II

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A simpatia de Tomlinson pelo vizinho do apartamento à direita acabou se transformando em aborrecimento muito rapidamente.

Em pouquíssimas semanas desde a mudança, eles trombaram algumas vezes no corredor ou na escadaria estreita e silenciosa e foi mais que o suficiente para Louis, por alguma razão, acreditar que Harry era um dos tipos de homem que precisava manter a distância.

Podendo estar cometendo um equívoco ou não, não importava, Louis simplesmente passou a abominá-lo. Começou a detestar Harry e suas unhas coloridas e seu colar de pérolas e seu olhar tempestuoso de dissimulação. 

Seu desconforto cresceu até atingir o ponto de ele torcer o nariz para os simples olá que, em seu julgamento, soavam excessivamente melódicos e sempre se seguiam de um sorrisinho vulgar desprezível.

Naturalmente, Louis precisava abominar Harry, afinal, o que corria em seu corpo e alma se resumia a respeito pelo amor certo e puro que tivera tempos atrás... Tomlinson ainda o sentia tão permanente quanto tatuagem, tão vívido quanto labaredas de fogo, tão ressonante quanto sinos de uma Catedral. O ex-soldado tinha respeito pelo amado do passado e qualquer coisa que perturbasse este sentimento despertava o instinto de defesa.

Harry o fazia... Louis sentira, logo no primeiro encontro, que havia algo naquele homem, algo que não gostaria de olhar muito de perto para descobrir. De jeito nenhum. Algo que ele não queria estar próximo o suficiente para inalar, tocar. 

O ex-soldado sentia que Harry era um pouco de mais. Sua expressão, seus olhos, suas maneiras, sua voz, suas palavras eram de mais

Extravagantes. Intrigantes.

Por isso ele o evitava.

Evitava ao ponto de se trancafiar em casa - aliás, ele nem tinha um porquê sair tanto quanto o fazia afinal.

Tomlinson suspeitava de certo interesse por parte de Styles. Interesse além de uma ingênua amizade. Um interesse mal-intencionado... Pelo menos foi o que ele leu nas entrelinhas, nas sutilezas-nada-sutis. E se suas suspeitas se provassem certas, que pena, Harry teria que lidar com isso sozinho. Louis não estava disponível para nada com ninguém

O de olhos azuis não tinha a menor disposição para corresponder aos flertes do cacheado e, mais ainda, ele se esforçava em deixa evidente que o quando detestaca a situação que o vizinho o colocou. Louis se esforçava para que seu descontentamento estivesse estampado em seu rosto.

E, bom, evidentemente Harry conseguia ver aquele impasse tão claro quanto um relâmpago que corta uma noite nebulosa… Mas o efeito provocado pelas atitudes do ex-soldado não eram aqueles desejados por si. 

Acontece que para Harry, as sobrancelhas e os lábios franzidos, o olhar vago e desinteressado e os cumprimentos secos e mal-pronunciados exalavam certo charme.

E se Louis queria assim, ok, Harry entendeu. Entendeu e gostou

Era um desafio.

E desafios eram agridoces e irresistíveis.

O efeito provocado pelo desdém de Louis lhe deu um ar de badboy. E para infelicidade do pobre Louis, Styles era encantado pela intensidade de caras maus. O que mais havia de divertido e irresistível do que um badboy inalcançável? Apenas três coisas: feriado em dia de semana, petit gateau com sorvete e dormir o dia todo. 

Não havia qualquer dúvida para o universitário de que aquela indiferença fajuta, se seduzida o suficiente, não se sustentaria por muito tempo. Aquela barreira frágil não demoraria muito para desmoronar diante dos seus pés. 

Ain't Move On • L.S. (mpreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora