All I Want

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Olha só quem voltou. TANAAAAAAN. Quanto tempo hein? Pois bem, estou de volta e agora, espero eu, escrevendo bem melhor. Vamos esclarecer algumas coisas antes: pra quem não sabe eu apaguei quase metade da fanfic. Estamos de volta ao ponto onde Falconi morreu. Ponto. Estamos exatamente aí. Boston nunca existiu, nada daquilo, ok? Vamos recomeçar exatamente daí. Espero que gostem do rumo da história agora. Algumas pessoas pediram meu Twitter, pra quem não sabe é @obscuries. Falem comigo lá. Boa leitura a todos.

P.S.: Ouçam "All I Want" do Kodaline quando verem o [play]. Se quiserem.

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Estávamos no meu apartamento, Camila e eu. A luz da lua que iluminava o quarto era a única claridade em toda a casa. Seus braços envolta da minha cintura me apertavam cada vez mais. O ar estava pesado e o clima era horrível. Mais uma vez usei a blusa para secar o rosto, logo depois encostando minha cabeça sobre seu peito. Eu me encontrava sentada entre suas pernas e ela atras de mim, me abraçando, ambas na minha cama. Apertei suas mãos mais forte e ela me puxou mais para si, beijando meu ombro. Estávamos assim, caladas, há mais de uma hora.

Pela primeira vez em muito tempo eu me permitia chorar. A cada lágrima um novo motivo reprimido surgia. Começara com Falconi. Eu sentia uma dor tão grande que meu peito ardia enquanto me sufocava. Ele estava morto. O homem que me criou estava morto, e só ali já era algo grande demais para processar. Depois comecei a chorar por todas as vezes que tive raiva dele por todas as vezes que me senti infeliz fazendo o que fazia.  Após isso vieram as lágrimas pela nossa última conversa. Ele sabia que ia morrer e não me avisou. Eu poderia ter ficado junto a ele, protegido-o. Apertei Camila mais ainda. Camila. Mais lágrimas. Mais duvidas. Era confiável? Estava do meu lado? Ainda queria me matar?

Virei o corpo de lado e olhei para ela. Ela me encarava com o mais preocupado olhar que já me dera.

- Ei, o que foi? - perguntou entrelaçando sua mão à minha.

- Você ainda trabalha pro Hayes e quer me matar? - suas sobrancelhas se fecharam enrugando sua testa. Tirou a mão da minha e passou por minhas bochechas, limpando-as de mais lágrimas que caíram. Seu olhar desviou do meu, percorrendo todo o meu rosto. Com muita calma depositou um beijo em meus lábios. Bem devagar afastou o rosto e voltou a me olhar.

- Estou apaixonada por você como nunca estive por ninguém. Não vou te matar, te entregar nem nada disso. Quero estar aqui, Lauren, exatamente aqui. Te segurando entre meus braços, te protegendo dos seus medos e te deixando chorar em um lugar onde sabe que pode ter paz. - sua voz saiu baixa, serena e calma. Realmente me dava paz.

Paz.

Eu não conhecia aquela palavra desde a morte dos meus pais. Pela primeira vez em anos eu me sentia confortável. Virei de costas para Camila novamente e deitei em seu peito.

- Não me abandone, por favor. - pedi com a voz baixa, soluçando entre as palavras.

Ela segurou minhas mãos, beijou o topo de minha cabeça e me apertou mais contra seu corpo.

- Eu não vou a lugar nenhum, meu anjo. Agora descanse um pouco.

Continuei deitada ali chorando por mais alguns minutos até finalmente apagar.

*****

Acordei com os olhos ardendo e sentindo uma dor insuportável no braço. Olhei para o mesmo e achei um curativo novo e decente no ferimento do tiro de raspão. Minhas mãos não estavam mais cheias de sangue e eu vestia uma blusa cinza completamente limpa. A calcinhas também era nova. Eu estava deitada no peito de Camila, que agora estava deitada também, ela mexia em meus cabelos enquanto me olhava.

Misery (Camren)Where stories live. Discover now