Era domingo. A tarde estava abafada, quente, úmida e desconfortável.
Um pouquinho mais desagradável para Harry, que desde a hora em que acordou estava sofrendo com uma azia terrível.
O cacheado estava sentado no chão, com as costas apoiadas no sofá.
Louis estava ali há uns dez minutos. Sentado no sofá. Tinha vindo saber como ele estava e Harry fez questão de reclamar tanto da queimação no estômago e gosto ruim na boca quanto dos seus pés e tornozelos inchados.
- Porra, se essa azia não passar até a hora que eu for dormir, eu vou ter que ir na emergência. Isso não é normal.
Na verdade era, sim. Louis se lembrava de Marybeth dizendo que elas poderiam ser comuns.
No instante seguinte Harry já estava:
- Não deveria ser assim, deveria? Esse inchaço todo. Agora não tá tanto, mas você viu aquele dia, não dava nem pra ver o osso do tornozelo. E não estamos nem no quinto mês... Mas também, com essa infinidade de escadas que tenho que subir aqui e lá no campus, como que não vou ficar todo inchado?
Apesar de ele estar reclamando de tudo, de céu a terra, Louis quis ficar com ele porque, pelo menos até aquele momento, nenhuma delas era direcionada para ele.
Talvez Harry estivesse tão estressado com tantas outras coisas que se esqueceu dele.
Louis dividia a sua atenção entre a TV e suaa reclamações enquanto Harry dividia sua atenção entre ler o Daily Mail e reclamar.
- Vou falar com a síndica. - Louis disse - Pra resolver esse problema com o elevador. Não dá pra você ficar subindo e descendo essas escadas o tempo inteiro. E acho que daqui a pouco você nem vai conseguir fazer isso.
Harry fez um biquinho.
- Duvido que falar vai resolver alguma coisa.
- Tem que resolver. Ela precisa resolver. Aquele elevador é só decoração? Não, né. Tá mais do que na hora dele voltar a funcionar.
Harry deu de ombros.
- Acha que eu preciso comprar um carro? - Louis perguntou, de repente.
- Um carro? - Harry o encarou com o cenho franzido.
- Por causa do bebê. E para ajudar você também, enquanto ainda estiver grávido. Eu poderia te levar pra universidade, assim não precisaria pegar o transporte público. Menos um estresse e menos um risco, não acha?
- Você não vai comprar um carro, Louis. Não viaja. O bebê vai precisar de um monte de outras coisas, não de um carro. Berço, armário, trocador, mamadeiras, chupetas, roupas, fraldas, remédios, pediatra... Você não vai comprar um carro.
- Ok.
Não tinha o que discutir ou argumentar.
Além de não querer aborrecê-lo, Harry estava certo. Havia muitas coisas que ele precisava se preocupar por enquanto. O bebê precisaria de tudo aquilo, e talvez um pouco mais. Talvez não. Ele precisaria, ponto. Ele não compraria um carro.
Eles ficaram quietos. Perdidos com suas respectivas distrações. Ou quase isso.
Harry ainda não tinha lhe dito sobre a visita da sua irmã, também não disse que já contou para ela. Era o que ele estava pronto para comentar quando pegou Louis em um flagrante.
O ex-soldado estava com os olhos fixos em sua barriga e com o fantasma de um sorriso no canto da boca. Até tentou disfarçar, mas disfarçar não era a sua habilidade máxima. Nem baixa. Ele era terrível nisso, já deveria saber. Harry sabia muito bem.
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Ain't Move On • L.S. (mpreg)
FanfictionLouis Tomlinson é ex-soldado, Harry Styles é ex-Submisso... e o amor não foi gentil com eles. Mudando-se para um subúrbio no norte da Inglaterra, Louis e Harry compartilham a solidão com os fardos do passado. Ou Onde dois jovens que não se conhecem...