*Antes de tudo, vou tentar explicar o máximo o tempo em que cada coisa na fanfic acontece pra vocês não se perderem. Esse capítulo vai se passar no presente (onde terminou o último) mas vai voltar um pouco também, qualquer dúvida perguntem nos comentários e eu respondo.
*As musicas entre [] são as que eu recomendo pra vocês ouvirem enquanto lerem, escolham a ordem que quiserem (Robbers se encaixa melhor com o final). Boa leitura.
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Camila
Eu estava sentada de frente para Hayes há tanto tempo que nem fazia noção das horas mais. Havíamos passado as últimas horas revisando cada ficha criminal das pessoas que foram presas naquele dia. Após convencer meu chefe de que Lauren era inocente e não passava de uma empregada medíocre da Cronos que não fazia ideia do que se passava na mansão, ele a deixou ir embora. Segundo Hayes, a última coisa que precisávamos no momento era gente tomando espaço e tempo de detectives e da polícia.
Uma das obrigações de um detective é saber reconhecer um idiota a quilômetros de distância dele, e, depois de passar bastante tempo com Hayes minha conclusão era que:
Um: ele era idiota.
Dois: ele tinha algum tipo de problema mental.Qualquer delegado em sã consciência não liberaria uma pessoa envolvida com a máfia, não importa qual posição ela ocupasse lá dentro. Hayes era estúpido o suficiente para querer atacar apenas a raiz da árvore e ignorar seus galhos. Nos galhos há flores, que tem sementes, que geram frutos. Todos sabem disso.
De qualquer forma, estávamos sentados discutindo sobre Moe Sizlout, um dos presos da Cronos. Eu não prestava atenção em uma palavra que Hayes dizia já que minha mente estava ocupada com uma preocupação muito maior: Emma. A essa hora Falconi já devia ter dado um fim em Emma, ele não era um homem paciente ou que gostava de esperar pelas coisas. Mas ainda sim, aquilo me preocupava. Uma palavra que Emma dissesse e Lauren estaria morta, eu estaria morta e tudo estaria acabado. Aliás, um fato engraçado sobre Emma é que esse não era o nome dela. Ela se chamava Nathalia e era russa.
Malditos russos. Por que os russos eram sempre tão complicados?
Depois de soltar todas as asneiras possíveis, Hayes me liberou. Me mandou para casa e pediu que eu voltasse apenas no outro dia, porque estava cansada. Eu não estava cansada, estava desesperada, são coisas diferentes. Meu pensamento não saia de Lauren um minuto, não sabia onde ela estava ou o que estava fazendo. Naquele momento ela provavelmente me odiava mais que tudo e todos, e eu não a culpava. Mas também não era minha culpa. Eu não sabia. Eu não sabia de nada que havia acontecido até então, ninguém me avisara. Aquela operação tinha sido uma surpresa tão grande para mim quanto para ela, mas ela não acreditava nisso. E ela queria me matar. Eu sentia como se minha mente fosse explodir, eram tantas informações juntas que eu não conseguia focar em uma.
Peguei o carro que um dos policiais me emprestara e segui para casa. Quando eu menos esperava, minha mente voltou há vinte e oito horas atrás daquilo tudo, e eu me lembrava de cada palavra de Falconi.
Vinte e oito horas atrás.
- Camila, sente-se. - sentei-me à poltrona do lado direito e olhei para o homem à minha frente. O rosto de Falconi era calmo e sereno como na outra vez que eu o vira, mas dessa vez algo diferenciava. Havia uma ruga de preocupação em sua testa - Creio que tenha muitas coisas a fazer, então serei breve e honesto com você, e espero que faça o mesmo.
Ele mexeu o chá em sua xícara e tomou um gole. O homem bebia tanto chá que parecia britânico.
- Há duas horas atrás Victor e Lauren saíram daqui preocupados. Aparentemente temos um espião em nossa casa. - estralei os dedos e continuei encarando ele, sem dizer nada - É claro que eles não sabem quem é o outro.
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Misery (Camren)
FanfictionNossos pensamentos não estacionam, nossos desejos variam, o certo e o errado flertam um com o outro, não há permanência, tudo é provisório, e buscar um porto seguro é antecipar o fim: a única segurança está na morte, será ela nosso único endereço de...