1 - Bad boy de merda

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Claro, claro, por que não deduzi isso antes? Mas é óbvio que ele viria tirar satisfação comigo. E agora todo mundo está olhando para nós. Alguém me enterra e me desenterra no ano de três mil e caralhetadas, por favor.

Como eu cheguei a essa situação? Tudo começou quando Delanay, professora de química, me colocou como dupla de uma das garotas mais populares da escola, mas a culpa não foi de Dalanay, foi inteiramente culpa do meu azar.

- Senhorita Ambre e senhorita Gabriella. - Arregalo os olhos quando a professora, enfim, fala o ser humano com quem farei dupla.

Ambre é uma das garotas mais populares da escola, ela sabe da minha existência? Provável, né, Gabe, vocês estudam na mesma turma.

O sinal bateu na sequência.

- Na próxima aula quero os trabalhos prontos.

Delanay saiu da turma, seguida por vários alunos. Finalmente saída!

Caminho até meu armário e Rosalya vinha do meu lado, concentrada no celular e sem falar um piu. Maldito dia que Ariana tirou pra faltar, me sinto só.

Abro a porta do armário e me assusto com o barulho que ele fez ao se chocar contra algo. Poucas pessoas do corredor observaram a cena, Rosa parou de mexer no celular e eu, cuidadosamente, encostei a porta tendo a visão de uma figura loira de roupas pretas com uma mão sobre a testa.

- Opa... - Sorri tão amarelo que ficou enferrujado.

- Gabriella! - ela grunhiu.

- Ambre, me desculpa, foi...

- Sem querer? Claro, claro. Não me diga. - A garota revira os olhos - Me dá seu celular.

- Pra quê?

- Anda logo. - Rápido a entreguei o aparelho. Com medo dela quebrar? Sim, mas digamos que eu quase quebrei o nariz dela, então... Então nada, né? O celular continua sendo meu e foi caro. - Toma. Conversamos por mensagem sobre o trabalho. - Ela vira pra ir embora.

Ah, ela tava anotando o número dela.

- Claro. Hã... Ambre.

- O que?

- Desculpa mesmo.

- Eu podia deixar você fazer essa porcaria sozinha, mas Delanay tá no meu pé! Ela pode me ferrar com as minhas notas e me fazer repetir de ano. - Ela coloca uma mão na cintura - De qualquer forma, fica esperta, Gabe.

Para quem pensava que Ambre era aquela patricinha, mimada e metida a gostosa, se engana. Se engana vinte por cento, pois ela é, sim, mimada e metida a gostosona, mas patricinha de Beverly Hills é algo que ela não aparenta ser. Ela se veste mais como uma pseudo roqueira, de preto, com meia arrastão e maquiagem pesada. Pra quê uniforme, não é mesmo?

Talvez no fundo, no fundo, lá nos confins da alma dela, exista uma Penélope Charmosa escondida, mas a Ambre de fora mete um pouco de medo. Se eu tenho medo? Estaria mentindo se dissesse que não tenho pelo menos um pouquinho.

- Caramba, Gabe!

- Eu tô ferrada, não tô, Rosa?

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