mas não deixa de ser um idiota.

— Eu vou te deixar colada aí — Reviramos os olhos ao mesmo tempo — Anda logo, maninha. — Os dois ficam se encarando.

Meio engraçado essa parada deles de ficar se encarando, é como se estivessem conversando sem falar nada, apenas com o olhar. Deve ser conexão de gêmeos, do mesmo tipo que eu tenho com a Rosa e a Ari, só tirando a parte que não somos irmãs, muito menos gêmeas. Que loucura.

— Você é um idiota, Nath. — Ambre suspira pondo uma mão na cintura, descendo as escadas.

— Não disse?! — Sorrio convencida.

— Tsc, cala a boca.

Dei risada.

Ambre apareceu alguns minutos depois, nesse meio tempo ficamos trocando farpinhas, ela derramou um pouco da água morna próximo à cola, demorou mais do que eu esperava, mas minhas mãos desgrudaram, as de Nathaniel também.

— Finalmente! — Eu e o loiro falamos ao mesmo tempo e nos encaramos mortalmente.

— De nada. — Ambre dá de ombros subindo o resto das escadas.

— Vou embora. — Peguei minha mochila que caiu do meu braço, assim que minhas mãos foram soltas, mas só reparei nisso agora, e desci.

— Volte mais vezes. — Senti sarcasmo em sua voz.

— Eu nunca mais vou pisara aqui, McCullen. Contente-se com isso. — Devolvi no mesmo tom.

Abri a porta, mas com uma mão Nathaniel a fechou novamente, fazendo com que eu virasse pra ele putassa, ficando entre ele e a porta, encurralada.

— Te odeio, McCullen. — Fitei seus olhos dourados... ok, eu não sei porque fiz isso, eu já havia citado antes que os olhos de Nathaniel são lindos e penetrantes, e sim, são mesmo. Selo Gabe de “fodeu-se tudo”.

— Sentimentos são incontroláveis, Gabe. Talvez você não me odeie.

— Eu, com certeza, não gosto de você. — Desvio o olhar. Droga de garoto atraente do cacete. — E por que você tá me dizendo isso?

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