New Home - part I

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Camila’s POV

 

Camila estava tão cansada que quando abriu a porta do novo apartamento e jogou as bagagens num canto qualquer, seu corpo automaticamente caiu no sofá.

A equipe de mudança já tinha arrumado tudo conforme ela pedira, o que era um alívio enorme. Não precisaria se dar ao trabalho de colocar móveis em seus lugares nem desempacotar nada – exceto suas roupas. Ficou quinze minutos daquela maneira, largada no sofá e olhando para o teto, depois disso levantou e foi até seu novo quarto. Era enorme e tinha uma vista particularmente perfeita. Conseguia ver uma das praias de Miami da janela. Camila não gostava muito de praias já que Boston poderia ser considerada uma enorme geladeira. Tirou suas roupas e entrou no banheiro, era enorme. A banheira possuía hidromassagem – o que Camila amaria usar todos os dias – e o lugar era realmente luxuoso. Parecia um daqueles banheiros de hotel. Nesse instante ela se sentiu feliz por conseguir economizar dinheiro pelos últimos quatro anos, aquele apartamento definitivamente valia a pena.

Tomou um banho morno e vestiu apenas um short jeans e sutiã. Poder ficar praticamente nua sem congelar era a melhor coisa do mundo. Foi até a sala onde havia deixado tudo com o que chegara em casa. Antes de seguir para o apartamento Camila pediu ao taxista que a levasse em algum supermercado, a viagem saíra bem mais cara, mas ela precisava comer algo. Pegou as embalagens e começou a guardar tudo na geladeira. Iogurtes, sucos, coisas para sanduíches, leite. Também havia comprado bastante chocolate em pó. Leite achocolatado não poderia faltar no seu café da manhã nunca. Guardou as frutas e pegou uma banana, depois tomou um iogurte. Não queria pesar o estômago à noite.

Depois disso começou a trazer toda sua tralha para o quarto. Camila queria dormir, precisava dormir. Seus olhos estavam pesados de sono, mas não podia deixar aquilo para depois. Começou a pendurar as roupas nos cabides e guardá-las dobradas nas gavetas. Pendurou juntas todas as camisetas pretas com o símbolo da polícia federal e do FBI. Amava aquelas camisas mais que tudo, embora fossem apenas um uniforme. Abriu a segunda mala em cima da cama tirando seus produtos de higiene. Organizou-os no armário do banheiro e voltou, abrindo o bolso extra da mala. Calcinhas, sutiãs, seu revólver. Depois de guardar suas roupas íntimas Camila pegou a arma carregada e colocou-a na primeira gaveta do criado ao lado da cama. Já era um costume dormir ao lado da arma que ganhara quando começara a trabalhar, desde então nunca tinha comprado uma nova. Podia até usar outras em certas situações, mas nunca trocava a velha Betsy.

Cinquenta minutos depois havia organizado tudo. Pegou seus lençóis e preparou a cama, pulando na mesma. O colchão novo era tão macio que Camila se sentiu deitando nas nuvens. Só naquele momento percebeu seu cansaço, estava derrubada, não aguentava mais levantar. Se ajeitou na cama, abraçando um dos travesseiros e suspirou, aliviada. Adormeceu alguns segundos depois.

O sol invadiu os olhos de Camila fazendo-os arder. Levou alguns minutos para se recuperar da cegueira causada pela claridade da janela. Esfregou os olhos e bocejou, sentando na cama. Olhou para o celular acendendo a tela. Ainda eram 8:10. Continuou deitada por mais vinte minutos e quando levantou foi direto para a cozinha. Preparou o café da manhã e fez um sanduíche de presunto. Ainda tinha mais três dias para descansar e se acostumar com Miami antes de começar a trabalhar. A sexta-feira estava maravilhosa, o céu limpo e o sol brilhando em toda sua intensidade faziam Camila se sentir leve. Ela preferia mil vezes o calor ao frio, o sol a chuva, o céu azul ao cinza. Tudo isso fazia-a sentir leve, livre. Voltou para o quarto com um copo de leite achocolatado e um sanduíche. Sentou-se na cama comendo e assistindo ao noticiário da manhã.

“...De acordo com o delegado Matíaz da polícia civil dois corpos foram encontrados em uma plantação de milho ontem à noite. Os corpos ainda não foram identificados já que estão sem documentos, segundo a polícia ambos foram assassinados com um tiro na orelha direita e, pelo modo como estavam caídos foram colocados lado-à-lado.”

Mortes, mortes e mais mortes. Miami era uma das cidades mais violentas que Camila conhecia e só estava lá há dois dias. Porém lidar com a morte era algo normal para ela. Havia presenciado o falecimento de vários colegas de trabalho e várias vezes vira assassinos, ladrões, sequestradores, traficantes morrerem. A morte era apenas um pequeno detalhe em seu serviço, um pequeno detalhe com o qual todos que seguiam seu caminho deviam aprender a lidar.

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Oi gente <3 Primeira vez que vou falar aqui, então... O que estão achando? Espero que estejam gostando. Obrigada por lerem :)

Misery (Camren)Where stories live. Discover now