Good Night

5.6K 310 231
                                        

Lauren

Camila estava deitada na minha coxa direita enquanto assistia o filme, que, a propósito, era ótimo. Ela estava olhando para o teto enquanto mexia na barra da minha camiseta, distraída. Sua mente parecia estar muito além dali, o que me perturbava.

- Camila? - chamei. Ela não respondeu - Camz?

- Hm? - ela me olhou.

- Tá tudo bem?

- Eu só estava pensando, desculpe. - passei a mão em seu cabelo, colocando-o para trás da orelha. Ela era linda.

- Posso saber no que estava pensando? - Camila me olhou por alguns segundos e puxou todo o ar que conseguiu, ainda me encarando.

- Quando fui ao seu banheiro... Haviam roupas no cesto, Lauren.

- Sim, é onde as pessoas costumam jogar sua roupa suja. O que tem de mais?

- Estavam sujas de sangue.

Merda.

Eu havia esquecido completamente do par de roupas com sangue que havia deixado no banheiro. Matar John Grimmes tinha sido mais difícil que eu imaginara, depois de séculos empurrando pessoas de escadas ou torcendo seus pescoços, atirar em alguém era bem estranho, principalmente quando você não sabia o motivo exato pelo qual fazia aquilo. Eu cumpria ordens, não perguntava o porque de recebê-las, fazia isso há anos. Matar pessoas que deviam para a Cronos ou que traíram a Cronos era, às vezes, um péssimo serviço.

De qualquer forma, decidi que não deveria mentir para Camila. Você tem que entender o seguinte: existe uma grande diferença entre mentir e esconder a verdade. Se você mente, você inventa uma história. Se você esconde a verdade, você apenas não conta todas as partes de uma história que, no geral, é verdadeira. Era isso o que eu havia feito com ela desde que nos conhecemos: eu escondi a verdade. Não é muito natural contar para alguém que você mata pessoas por dinheiro, a maioria das pessoas surta ou passa a te enxergar como Lúcifer em pessoa.

- Camila... - comecei, olhando para ela e cruzando os braços - Quando você faz parte de algo como a Cronos, as vezes precisa seguir ordens que não concorda, ou fazer coisas que não quer. Você entende isso, certo?

- Prossiga.

- Assim que você saiu daqui eu recebi uma ligação da Cronos, precisava ir atrás de alguém para meus superiores, e, bem... Na maioria das vezes coisas desse tipo não acabam de forma pacífica com duas pessoas.

- Você matou alguém. - sua expressão era de todas, a mais confusa possível. Ela não me olhava, olhava para o chão. Mordeu o lábio inferior e enrugou a testa. Diria que estava se lembrando de algo, ou tentando se lembrar.

- Camila, eu não...

- Não importa. - ela me cortou, voltando a me olhar - Todos nós já fizemos coisas que não queríamos.

- Camila, eu acabei de te dizer que matei uma pessoa e você reage assim?!

- O que quer que eu faça, Lauren? Quer que eu te mate? Que droga, isso não importa! - ela passou a mão no rosto, se levantando - Que merda, Lauren. Posso te pedir um favor?

- Acho que sim.

- Podemos fingir que isso não aconteceu, por favor?

- Acho que sim.

- Ótimo. Agora, posso te pedir mais uma coisa? - levantei as sobrancelhas. Camila chegou mais perto de mim e passou os dedos em meus lábios. Ela não precisou realmente pedir.

Agarrei a cintura de Camila e puxei-a para mais perto de mim, ela atacou meus lábios enquanto segurava minha nuca. Eu não havia entendido um por cento de toda aquela conversa, nem do que se passava na cabeça de Camila. Tudo que eu precisava saber é que ela queria que eu a fodesse, e Deus, como eu queria aquilo.

Ela pulou em meu colo e eu segurei suas coxas. Entrelaçou as pernas em minha cintura e me beijou com mais intensidade. Caminhei até o quarto que estava escuro e só era iluminado pela lua. Camila desceu e continuou me beijando, até me jogar contra o armário. Logo em seguida tirou minha camiseta e começou a beijar meu pescoço, alternando entre ele e a boca. Ela era tão confiante, tão segura, era o contrário exato de mim. Nosso ritmo era perfeito. Ela era perfeita. Parei de beijá-la para tirar sua blusa e deixá-la cair no chão. Camila soltou meu sutiã e se afastou de mim, com ele em mãos. Subiu na cama e ajoelhou, me olhando e balançando a peça de roupa.

- Lauren. - falou baixo - Volte aqui, agora. - não precisei pensar duas vezes, e nem conseguia. Fui até a cama e me ajoelhei de frente para Camila. Ela voltou a segurar meu pescoço e distribuir beijos por ele, indo até minha orelha e sussurrando antes de morder meu lóbulo - Boa menina.

Camila arranhava as laterais de meu corpo e eu não tinha mais porque resistir. Ela deitou por baixo de mim e eu aproveitei a posição para tirar sua calcinha. Logo após ela fez o mesmo comigo. Eu roçava os lábios por todo seu corpo, ouvindo alguns suspiros. Sua pele era tão macia, tão perfeita. Passei meus lábios pelo seu seio esquerdo e Camila arfou. O gemido veio logo em seguida, quando mordisquei seu mamilo.

Assim que toquei o direito com a ponta do dedo, Camila me jogou para o lado e subiu em cima de mim em um gesto rápido.

- Senta. - ela falou em um sussurro. Sentei de forma que a deixava sentava em meu colo com as pernas encaixadas em minha cintura. Camila começou a passar as unhas de leve em meus pulsos, onde as tatuagens começavam. Seguiu pelo antebraço até o braço, circulando cada desenho em minha pele. Perdi a conta de quantas vezes arrepiei enquanto ela o fazia. Quando chegou nos ombros, desceu as mãos até meus seios. Contornou-os e agora suas unhas unhavam abaixo deles, nas costelas, onde havia mais uma tatuagem: duas asas, uma debaixo de cada seio. A esquerda era apenas contornada, a direita tinha um sobreamento escuro em volta. Era minha tatuagem favorita.

Camila se encaixou mais em mim e me olhou. Ela então pegou meu pulso direito e examinou minha mão. Dobrou três dedos e deixou apenas os dois do meio. Conduziu minha mão até seu sexo e assim que a toquei, eu gemi. Camila estava encharcada.

- Vê o que você faz comigo, Lauren?

- Camila... - gemi seu nome.

- Shhh. - ela colocou o dedo nos próprios lábios, me mandando ficar calada. Ainda segurando minha mão, fez com que meus dedos entrassem em si mesma o mais fundo que conseguiu.

No segundo seguinte Camila começou a subir e descer em meus dedos. Apoiando-se em meus ombros ela saia quase por completo de meus dedos e fazia-os deslizar para dentro de novo enquanto descia. Aquilo quase me matou de tesão. Camila gemia cada vez que descia e agora uma de suas mãos segurava meu cabelo. Abocanhei um de seus seios acompanhando seu corpo. Camila aumentava o ritmo de acordo com sua necessidade. Olhei para ela, seus olhos estavam fechados e ela mordia seu lábio inferior.

Quando senti que Camila ia gozar, beijei-a com necessidade. Ela diminuiu o ritmo até parar e ter um orgasmo. Finalizei o beijo puxando seu lábio inferior e a deitei novamente na cama, roçando meu corpo sobre o dela até seu sexo e chupando-a. Lambi cada parte de Camila e voltei a beijá-la. Ela ficou por cima de mim mais uma vez e desceu até meu sexo, lambendo-o e logo em seguida chupando meu clitóris.

- Porra. - eu estava explodindo, mais uma vez que ela fizesse aquilo e eu gozaria. Foi exatamente o que aconteceu.

Camila caiu do meu lado e me abraçou, passando uma perna por cima de mim. Nossas respirações estavam no limite.

- E agora? - perguntei, arfando.

- Agora desejamos boa noite uma pra outra e dormimos. - ela respondeu. Senti o ar de sua boca em minha cabeça, ela apoiava seu queixo em mim.

- Boa noite, Camz. - ela não respondeu.

Misery (Camren)Where stories live. Discover now